21/05/2024 às 10h44min - Atualizada em 22/05/2024 às 04h02min

População em situação de rua é grupo de risco para dengue; movimentos populares destacam necessidade de vacinação

Vacinas contra gripe e Covid-19 já destacam essa população no atendimento priorizado, mas para dengue, ainda não há esta regra

EDUARDO BETINARDI
Divulgação
Um grupo que ainda não foi tipificado como prioritário para vacina contra dengue é a população em situação de rua. O Ministério da Saúde selecionou o grupo de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos como prioritário por apresentarem melhor resposta à vacina e, em caso de não serem vacinados (as), tem maior chance de hospitalização em caso de segunda infecção. Porém, pessoas de todas as idades têm a mesma chance de pegar a doença. E a população em situação de rua, segundo movimentos sociais voltados a esse público, encontra-se no grupo de maior risco e deve merecer atenção especial.

“Muitas pessoas em situação de rua acabam por passar muito tempo próximos a focos da doença, como água parada em ruas”, explica Leonildo José Monteiro Filho, coordenador nacional do Movimento Nacional da População em Situação de Rua e presidente do Instituto Nacional de Direitos Humanos da População de Rua (INRua). Esses grupos vêm discutindo com representantes do poder público possibilidades de proteger a população em situação de rua. “Consideramos que seja um público prioritário pela proximidade com focos de doença, e que necessita maior acesso a atendimentos de saúde em caso de dengue”, complementa. Essa população também, muitas vezes, se desloca constantemente e nem sempre consegue aderir às orientações corretas de prevenção de doenças, tampouco acessar repelentes, em razão dos escassos recursos econômicos.
A população em situação de rua foi incluída como prioritária em outros planos nacionais de operacionalização de vacinação como, por exemplo, contra a Covid-19 e a gripe. “Com a chegada de dias mais frios, que já são uma ameaça à saúde dessa população, os casos de gripe aumentam”, reforça Monteiro Filho. Curitiba, capital mais fria do Brasil e sexta cidade do país com maior porcentagem de pessoas em situação de rua (de acordo com relatório do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania), promoveu ações específicas para aumentar a vacinação.

A campanha ImunizaJáCuritiba destaca esta população entre grupos prioritários para vacina de gripe e Covid-19. Mas, seguindo indicações do Ministério da Saúde, ainda não incluiu no grupo para vacina de dengue. Apenas casos específicos, como em estados que tinham doses prestes a vencer, ampliaram a idade do público-alvo, mesmo que sem destacar grupos prioritários como a população em situação de rua. O Paraná chegou a decretar estado de emergência em saúde pública em março devido o aumento de casos de dengue, que só apresentou queda na semana passada (de acordo com o último informe semanal de abril do Ministério da Saúde). É com este cenário que representantes da população em situação de rua se preocupam e insistem para serem incluídos nos atendimentos prioritários de vacinação. “Ainda que vacinas de Covid-19 e gripe estejam disponíveis, é preciso de mais do que isso para proteger uma parcela da população que está cada vez mais vulnerável. A vacinação é mais do que um direito, é necessidade, e precisamos de ajuda”, finaliza Monteiro Filho.
 

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