29/05/2012 às 14h04min - Atualizada em 29/05/2012 às 14h04min

Paixão por cicatriz

Me orgulho de minhas marcas, gosto de vê-las perpetuadas

Juliane Oliveira.

Vou te contar.

 Você deve se lembrar da cena quando o Ronaldo (Fenômeno) deslocou o joelho no meio do campo. O exato momento foi televisionado e repetido diversas vezes.

 Coitado. Aquela dor e desespero é algo absurdo. Você também acha? Isso você acha (foco no verbo achar). Não pode dizer com propriedade como eu, afinal, duvido que tenha passado por algo parecido... Assim como a minha pessoa, que viveu exatamente aquela cena, na pele, dezenas e dezenas de vezes.

 Mas não estou aqui para me fazer de vítima (apesar que né.. pelo excesso de dor, eu bem que merecia atenção e solidariedade assim como o Ronaldo.. mas tudo bem, tudo bem! :) ... pelo menos, todas as vezes que meu joelho decidiu dar uma escapulida do meu ossinho, me renderam histórias que eu vou me lembrar, e hoje, rir para o resto da minha vida. (Cada uma que nossa.... merece um post para cada, pode apostar!)

 É que ha duas semanas atrás, viajei para uma pequena cidade do Interior de SP (Cesário Lange) para promover um evento de uma editora, sobre um projeto de livros didáticos, enfim.. No meio da viagem uma amiga entrou verdadeiramente em choque, ao perceber que um pequenino acidente poderia deixar algum tipo de marca ou cicatriz, e revelou ter verdadeiro pavor dessa ideia. Automaticamente, olhei para minha cintura, e me deparei com minha cicatriz, de quando fiquei entalada com oito anos dentro de uma mesa de centro, toda de vidro. Claro que, foi apavorante, mas hoje eu morro de rir, e gosto de relembrar os sentimentos e a forma que eu vivia naquela época, e como tudo mudou. Por exemplo, consigo recordar do programa que eu assistia, do cheiro do meu antigo apartamento, dos azulejos daquele banheiro, daquele lugar que eu amava, lugar hoje que eu não tenho mais.

Ao perceber que eu enxergo minha cicatriz com orgulho, percebi também que, mesmo as piores situações que já passei, que foram os deslocamentos do meu joelho.. eu gosto das histórias que acumulei decorrente a esses terríveis momentos.

Percebi que por mais que na hora os momentos sejam doloridos..eles se tornam eternos, e a dor que passa é o significado explícito de superação. E as marcas são as histórias no corpo de cada uma delas.

Me orgulho de minhas marcas, gosto de vê-las perpetuadas em cada degrau que subi da minha história.

Gosto de olhar e ver que aquela determinada marca faz parte de mim, significa algo que eu simplesmente passei por cima, que foi importante e fundamental pelo simples fato de HOJE eu estar aqui.. assim.

Ser assim. Com histórias, cicatrizes no corpo e marcas na alma. Assim, Juliane.

 

Deixo aqui, uma parte de mim.

 

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