23/05/2024 às 12h17min - Atualizada em 23/05/2024 às 20h02min

Aceita um cafezinho?

Dia Nacional do Café é nesta sexta-feira, 24

EDNA VAIROLETTI
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Imagem Freepik
Hoje, de cada três xícaras de café consumidas no mundo, uma delas é dos cafés produzidos no Brasil. Esta paixão pela bebida tem estimulado não só bons negócios, como benefícios para nossa saúde, devido às suas propriedades nutracêuticas, eficazes para melhorar a atenção, concentração, memória e aprendizado, além de ser um agregador social nos encontros entre amigos e familiares.

Segundo dados divulgados pela ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café – somos o segundo maior consumidor de café no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Por aqui, entre novembro de 2022 a outubro de 2023, foram consumidos 6,40 kg/ano de café cru e 5,12 kg/ano de torrado e moído.

O Prof. Dr. Durval Ribas Filho - Médico Nutrólogo, Fellow da Obesity Society FTOS – USA e Presidente da ABRAN – Associação Brasileira de Nutrologia lembra que os cafés não são iguais. A composição de cada tipo depende da maneira como a planta foi cultivada, as alterações durante o processo de fabricação e até mesmo o modo que a bebida é preparada e servida.  

“Reconhecida por contribuir com várias funções do nosso organismo, a cafeína - principal substância do café não é 100% inofensiva. É um estimulante do sistema nervoso central, que pode interferir no funcionamento do cérebro e do resto do nosso corpo, de forma positiva ou negativa, dependendo da dose ingerida.  A substância não está apenas na xícara de café, mas faz parte da composição de outros alimentos, como refrigerantes tipo cola; bebidas energéticas; chás verde, mate e preto; chocolate; suplementos alimentares para treinar e até remédios, além da própria cafeína como um suplemento em pó”, alerta.
Confira as dicas do especialista para aproveitar todo o prazer de degustar um cafezinho.

1.Por que o café faz bem para saúde?
Além da cafeína, é rico em antioxidantes, substâncias químicas que ajudam a proteger nossas células. São minerais, vitaminas e flavonoides, importantes na circulação sanguínea. Os ácidos clorogênicos, por exemplo, são responsáveis por parte da atividade antioxidante da bebida, com potencial ação antibacteriana, antiviral e anti-hipertensiva.

2. É um aliado do cérebro?
Sim. Auxilia o cérebro na liberação de estimulantes naturais, como a adrenalina (hormônio relacionado com a disposição e euforia) e a dopamina, conhecida como o “hormônio da felicidade”, que está associada com a motivação.

3. Traz energia e menos fadiga?
Das evidências científicas sobre os efeitos fisiológicos do café, e talvez o mais conhecido, é o ganho de energia extra, um aumento da disposição que ocorre graças à cafeína, alcaloide estimulante para o sistema nervoso central e, por isso, capaz de combater aquela sensação de fadiga, após um dia muito exaustivo de estudos ou trabalho.

4. Pode se tomar café sem limites?
Apesar dos benefícios para saúde, o consumo de café deve ser moderado. O excesso de cafeína pode desencadear irritação, ansiedade, nervosismo, agitação e arritmias.  A qualidade do sono pode ser afetada, com crises de insônia, prejudiciais à qualidade de vida e regulação do metabolismo. Em casos mais graves e raros pode se chegar a uma overdose de cafeína com aceleração cardíaca, tonturas, descontrole muscular e dificuldade para respirar.

5. Qual a dose certa?
A tolerância à cafeína é variável em cada pessoa, de acordo com a idade, altura, peso e hábitos de consumo diário da bebida. É importante não contabilizar apenas a cafeína do café, mas do consumo geral, incluindo as fontes de cafeína de outros alimentos. Para um adulto saudável, com cerca de 70 kg, de 300 a 400 miligramas, como dose diária de cafeína, segundo a European Food Safe Authority.

6. Há um horário ideal para o consumo de café?
O ideal é consumi-lo até o meio da tarde. Por interferir no sono, para algumas pessoas, pode causar um prejuízo de atenção e concentração no dia seguinte. Mas dependerá do tipo de café: grãos com maior teor de cafeína ou menor ou se é expresso ou coado.
A bebida também possui substâncias que atrapalham a absorção de certos nutrientes. Por isso, se consumido logo após o almoço, pode dificultar a absorção de ferro presente nas carnes, vegetais e feijões e a combinação com o leite pode interferir na quantidade de cálcio absorvida pelo organismo. O recomendado é tomar café duas horas antes ou após as principais refeições.

7. Quem não pode tomar café?
De forma geral, a bebida não é a ideal para gestantes, mulheres que estão amamentando, pessoas com distúrbio de sono, indivíduos que sofrem com crises de ansiedade e pânico, menores de 12 anos e pessoas com refluxo. Portadores de problemas cardíacos ou glaucoma devem evitar ou consumir com orientação médica.

8. Há um tipo melhor de café?
O café expresso tem o triplo de cafeína que o coado. Enquanto apenas 30 ml de café expresso, tem 60 mg de cafeína, 125 ml (meia xícara) de coado tem 85 mg. A melhor opção é escolher o coado.  Já o solúvel e o descafeinado passam por várias etapas no processo industrial. Pesquisa realizada no Reino Unido sugeriu que, embora prático, o café instantâneo pode acelerar o envelhecimento. Quanto ao descafeinado, alguns produtos usados no processo de descafeinação podem oferecer riscos à saúde, como o cloreto de metileno, que pode afetar o sistema nervoso central.  Porém, nem todas as indústrias utilizam esta substância.

9. Posso tomar café amanhecido?
O café não deve ser consumido 30 minutos após o preparo, pois além da alteração no paladar e aroma, ocorre o início de um processo de oxidação, gerando a degradação das substâncias da bebida, o que pode gerar efeitos prejudiciais para saúde, como náuseas e até problemas gastrointestinais.

10. Cafeína é uma droga e vicia?
A cafeína é um composto que pode ser classificado como droga, se considerarmos seu poder estimulante do sistema nervoso e, portanto, favorecer um estado de alerta, com um aumento da concentração, atenção e até euforia, com um consumo em excesso. Estes efeitos no organismo não são iguais para todas as pessoas. Fatores como idade, peso e a própria capacidade do fígado de digerir a cafeína interferem na sua ação.

A necessidade exagerada de consumo pode sinalizar certo “vício”. Porém, no caso do café, muitas vezes o que se tem é uma dependência mais psicológica do que biológica, ao se fazer a associação que a bebida pode proporcionar maior disposição e energia, em um momento de stress, por exemplo. A rápida absorção da cafeína traz esta sensação de bem-estar e mais energia. Quando não se consume, a sensação passa a ser de abstinência.

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EDNA A VAIROLETTI
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