18/11/2015 às 00h07min - Atualizada em 18/11/2015 às 00h07min

Henrique Santana

O ator Henrique Santana fala sobre a estreia de mais um espetáculo em sua carreira

Thiago Santos

  Thiago Santos: Sendo o processo do viver resultante de nossas escolhas, o que te inspirou para que viesse escolher o caminho da arte?

 Henrique Santana:  Eu não escolhi a arte, eu nasci artista e apenas a encontrei aqui. E a arte é o caminho mais coerente que encontrei para dar forma aos meus sentimentos e ajudar a vida humana a ser melhor.

 

 Antes de seguirmos, você, o ator Henrique Santanaestá mais do que convidado para se apresentar ao amigo leitor.

 Com 22 anos estou onde queria estar, fazendo o que eu queria fazer. Acima de todos rótulos ( Ator, Diretor, Professor, Escritor, Dançarino), eu sou um defensor da arte de sonhar e praticante da conquista dos sonhos. Com isso hoje sou Coordenador Artístico da Teatrarte TV, Assistente de Curadoria de Teatro do CCSP, e orientador artístico nas horas vagas (que são poucas).

 

 Num primeiro momento a escolha quanto ao seguimento em prol da arte. E no momento presente, em especial no dia vinte e um deste mês, sua graça levará ao espectador um espetáculo. Nesse processo, ou seja, nesta caminhada quais foram os fatores evolutivos ao artista em você?

 Sim, o espetáculo é um solo que se chama “O ATOR”, que falarei a seguir sobre. Os fatores evolutivos são muitos, pois eu vejo a arte como uma faculdade de evolução humana, onde qualquer experiência de vida pode se encadear numa obra de ARTE. Mas destaco entre elas, ter estudado como nomes como: Chico de Assis (DRAMATURGIA DO ATOR), Eve Doe Bruce (TeatreduSoliel), Zecarlos de Andrade, Lucia Capuani, Silvia Pereira, Marcelo Braga, André Latorre(Faculdade Paulista de Artes) e tantos outras experiências.

 

 Sobre o espetáculo “O Ator”. Porque dele ter o todo de sua atenção e também, paixão?

 Eu tive contato com esse texto em 2012 quando estudei com Chico de Assis, o autor do mesmo. Foi um texto escrito para o Lima Duarte onde deixamos transparente um ator e sua vida e eu me emociono todas as vezes que o leio. Então, sob direção do genial Marcelo Braga, encontramos no texto, espaço para apresentar minha vida na arte teatral junto com a mágica dramaturgia do Chico, assim, eu criei uma extrema relação com este espetáculo, além de ser o meu primeiro monólogo.

 

 Se trata então de uma homenagem?

 Perdemos o Chico de Assis em Janeiro de 2015, o mundo perdeu um gênio, um mestre que entendia sobre a vida e procuravacom que seus discípulos tivessem acesso ao mais gostoso da vida, viver. Então, é no mínimo, uma homenagem a humanidade, e não a ele somente, pois ele não gostava destas coisas de “glamour”, portanto, homenageio o ator, a vida, assim acredito que é uma honra ao mestre Chico.

 

 Qual a descrição principal ou central do texto?

 “O Ator”, como todos textos do Chico, é uma reflexão sobre a vida humana, e com as ARTIMANHAS do ator ele descreve nossa relação  com a vida , deixando bem claro as fases de encontros e desencontros do ser em relação a sua trajetória.

 

 Teria ele fatores inspiradores para o dia a dia?

 Total, como dito acima, o texto fala sobre o ator, porém é uma metáfora que transcreve o namoro do humano com a vida, onde o destino da vida é viver o presente tempo de vida, pois sobre o restante, o controle não é nosso.

 

 O que sentiu ao se deparar com uma personagem tão intrigante e desafiadora no quesito atuação?

 Essa é uma boa pergunta. Chico tem como personagem o próprio ator que representa este texto, e isso é muito delicado, pois a linha tênue entre ficção e realidade, no palco, requer muita calma e maturidade. Foi muito difícil e é a cada apresentação, mas o fato de ser um discípulo desse dramaturgo junto com a genialidade do diretor Marcelo Braga, encontramos o caminho necessário a percorrer como intérprete desta encenação.

 

 Como se deu o fatorprodução, especialmente no elo  entre direção e atuação diante a  busca pelo que é perfeito no âmbito da arte?

 O Doutor Marcelo Braga, é um diretor muito sensível e pôde mostrar os melhores caminhos a percorrer no processo deste solo. Ele colocou muito da sua bagagem neste processo, o que me deu base firme para por os pés e andar até nosso objetivo com essa encenação.

 

 Pode nos falar mais sobre o Diretor do espetáculo?

 MARCELO BRAGA é ator, diretor e dramaturgo formado pela Escola de Arte Dramática – EAD/ECA/USP e pelo Curso de Interpretação, coordenado por Myrian Muniz. É fundador da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta por atores egressos da EAD. Atua como professor do GLOBE-SP e de graduação e pós-graduação na Faculdade Paulista de Artes, e atuou durante sete anos como coordenador de Equipe de Teatro do PROGRAMA VOCACIONAL da prefeitura da Cidade de São Paulo. É Mestre em artes cênicas pelo IA/UNESP e é Doutor na área de formação do artista teatral pela ECA/USP. Dirigiu diversos espetáculos, dentre eles, Jogo de damas, de José Eduardo Vendramini, Ao vencedor, as batatas!,de Machado de Assis, Sentir tudo de todas as maneiras, de Fernando Pessoa, A máquina, de Adriana Falcão, Ritual íntimo, de João Silvério Trevisan, Hamelin, de Juan Mallorca, Shakespeare apaixonado, de Tom Stoppard, O cavaleiro Andaluz, de Garcia Lorca, Paide Izaías Almada, Pelo buraco da fechadura, de Nelson Rodrigues, Essa noite improvisamos, de Luigi Pirandello, Pouco amor não é amor, de Nelson Rodrigues, entre outros. Publicou o texto teatral PERTENCIMENTO e o livro MYRIAN MUNIZ – UMA PEDAGOGA DO TEATRO, em 2013, ambos pela Editora Gostri.

 

 E para finalizar peço que instrua o amigo leitor caso o mesmo deseje ir ao espetáculo.

 O espetáculo integra a programação das SATYRIANAS 2015. E será no dia 21/11 às 18hrs.

 Local: Satyros 1 - Praça Franklin Roosevelt, 134 Consolação - São Paulo – SP

 Duração: 40min

 Gratuito

 **Depois do espetáculo haverá um debate com o ator e diretor.

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