10/03/2023 às 13h11min - Atualizada em 11/03/2023 às 00h08min

Mulheres que inspiram: Na contramão do mercado, elas conseguiram captar para suas empresas

Apenas 25% das empresas fundadas apenas por mulheres já conseguiram captar investimentos, conheça estes perfis inspiradores

SALA DA NOTÍCIA Bianca Priscila Lucas
Divulgação Vittude

De acordo com o Mapa de Negócios de Impacto Socioambiental de 2021, no Brasil as mulheres empreendedoras recebem menos investimentos e seus negócios têm menos chance de passar pelo período de tração do negócio. Entre as empresas fundadas apenas por mulheres ou que as têm como maioria no quadro societário, apenas 25% já conseguiram captar investimentos. (Esse percentual chega a 55% entre as fundadas apenas por homens ou com predominância masculina)

O Female Founders Report, estudo do cenário de empreendedorismo feminino, mostra que as startups lideradas só por mulheres receberam apenas 0,04% dos mais de US$ 3,5 bilhões aportados no mercado em 2020. Além disso, outros levantamentos mostram que a dificuldade de captar investimentos está entre os principais desafios enfrentados pelas empreendedoras, juntamente com a  validação do modelo de negócio e a falta de boas conexões com investidores, mentores e outros empreendedores. 

Levando em conta esta dificuldade na atração de investimentos, separamos o perfil de algumas mulheres que conseguiram captações significantes para seus negócios

 

Tatiana Pimenta - CEO e Co Fundadora da Vittude

A Vittude é a healthtech referência no desenvolvimento de programas de saúde mental para empresas. A empresa, fundada em 2016 por Tatiana Pimenta e Everton Höpner, já levantou duas rodadas de investimento que, juntas, somam cerca de R$ 40 milhões. 

A executiva, que é CEO e Co Fundadora da Vittude, conta que teve desafios para captar e ser uma CEO mulher tornou as coisas ainda mais difíceis. "Percebi que, muitas vezes, os fundos fazem um monte de perguntas e te dispensam com justificativas que não fazem sentido. Uma vez, um fundo me disse que esperava um número e mostrei no deck que estava entregando quase o triplo; me perguntei se era um caso da pessoa não prestar atenção, ou se era um caso típico de viés inconsciente. Percebi então que não seria tão simples assim, e que eu teria que entender o perfil do fundo, se o investidor em questão tinha um foco forte em ESG ou não, etc."

Mariana Dias - CEO e Co Fundadora da Gupy

No último ano, a HRTech Gupy levantou uma captação marcante para a empresa e para o cenário de empreendedorismo feminino como um todo. Encabeçada pela CEO, Mariana Dias, a empresa captou o valor de R$500 milhões, sendo um dos  maiores investimentos do Brasil para uma empresa fundada por mulheres.

A executiva é formada em administração na Universidade de São Paulo e, antes de empreender, teve experiência na Ambev, ficando na empresa por mais de 04 anos. Em entrevista, a CEO conta que espera que ela e sua cofundadora e COO, Bruna Guimarães, sejam inspiração para mais investimentos e oportunidades para negócios com mulheres na liderança. Isso porque, quando ela ingressou no mercado, não tinha nenhuma mulher para se inspirar. 

Monica Hauck - CEO e Fundadora da Sólides

Mônica Hauck é CEO e Fundadora da Sólides, sendo a responsável pela operação da empresa no Brasil, além de comandar as definições estratégicas da HRTech Com a expertise de mais de 09 anos como empreendedora, a executiva levantou um aporte de R$ 530 milhões, sendo este o maior investimento já feito em uma HRTech na América Latina.

Hauck e seu sócio fundaram a Solides em 2015 com o objetivo de oferecer soluções digitais de gestão para o RH de PMEs. Quando perguntada em entrevista sobre a experiência de empreender, a executiva afirma que foi um caminho duro, porque você deve ter execução, disciplina e foco na construção da jornada, mas é recompensador. 

Ana Zucato -  CEO e fundadora da Noh

Ana Zucato fundou no último ano o aplicativo da Noh, fintech que permite que as pessoas automatizem a divisão de gastos, desde os boletos de aluguel até o bolão da Mega-Sena. À frente da startup junto aos seus sócios (Felipe Cabral e Octavio Turra), a empresa recebeu aportes que já somam R$ 17 milhões na rodada Seed. 

Ao contar sobre a sua experiência na busca por investimentos, Ana conta que percebeu que, ao fazer contato com os investidores, eles pediam muito mais detalhes de números, projeção e tamanho de mercado do que para seus amigos homens que estavam captando na mesma época. A executiva é formada em administração e teve experiências anteriores em startups como Guiabolso, Intuit e o e-commerce OQVestir. Além disso, foi responsável pela operação brasileira da Truora, uma empresa colombiana que entrou no Brasil entre 2020 e 2021

​​Manoela Ribas - CEO e Co Fundadora da Pipo Saúde

A Pipo Saúde é uma healthtech voltada para soluções em gestão de serviços para recursos humanos. A empresa que é liderada pela CEO, Manoela Ribas, já captou uma rodada seed de US$ 4,6 milhões, liderada por Monashees e Kaszek e, mais recentemente levantou R$ 100 milhões na maior rodada Série A para healthtechs do Brasil, liderada pelo fundo americano Thrive Capital.

Idealizada em 2019 por Manoela Ribas, Vinicius Correa e Thiago Torres, a Pipo hoje atende cerca de 100 clientes, como Madeira Madeira, Buser e Alura, tendo crescido cerca de oito vezes a base de clientes nos últimos 12 meses. A executiva pontua que os principais desafios da sua carreira ao empreender estão ligados a desenvolver o papel e responsabilidades de liderança, ao fato de ter começado a sua jornada relativamente nova, aos 30 anos, e ser mulher, já que sempre esteve muito inserida em ambientes masculinos e precisou entender como se conectar nestes espaços. 


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp