08/04/2015 às 13h03min - Atualizada em 08/04/2015 às 13h03min

Bruninha Paixão

É no desejo tocante ao interior humano que se encontra a liberdade...

Thiago Santos

 Quem é o ser humano Bruninha Paixão?

 Me considero um ser livre, pois acredito que a principal prisão para o ser humano é sua própria mente. Sou desta forma uma pessoa aberta a conhecer, experimentar e viver tudo o que for possível.

 Sempre me preocupo em não julgar, não fazer suposições, não cair em preconceitos, tabus e moralismos, e assim sempre tento ver tudo por mais de um ponto de vista, bem como faço o possível para me colocar no lugar das pessoas. Com isso sou alguém muito compreensiva, tolerante e muito sincera, ao mesmo tempo, sou considerada rebelde, diferente e até “maluquinha” por não seguir nem me encaixar em padrões estabelecidos, estereótipos ou por não levar uma vida considerada “normal”.

 Apesar das aparências sou muito introspectiva, tenho poucos amigos íntimos e sou mais de observar do que de falar. Assim, sou mais séria e quieta com as pessoas no geral e mais moleca e descontraída com as pessoas mais próximas.

 Já fiz de tudo um pouco na vida, me deixo levar sem me ater muito a medos e sem ter muitos apegos, o que faz da minha vida muito fluida e em constante mudança e transformação.

 Dessa forma não tenho muitas ambições e não me importo com status, posição social e reputação. O que me importa acima de tudo sempre é se estou onde quero, fazendo o que quero, da forma que quero e se isso me faz feliz e me deixa em paz.

 

 

 

 Ainda jovem algo lhe chamou a atenção! Porque?

 Desde criança me sentia diferente das outras pessoas, não conseguia me identificar com ninguém nem me comportar da forma que era esperado, era sempre considerada “estranha”. Por algum tempo isso foi um grande problema para mim, pois eu queria ser como os outros e ser aceita.

 No entanto, por mais que eu tentasse eu não conseguia ser igualaos outros, então, quando comecei a me aceitar como sou, e a gostar do fato de eu ser diferente, comecei a me encontrar e a ser mais feliz.

 Assim comecei a ver o fato de eu ser diferente como uma qualidade e não como um defeito. Comecei então a enxergar e a entender a beleza da diversidade e a vislumbrar um mundo muito maior e mais interessante do que o mundo comum.

 Foi aí que comecei a me interessar por tudo que era diferente, autêntico e fora dos padrões. Tudo aquilo tinha a ver comigo, eu me identificava, justamente por ser diferente daquilo que normalmente se aceita.

 Assim todos os estilos de vida, comportamentos, ideologias e todas as formas de expressão que fossem diferentes do comum ou do socialmente aceitável começaram a despertar o meu interesse. Foi aí que começou a minha paixão por tatuagens.

 

 

 

 

 De que forma conseguiu lidar com todo o pré-conceito existente em grande parte da sociedade?

 Entendo que cada pessoa tem a sua forma de ver o mundo com base em tudo que ela aprendeu, conheceu e viveu. Então, se ela tem um preconceito isso é uma questão dela, dentro do mundo dela, e eu não tenho nada a ver com isso, pois não faço parte do mundo dela, e ela tem o direto de pensar o que quiser, assim não levo pelo lado pessoal e não me atinjo.

 Acredito que tudo que você pensa e sente vai fazer mal ou bem primeiramente a você e isso é um problema unicamente seu.

 Obviamente que não concordo com injustiças, violências ou desigualdades provenientes de preconceito. Cada um é livre para pensar o que quiser até o ponto de não prejudicar ou tirar a liberdade de outra pessoa.

 Penso assim: " Se você tem preconceito, guarde-o para você, ninguém precisa dele. Se você não gosta de tatuados, não se relacione com pessoas assim, muito simples, será só na sua vida que você estará interferindo por conta deste preconceito. "

 Sou tatuada e me amo assim, a tatuagem faz parte da minha personalidade, de quem eu sou, faço isso na minha pele porque amo essa arte e isso me faz feliz, e é isso o que importa e não a opinião dos outros.

 Eu jamais conseguiria ser diferente do que sou em essência só para agradar às outras pessoas ou para seguir algum padrão do que é visto como correto ou aceitável. Assim, a partir do momento que decidi me apresentar dessa forma para o mundo também assumi todas as consequências que isso acarreta, como o preconceito, a dificuldade de posicionamento no mercado de trabalho, os julgamentos, não aceitação em alguns âmbitos sociais, etc... Mas,ao meu ver, ter que lidar com tudo isso vale a pena pois foi algo que escolhi, algo que amo. Estou exercitando a liberdade de ser quem eu quero e isso não tem preço.

 Então se sei de alguém que não gosta de tatuados não vou me relacionar com essa pessoa ou se algum lugar não me aceita por causa das minhas tattoos, não me importo, eu não faço questão destas pessoas ou lugares. Acredito que as pessoas e os lugares que serão bons para minha vida serão aqueles que me aceitam como sou.

 

 

 

 

 Tatuagem para você é somente um “desenho registrado na pele” ou?

 Tatuagem é uma arte, uma forma de se expressar. E por ser uma arte que registramos em nossos próprios corpos e iremos carrega-la para o resto da vida, ela torna-se parte de você, de quem você é.

