24/03/2015 às 11h54min - Atualizada em 24/03/2015 às 11h54min

Katya Vieira

Jamais deixará de acreditar nas possibilidades, já que para o ser humano construir todas elas; dependerá dele mesmo...

Thiago Santos
Thiago Santos

 Quem é o ser humano Katya Vieira?

 Uma pessoa forte, determinada e direta. Alguém que acredita muito no futuro, que respeita as adversidades, que vê a vida como um direito de escolhas, com todos os seus acertos e erros.

 

 

 Aos onze anos de idade começou a escrever seu primeiro livro publicando então, aos trinta?

 Eu era muito fechada na infância, tinha poucos amigos, na sala de aula quase não falava e ficava lá no fundão para não ser notada, então escrever era uma forma de colocar  para fora o que eu pensava ou sentia sobre certos assuntos, eu escrevia tudo, fazia poesias, músicas, contos, mas ficava só no papel.Não mostrava pra ninguém até então. Isso até chegar ao magistério. Aos 17 anos, quando a professora de literatura lançou um concurso de poesia na sala de aula e eu venci, ela ficou impressionada e mostrou a poesia para todos que faziam parte do colégio; me senti importante, de repente a caladinha lá do fundo era a bola da vez, e resolvi levar a sério a arte da escrita. Nunca mais parei de escrever.

 Aos trinta publiquei pela editora All Print o livro "Voz". E sim! Somente aos trinta porque foi quando me veio a oportunidade de fazê-lo. E durante esse tempo estive envolvida bem mais com a  música e com o teatro.

 

 

 

 

 Nesse processo de quase dezenove anos como o “ livro conseguiu se manter vivo”?

Eu tinha dois cadernos pequenos e escrevia tudo ali, ai minha professora de literatura me aconselhou a datilografar tudo e guardar a sete chaves, pois aquelas escritas segundo ela, ainda me traria bons frutos. Já estava com meus dezessete anos. E salvei muitos materiais, estes, criados entre meus onze anos até os dezessete. Embora no livro "Voz" eu tenha dado prioridade para os meus primeiros poemas.

 

 

Livro pronto e publicado! O que sentiu?

Engraçado ver algo pronto que começou a ser trabalhado há tempo atrás. Reler os poemas para selecionar os textos não foi fácil, passava um filme em minha mente a cada página, e ver o livro pronto me deu a certeza de que nada é em vão. Senti como se aquela menina do fundão da sala de aula finalmente tivesse conseguido gritar para mundo ouvir tudo o que passava em sua mente. E foi por isso que intitulei o livro "Voz", voz essa que por tanto tempo se calou.

 

 

 

 

 Por um momento de sua vida você trabalhou como modelo?

 Sim, apesar de não ter perfil de Top Model, “ fiz muita passarela “, em São Luís. Na verdade entrei para um curso de modelo visando perder um pouco da timidez, mas de repente eu era chamada para vários trabalhos, era muito magra apesar de não ter uma boa altura. E por algum motivo meu nome estava sempre em alguma lista, fiz abertura para shoppings,  vitrine de lojas e participações em programas locais, cheguei até a ser assistente de palco de uma apresentadora local. São Luís na época não tinha mercado fotográfico e eu sabia que não tinha a mínima chance lá fora com 1,64 de altura, então desisti, mas isso após cinco anos de trabalhos. Foi a melhor coisa que fiz na vida, aprendi muito, deixei a timidez de lado, me tornei mais independente, forte, determinada.Eu adorava tudo aquilo!

 

 

 

 

 Uma outra paixão que lhe toca é a música!

