05/01/2015 às 09h46min - Atualizada em 05/01/2015 às 09h46min

Micheline Soares

Blogueira

Thiago Santos

 Thiago Santos: Quem é a mulher Micheline Soares?

 Micheline Soares: A Micheline Soares é uma mulher comum com uma vida bem comum e rotineira: casa, uma filha, netinhas de quatro patas, trabalho e muito amor pela literatura.

 

 Porque alguém se apaixonaria pelo simples ato de leitura?

 A leitura pode te levar para mundos, lugares, situações, vidas, bem diferentes da que você está costumado. Nesses lugares você pode ser o que quiser, o que sonhou; pode ter mil vidas, ser mocinho, bandido, enfim basta deixar a imaginação fluir.

 

 Lembra qual foi o primeiro livro lido e o que sentiu prestes a finalizar sua última página?

 O primeiro livro da minha vida não, mas sempre digo que a minha paixão começou com os livros da Coleção Vagalume e os da rainha do “romance de banca de jornal” Barbara Cartland. Tive a sorte de ter acesso fácil aos livros dentro de minha própria casa, pois minha mãe, nessa época, era professora de Literatura para jovens adultos. Aqui na baixada fluminense é difícil, e sempre foi, em achar uma livraria. Não é como em uma grande metrópole que em cada quarteirão você se depara com uma.

 Respondendo a segunda parte da pergunta, sempre tenho dificuldades em finalizar uma leitura, a sensação é que estou me despedindo de um grande amigo.

 

 Quando criança li uma frase a qual indicava que um ser humano praticante da leitura jamais se entregaria ao caminho da ignorância! Dito isto, qual a sua descrição sobre esta bela arte?

 Concordo! Quem lê sempre aprende algo novo; aprende a pensar por si próprio; aprende a questionar e a se questionar, o que é importantíssimo! A leitura deveria ser um hábito, algo cotidiano, desde que somos crianças.

 Minha filha foi estimulada desde pequena, com livros ainda para bebês, de panos, emborrachados. Hoje ela faz as próprias escolhas do que quer ler, inclusive, gostamos de gêneros literários diferentes, mas sempre trocamos ideias e opiniões. Uma grande parceira no mundo literário.

 

 Sei que você se sente fascinada por capas de livros!

 Completamente apaixonada! Sim, julgo um livro pela capa! Claro, é o primeiro atrativo, é um diferencial, não o ponto decisivo que me faz decidir pela escolha de um livro. E temos vários designers maravilhosos no Brasil, posso citar três dos melhores em minha opinião: André Siqueira, designer da Editora EraEclipse; Mallerey Calgára e Adriana Brazil, que inclusive é aqui da baixada fluminense.

 

 Romances nacionais?

 Nacional sempre! Romance é uma preferência, mas ser nacional é requisito obrigatório! Claro que gosto de literatura estrangeira, mas se tiver que escolher entre um e outro, fico com o nacional.

 Confesso que todo esse amor é relativamente recente. Como sei que muitos não conhecem essa história, tentarei ser breve: aproveitando uma promoção em um site (outra paixão!), vi um livro com uma capa maravilhosa e gostei da sinopse e resolvi comprá-lo. Ao recebê-lo e ver a orelha com a biografia da autora é que descobri que a mesma é brasileira. Li e gostei muito da escrita dela e fui atrás dela no Facebook. A partir desse contato é que conheci vários outros autores nacionais. Foi um divisor na minha vida. Híbrida e Mari Scotti mudaram o meu jeito de ver a literatura nacional.

 

 Gosto em especial do seu blog, pela proposta original! Como tudo começou?

 O blog... Acredita que eu tenho pânico de escrever? Precisei de muito incentivo e muitos puxões de orelhas da escritora Mari Scotti para ter coragem e criar o blog. Pois é, a culpa é dela, rs. Tudo começou no próprio Facebook, fazia divulgações dos livros que eu havia gostado; no trabalho sempre estava com um livro na bolsa, todos sempre me perguntando o nome, autor, onde poderiam encontrar. Em um bate-papo com a Mari Scotti, ela acabou me sugerindo que eu criasse um blog pra fazer as divulgações, com sinopse, as redes sócias, onde encontrar e as minhas impressões, sem necessariamente resenhar (o que eu definitivamente não faço!). Dessa conversa surgiu o Diário de Uma Vida (Quase) Vazia. Tem esse nome, pois quis criar um blog leve, sem aquela cara de blog formal, que é todo certinho, sem apontar o que o leitor deve ou não ler. A ideia é que se parecesse com um diário, cheio de fotos, algumas brincadeiras, prints e alguns links úteis; Vida (Quase) Vazia porque não falo de mim, nada pessoal, só mesmo de literatura.

 

 Dos livros que já leu, ouve algum personagem que tocou profundamente sua alma?

 E como você acha que surgiu o apelido Má Suprema? Da minha paixão pelos vilões e bad boys! Quatro personagens tornam tudo isso possível: Pietro, o anjo caído de Insônia, da escritora Mari Scotti; Zeq e tio Rui (tenho até uma parceria com o tio Rui, temos uma fazenda de crocodilos! – rs), de Fascínio Egípcio, da escritora Luciane Vieira Z; e Donovan Hunter, o vampiro mais deliciosamente malvado da saga Mais Além da Escuridão, dos escritores Johnatan Souza e Catia Mourão.

 Não posso afirmar que o vilão toca a minha alma, mas me liberta e me possibilita brincar, me divertir, conhecer gente nova. Sai a Micheline com as responsabilidades do dia a dia e da profissão e entra a Má Suprema que chega já ameaçando, brincando, implicando e divulgando a literatura nacional.

 

 Como se sente ao lançar um livro em seu blog, este, responsável pela propagação da boa cultura?

 Quando criei o blog o objetivo era alcançar os meus amigos, mas acabou virando um grande instrumento de divulgação. Confesso que fiquei feliz e completamente desesperada quando uma seguidora escreveu dizendo que a lista de livros dela para a Bienal de SP era toda baseada no blog. Confesso que gelei, mas ao mesmo tempo foi gratificante!

 Aliás, a Bienal de SP foi um presente maravilhoso na minha vida! Conheci meus heróis, fui reconhecida também, rs, e vendi livros em um estande! Claro, todos nacionais. E quem sabe um dia eu conto o “mico” que eu paguei ao conhecer o meu herói, Ricardo Ragazzo.  Aliás, a Bienal dava um livro de comédia! Não escrito por mim, é claro!

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Na verdade trata-se de um sonho já realizado: LiteraBel! Todos os eventos literários que participo, sempre como leitora, são no centro da cidade do Rio de Janeiro. Um pouquinho longe da baixada e, nem sempre, acessível a todos. Queria muito trazer esses eventos pra cá e, felizmente, em parceria com a escritora Catia Mourão e a Ler Editorial, esse sonho se concretizou. LiteraBel é um projeto que visa aproximar os autores com os leitores da baixada fluminense. Nosso primeiro evento foi realizado no dia 21/12/2014, na sede da Câmara Municipal de Belford Roxo; contamos com a presença de 14 autores e mais de 60 participantes. Foi uma grande festa literária. O LiteraBel e a Má Suprema possuem uma página em conjunto no Facebook onde as fotos do evento estão disponíveis.

 Para 2015, a ideia é que o LiteraBel seja um evento bimestral e percorrendo vários municípios da baixada.

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