 Não precisa necessariamente ser uma tatuagem com significado, mas só pelo fato de você ter uma tatuagem já diz algo sobre você, nem que represente um momento da sua vida em que você resolveu fazer uma tatuagem por algum motivo. O tema, as cores, o local tatuado, o porquê e o quando, podem representar algo sobre você.

 Existe claro uma diferença entre ter tatuagem e ser tatuado. As pessoas que são tatuadas são aquelas que adotaram esta arte como um estilo de vida, a tatuagem torna-se parte das principais características físicas dela, como a cor dos olhos, por exemplo. E como eu disse anteriormente, quando alguém decide ser assim, ela consequentemente assumirá uma postura perante a sociedade, o que vai definir um estilo de vida diferente. Já pessoas que tem tatuagem são aquelas que apenas admiram essa arte de alguma forma, ou se interessaram por ela em algum momento da vida, e assim decidiram tê-la em seus corpos, mas nada que altere tanto as suas características físicas e sua vida como um todo.

 

 

 

 

 Qual sensação teve ao se deparar diante o espelho e a imagem dele refletindo sua primeira tatuagem?

 Satisfação e a sensação de que era o só o começoJ. Me senti mais bonita, a cada tatuagem que faço me sinto cada vez mais bonita.

 

 O que sentiu diante a primeira foto?

 Insegurança por não saber muito o que fazer quanto à pose e à expressão. A vergonha era mais por estar perdida no que fazer do que quanto a me expor. Nunca tive problemas em tirar fotos caseiras e amadoras, pois sempre gostei muito de fotografia, então nunca tive problema em posar para foto, a questão naquele momento era só a novidade de ser algo profissionale de eu ainda não saber como me comportar de forma a fazer um bom trabalho.

 Contudo eu tive sorte de até hoje sempre ter posado para ótimos profissionais que foram muito pacientes, me deixaram muito a vontade e me ensinaram bastante sobre como se portar perante a câmera.

 

 

 

 

 Boudoir?

 A primeira vez que posei para este tipo de trabalho fiquei apenas sem jeito pela mesma questão do que relatei antes, não saber o que fazer e ficar meio perdida. Não tenho problemas quanto a expor o meu corpo nem quanto àsensualidade e nudez.

 No que diz respeito ao meu corpo, desde lá na juventude quando comecei a me aceitar como eu era, comecei tambéma exercitar a aceitação do meu corpo, de não ter vergonha dele. Sou bastante vaidosa, me preocupo com meu corpo e vejo vários defeitos nele. Mas para mim o fato de eu expô-lo, mesmo com todos os defeitos que vejo nele, me ajuda muito mais a me aceitar do que ficar me escondendo com vergonha das minhas imperfeições. Ver fotos bonitas e sensuais do meu corpo faz eu amá-lo mais e ter mais vontade de me cuidar.

 Quanto a questão de semi nudez ou nudez propriamente, como eu disse antes, procuro ter a mente livre de tabus e moralismos, assim sempre me questiono sobre tudo o que é tido com certo ou errado, bom ou mal, bonito ou feio. A nudez em si não é errada, imoral ou vulgar, estas coisas estão na cabeça de quem vê a nudez, com base em alguns valores criados pela sociedade e que nos são colocados como verdades absolutas.

 Não vejo nada de errado em usar a beleza do corpo humano para um fim artístico e como uma forma de expressão. A sensualidade feminina é para mim algo muito poético e profundo que deve ser amplamente explorado pela arte.

 

 O que lhe vem em mente diante a admiração por parte do público diante sua arte?

 Fico muito feliz em perceber que o preconceito esta cada vez menor quanto a tatuagens e que cada vez mais as pessoas estão enxergando a beleza da nossa arte.

 Atualmente modelos tatuadas estão sendo muito procuradas e este é um perfil que esta ficando muito em alta não só no meio alternativo.

 A mulher tatuada esta se tornando uma referência de beleza o que demonstra uma importante quebra de tabu e avanço para uma visão mais ampla para o que é considerado belo em nossa sociedade, se livrando das amarras dos padrões de beleza.

 

 

 

 

 Na sua opinião qual é a diferença entre nu artístico e, o nu erótico captado por uma maquina fotográfica?

 O que muda é o conceito da fotografia. O nu artístico estará voltado para os traços do corpo como um todo e da composição deste com o cenário, a posição dele em relação ao ângulo da foto, luz, sombra, cor, brilho, etc..., é todo um conjunto de aspectos próprios da técnica da fotografia que vão tornar o resultado em algo artístico.

 Já o nu erótico é algo que estará voltado em focar muito mais as partes íntimas do corpo e posições que remetam mais explicitamente ao ato sexual, fazendo uma alusão muito mais direta ao sexo na foto como um todo.

 

 

 

 

 Houve alguma sessão em que o momento fez de “sua alma alvo” de toda uma emoção e alegria?

 A primeira vez que fui fotografada por fotógrafos profissionais, que foi por acaso, sem que eu esperasse, me deixou muito contente e bastante empolgada por ser uma experiência completamente nova.

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Atualmente tenho sido convidada para bastantes ensaios fotográficos de diferentes temáticas. Para mim está sendo ótimo para diversificar meu trabalho, aumentar meu portfólio e fazer com que eu adquira mais experiência bem como amplie meus contatos com profissionais da área.

 Também estou sendo agenciada por duas agências de modelos através das quais venho fazendo trabalhos publicitários, eventos, feiras e figurações.

 Estou tentando aproveitar ao máximo as novas oportunidades que estão surgindo agora para que novas se abram para o futuro.

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