 A música é um marco na minha vida, comecei cantando em um coral da igreja e não cantava nada! No ano seguinte já estava no coral da UFMA (Universidade Federal do Maranhão), e ali uma amiga chamada Antônilde, me incentivou a gravar um CD, buscamos recursos através da Lei de Incentivo Municipal e cada uma gravou o seu, o meu se chamou "Uma Estrela A Mais" e continha 11 músicas, todas de minha autoria. Não gravei para fazer sucesso, pois sabia que ainda não tinha base para isso, mas o Cd acabou ficando entre os 10 mais acessados de sites de música independente como Bandas de Garagem e PalcoMp3, além de alguns sites italianos, pessoas escreviam para mim  o tempo todo pedindo autorização para cantar minhas músicas em shows ou usá-las em eventos. Com isso, vi que não tinha jeito, eu tinha que estudar música e me entregar a essa  paixão. Mas onde cantar? Procurei vários produtores e pessoas relacionadas à Secretária de Cultura no Maranhão, daquela  época. Conheci todos os artistas da “ terra”  que faziam sucesso e todos diziam que eu estava no caminho certo, já os produtores queriam me levar para outros caminhos, foi triste, muito triste gravar um Cd e não poder fazer um show sequer em minha cidade pelo simples fato de eu não estar a venda! Já levei muito "não" nessa vida mas nunca tive que dizer um "sim" contra a minha vontade, e por isso várias portas se fecharam, as pessoas pensam que ser bonita é vantagem, nem sempre é, no meu caso não foi! Minha música tocava nas rádios e eu dei algumas entrevistas, o que me rendeu algumas apresentações e uma empresária que me levou para o Rio de Janeiro, cheguei a gravar um segundo CD, mas era outro estilo, um estilo que ela queria, mas não era o meu, não era eu, sempre fui MPB, não dava pra ser pop rock, era como ver Caetano Veloso cantando Rolling Stone, pode até ficar bonito, mas não convence! Me recusei a terminar o Cd que já estava quase pronto e até com um vídeoclip agendado pra ser gravado na Itália, e rompi com a empresária. O Cd já estava até sendo divulgado em alguns jornais do Rio, mas ela entendeu! Hoje estou com um novo repertório pronto e uma base musical bem além do que tive um dia, mas esse projeto está na gaveta, tudo tem sua hora.

 

 

 

 

 Imagino que sua alma levitou tomada de alegria ao ouvir seu primeiro trabalho musical já produzido?

 Ouvi-lo na rádio pela primeira vez foi incrível! Mas não era nenhuma obra prima, fui pelas oportunidades, mas ali entendi que eu podia ser melhor e, levar aquilo a sério.

 

 

 

 

 Visando sempre as conquistas no mundo artístico você também se formou atriz?

 Sim, tirei meu DRT a três anos, já fiz vários testes para cinema e até passei em alguns, mas gravar um longa em São Paulo morando em São Luís era complicado, agora tenho residência no Rio e as coisas passaram a ficarem mais fáceis, não vim para o Rio somente para  ser figurante. Tem gente que acha que é figurante profissional, acho bacana, mas não estudei para isso, vou gravar o meu primeiro longa esse ano, ainda não tem data para iniciarmos as gravações, é um filme independente e o roteiro está incrível.

 

 

 

 

 Como se sente ao se olhar no “ espelho da memória “ e com isso poder enxergar todas as suas qualificações em prol da arte?

 Vitoriosa e também sortuda. Acredito que para arte cênica já nasci com vocação, assim como para a arte de escrever, já a música tive que me dedicar, estudar, como uma paixão que cega a gente e nos inspiram a nos esforçamos dia após dia dando o nosso melhor e poder então conquista o que tanto almejamos.

 E essa é a minha maior conquista, vendo hoje o que tenho na bagagem e na gaveta posso dizer que sou uma “ bomba relógio  pronta pra explodir “.

 

 

 

 

 Para finalizar nos fale dos seus projetos atuais e futuro!

 Como citei acima, tenho um longa-metragem e também um Cd para gravar, mas são projetos que serão desenvolvidos na  segunda metade desse ano. No momento estou estudando ambas às coisas para que sejam feitas de forma consciente e bem mais profissionais do que emocionais. Acredito que eu tenha chegado a maturidade, compreendendo então que um  trabalho bem feito, e sendo  reconhecido por isso, é mais importante do que ter fama.

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