30/11/2014 às 00h17min - Atualizada em 30/11/2014 às 00h17min

Jaciele Neres

Modelo

Thiago Santos

 Thiago Santos: Você é uma mulher sábia. Sendo assim, gostaria de saber quais valores são acrescentados em sua vida graças a sabedoria?

 Jaciele Neres: Pois bem, até mesmo o maior sábio da história foi humilde o bastante em dizer: “Só sei que nada sei”. Sócrates compreendeu que o universo  é uma imensidão  de aprendizado, e que nunca sabemos nada no Final. Então por esse fato, não me considero uma mulher sábia, me considero em fase de aprendizagem, a todo dia aprendemos mais e mais. Mas cabe a cada um ter a sensibilidade para aprender com os erros, acertos e refletir. E saber tirar proveito de ensinamentos de cada coisa da vida. Ser sábio não é contar quantos diplomas você tem na gaveta, nem saber muito sobre uma coisa só. Ser sábio é saber aprender com o universo em um todo, e ser humilde em saber compreender que mesmo sabendo muito ainda não se sabe nada, ser sábio afinal é ser um eterno aprendiz. Acho  que ser “sábio” me torna mais humilde perante as coisas, tendo uma visão de eterno aprendiz da vida, por mais que esteja acontecendo coisas ruins ou boas, você consegue refletir e sempre tirar um ensinamento de tudo.

 

 Qual foi seu pensamento segundos antes de pisar pela primeira vez numa passarela?

 Me lembro bem daquela noite do dia 26/04/2008, bem no dia do aniversário da minha mãe. Nossa, lembro que eu estava muito nervosa, a fila era por ordem alfabética pelo fato de ser a formatura, era meu primeiro desfile oficialmente falando. Lembro que eu fiquei o tempo todo rezando, rezei muito, quando disseram meu nome para entra na passarela, só pensei seja o que DEUS quiser. Quando eu entrei em frações de segundo nem pensei em mais nada, dei meu melhor, foi a melhor sensação do mundo, porque ali eu tive a confirmação no meu eu, é isso que quero fazer da vida.

 

 Na fase da adolescência teve o primeiro contato nesta arte belíssima?!

 Aos 14 anos entrei no mundo da moda, fui agenciada pela primeira vez. Era o que eu sempre quis, mas era um mundo totalmente diferente do que eu vivia, um mundo cheio de possibilidades, cheio de muito conhecimento, profissionalismo, responsabilidade, disciplina, determinação e foco. Foi uma época na qual eu aprendi muito, foi uma ótima experiência. Conheci muita gente, muitas histórias, aprendi muito sobre aquele mundo que eu sempre sonhei em entrar. Mesmo muito nova, posso dizer que aproveitei o máximo possível para aprender. Pelo fato de ter que aprender a ter muito profissionalismo, responsabilidade, disciplina, determinação e foco, isso me ajudou muito em outros setores da vida, e me ajudou também a amadurecer.

 

 O que vinha em seus pensamentos nos quatros anos em que ficou longe do “mundo” da moda?

 O tempo que fiquei longe não foi muito agradável, como já era de se esperar. Mas os fatos ocorridos na minha vida pessoal e familiar, me impedia de voltar para o  mundo da moda. Eu, apesar dos pesares, sempre tive esperança que uma hora eu voltaria e as coisas fluiriam naturalmente, como aconteceu. A fé e a esperança, sempre me moveram, e foi sempre o que tomou conta dos meu pensamentos.

 

 Vejo nos desfiles uma mensagem fantástica. Que é mostrar ao público um estilo criado unicamente para enaltecer seu próprio corpo e você como se sente diante  esta incrível responsabilidade?

 É uma responsabilidade, posso dizer que bem grande. Mas acho que fica uma responsabilidade bem mais leve e bem mais fácil, quando a gente ama o que faz profissionalmente falando. Como qualquer profissão há seus desafios, na profissão de modelo não poderia ser diferente. Se a gente ama, e é profissional e dá sempre o melhor de alma e coração, com certeza por mais difícil que seja o desafio e a responsabilidade, sempre conseguimos um bom resultado.

