25/04/2023 às 12h13min - Atualizada em 25/04/2023 às 16h07min

Contas laranjas mobilizam colaboração entre instituições financeiras no combate às fraudes

Quod, que desenvolve soluções de segurança para o setor, dá orientações para usuários e bancos se protegerem

SALA DA NOTÍCIA Genilson Oliveira
Pimenta Comunicação
Os golpes praticados por meio de contas laranjas – que usam pessoas, sem que estas saibam, como intermediárias em transações financeiras fraudulentas, ocultando a identidade do criminoso – são responsáveis por perdas que chegam a R$ 2,5 bilhões, de acordo com estimativas do mercado. Amanda Soares, Gerente de produtos Antifraude da Quod, empresa especializada em análise de dados, lembra que laranjas são usados no Brasil para abrir empresas fantasmas, registrar bens em nomes de terceiros ou movimentar dinheiro de origem ilícita sem chamar a atenção das autoridades. "E com a digitalização, o número de golpes envolvendo engenharia social vem aumentando de forma significativa", observa.

A fraude por meio de engenharia social geralmente ocorre a partir do convencimento das vítimas para a realização de transações financeiras ou fornecimento de informações sensíveis. Por exemplo, um golpista pode se passar por representante de uma empresa ou órgão público, informando que há um problema na conta da vítima e pedindo que ela forneça seus dados bancários para solucioná-lo. De posse desses dados e com o uso de contas laranjas, os golpistas podem receber os pagamentos das vítimas e transferi-los rapidamente para outros destinos, dificultando a recuperação do dinheiro e a identificação dos responsáveis.

Diante do aumento crescente nas ocorrências, o Banco Central determinou que as instituições financeiras atuassem em conjunto e compartilhassem todos os registros de fraudes. “O compartilhamento de informações é fundamental para aprimorar a segurança do sistema financeiro sem impactar a experiência do usuário”, ressalta a executiva da Quod. A empresa fornece, entre outras soluções, a plataforma antifraude oficial do PIX e há tempos defende a medida anunciada.

A Quod, que atua em forte parceria com o Banco Central, a partir do acesso tanto aos registros de ocorrências envolvendo o PIX quanto às bases de fraudes compartilhadas pelas instituições, vem desenvolvendo ferramentas que aumentam a segurança das operações e também fazem o rastreio de valores desviados, ajudando a identificar os golpistas. “As quadrilhas têm se multiplicado e se valem de tecnologia cada vez mais sofisticada, por isso é preciso investir em soluções igualmente de ponta", acrescenta Soares.

A regulamentação que determina o compartilhamento de informações entre instituições representa um passo importante no combate às fraudes, mas não é a única providência que deve ser tomada para combater a ação dos golpistas. Soares recomenda: "As instituições financeiras, principalmente os bancos digitais, que são os que mais concentram contas laranjas, precisam fazer sua parte, tornando o processo de onboarding dos clientes mais robusto, a fim de protegê-los dos golpistas e fortalecendo assim a confiança dos cidadãos no sistema bancário. Porém, de nada adianta um banco se proteger e o outro, não. Daí a importância de as instituições financeiras trabalharem em parceria com o Banco Central e com empresas que desenvolvem soluções de segurança".

Por fim, a executiva também orienta os usuários a se protegerem contra a ação de golpistas. "É importante que as pessoas estejam sempre atentas a qualquer tipo de abordagem, pois pode ser uma tentativa de fraude por engenharia social. Por isso, nunca atenda a solicitações de dados pessoais ou bancários por telefone, SMS ou app de mensagens; não clique em links suspeitos de e-mails ou mensagens supostamente enviados por bancos ou financeiras; não acesse sites ou aplicativos sem ter a certeza de que são seguros; informe-se e tire dúvidas somente pelos canais de comunicação oficiais de seu banco; e se suspeitar de alguma atividade incomum, reporte ao seu banco ou às autoridades competentes", conclui.
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