13/05/2024 às 14h21min - Atualizada em 13/05/2024 às 16h01min

Pesquisadores da Unisa realizam estudo sobre o efeito do tabagismo em implantes dentários

O estudo conclui que a falta de manutenção e de orientação de como limpar implantes de forma adequada pode promover a perda de implantes em fumantes; o tabagismo mata 8 milhões de pessoas por ano;

GENINHA MORAES
Unisa
Divulgação/Unisa

A pesquisa liderada pelo professor do programa de mestrado e doutorado da Universidade Santo Amaro (Unisa), Caio Vinicius Gonçalves Roman-Torres, e conduzida pelos alunos de Pós-Graduação em Odontologia, avaliou a influência do tabagismo em implantes dentários. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu em 31 de maio o Dia Mundial Sem Tabaco, cujo objetivo é conscientizar a população de seus malefícios. 

A análise ‘Reabilitação com implantes dentários em pacientes fumantes’ da Unisa, acompanhou por cinco anos a influência do tabaco em tabagistas com implante dentário. Participaram do estudo os alunos de Pós-Graduação da Unisa, Edson Gracia Neto e Fernanda Pasquinelli sob coordenação dos Professores Caio Roman-Torres e Débora Pallos. A pesquisa teve, ainda, o apoio dos estudantes de Pós-Graduação em Odontologia e do departamento de Estomatologia, Universidade Federal do Paraná (UFPR). 

De acordo com o professor Caio, a pesquisa aponta que o tabaco pode causar alterações nos tecidos ao redor de implantes “Observamos uma redução do fluxo sanguíneo, na resposta inflamatória e imunológica, na cicatrização tecidual, modificação na composição da placa bacteriana, aumento da profundidade da bolsa e maior perda de tecido na inserção dos implantes”, detalha Roman-Torres.  

A amostra contou com 70 pacientes fumantes, que realizaram implantes entre 2014 e 2015. Durante o período de cinco anos, o grupo foi acompanhado e realizou exames clínicos e radiográficos. A análise indicou a presença de placa bacteriana em 54,7% dos implantes, ou seja, mais da metade dos implantes avaliados não estavam sendo limpos adequadamente e com isso observamos uma maior perda óssea nesses locais decorrente da presença da placa bacteriana.  

O acúmulo constante de placa bacteriana e a falta de manutenção (muitos pacientes acham que implantes não precisam ser limpos) são os principais vilões para todos, mas quando adicionamos o tabagismo na vida dos pacientes tudo fica muito pior. O efeito do hábito de fumar é por muitas vezes decisivos nos sinais e sintomas de doença ao redor dos implantes e quase sempre passa despercebido pelos pacientes, que quando procuram tratamento já estão com doença instalada e a perda do implante é inevitável.  

Várias outras lesões podem ser encontradas na cavidade bucal de indivíduos fumantes como a leucoplasia e a eritroplasia. A cavidade bucal está em contato íntimo com o tabaco e, portanto, durante a combustão, há liberação de subprodutos que levam ao ressecamento da mucosa, aumentando assim a camada de queratina, o que facilita a ação de outros elementos carcinógenos. A agressividade acontece em função da liberação de substâncias cancerígenas aliadas às altas temperaturas. O tabaco para mascar também propicia o aparecimento de doenças em cavidade bucal pois resíduos podem ficar acumulados entre a língua e a bochecha, e, assim, há maior tempo de contato entre essas substâncias e a mucosa. 

Estudos epidemiológicos têm mostrado que a gravidade de diversas doenças aumenta quanto maior for a frequência do consumo de fumo. No que diz respeito à doença periodontal, alguns autores relatam que a perda de inserção, formação de bolsas periodontais assim como perda óssea alveolar são os achados mais recorrentes. Tanto a gengivite como a doença periodontal são consequências do processo inflamatório dos tecidos que promovem a sustentação dentária e o sangramento gengival pode evoluir para casos de mobilidade e até perda dental.


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Geninha Moraes
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