 

 Enfrentar todos os desafios necessários deste ramo e no fim, sair vitoriosa e expressar seu êxito na passarela torna-se inspirador para todos os segmentos em sua vida?

 Com certeza. Temos quer ser muito regrados, sem sair de medida, exercícios, é muito foco, determinação, responsabilidade, disciplina, profissionalismo e amor ao que faz. Quando juntamos tudo isso com certeza sai um ótimo resultado. E claro em meio a tantos requisitos para estar na profissão, você começa a levar tudo isso para outros setores da vida.

 

 Descreva o que é desfilar?

 Desfilar como qualquer pessoa sabe, é uma das tarefas que os modelos exercem na profissão. Mas para os modelos que amam o que fazem é muito mais do que isso, é muito mais além. Para mim particularmente falando, desfilar é minha maior paixão, é o momento na vida que eu posso dizer estou completa. É algo meio até que sem explicação tipo o “AMOR”. No ato de desfilar para mim, são sensações que não vivo e nem experimento em mais nada na vida, é o momento que eu penso assim: vale a pena estar viva, vale a pena estar respirando, vale a pena escutar as batidas do meu coração; e dizer: Obrigada eternamente meu DEUS!

 É algo assim que só quem faz o que realmente ama , vai entender o que eu estou dizendo, é a sensação de estar completo.

 

 Qual seu primeiro pensamento ao vê uma outra pessoa usando o mesmo modelo, utilizado por você num desfile!

 Nossa, sinto uma ótima sensação, sensação de dever cumprido. Logo penso, valeu a pena cada esforço, consegui na passarela dar meu melhor, deixar transparecer minha alma e coração, e amor ao que faço.

 

 Quem são suas referências e por quais motivos são suas referências?

 E claro que não podia ser diferente a minha primeira referência, que é  nada mais e nada menos que a Uber Gisele Bündchen. Ela é uma nas minhas referências e inspirações desde criança. Gosto do profissionalismo dela, da competência, da determinação, do foco, da disciplina. E claro a passarela dela é magnífica, é uma profissional completa. Os outros dois modelos que se tornaram com o tempo minhas referências e inspirações, são basicamente pelas mesma qualidades e ensinamentos que me passam, é a modelo Australiana Andreja Pejić e o modelo Canadense Rick Genest. Os dois me passam a seguinte opinião, de uma das letras do Charlie Brow JR de que “ O impossível é só questão de opinião” e realmente considerando os dois é. A Andreja era até esse ano de 2014 uma modelo transexual, mas com tanta personalidade, beleza e talento acabou se tornando  top rapidamente, rompendo muitos preconceitos, e conquistando o estilista Jean Paul Gaultier. E Rick Genest considerado um Zombie Boy, pelo número de tatuagens pelo corpo também rompeu preconceitos e barreiras na carreira de modelo, com sua personalidade e talento, conquistou o estilista Thierry Mugler. Cada qual com seu diferencial, me ensina alguma coisa, por esse fato, concluindo, são minhas referências.

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Atualmente atuo na área de campanhas publicitárias e passarela. Pretendo continuar na área, que graças a DEUS, está fluindo bem para mim. Vou continuar fazendo o que eu amo, e juntamente voltando para minha vida acadêmica, e cursar um ensino superior. Porque aprender, estudar, nunca é demais, é sempre bem vindo novos conhecimentos. Afinal conhecimento ninguém nos rouba. E é isso, pretendo fazer o que amo, obter mais conhecimentos e experiências na profissão, na área acadêmica e, na vida.

 E um projeto que nunca podemos deixar de lado e para depois é o de ser feliz, realizados, completos, por isso temos que fazemos o que amamos. E que cada um consiga achar no seu eu o que os completa, o que os fazem feliz. Sempre, que cada um tenha muita fé, esperança e luta, que com certeza coisas boas virão!

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