Eu sou
o antro de perdição de putas e boêmios.
Eu sou poesia viva nos concretos do metrô.
Eu sou
meninos de rua ganhando trocados no farol.
Eu sou a elite nos teatros.
Eu sou a população analfabeta.
Eu sou escritor consagrado.
Sou Martins, Miragaia, Drauzio, Camargo.
Sou Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e Figueiredo.
Eu sou
o descaso com a educação e saúde!
Sou o berço de Alfredo Halpern.
Sou liberdade,
sou paraíso.
Sou o grito de independência no Ipiranga,
mas prefiro deitar eternamente em berço esplêndido.
Eu sou São Paulo.