08/05/2024 às 13h44min - Atualizada em 08/05/2024 às 16h01min

Fascite plantar: a dor no calcanhar que incomoda os primeiros passos

Fisioterapia desempenha papel significativo no tratamento

Divulgação
A fascite plantar é um tipo de inflamação mais comum do que se pensa. Seu principal sintoma é a dor no calcanhar, descrita comumente como uma “pontada”.

A estimativa é de que perto de 10% da população mundial, incluindo o Brasil, apresente esse tipo de ocorrência. Entre os adultos, os registros saltam para até 20% do total de pessoas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os cuidados devem ser maiores em algumas faixas etária, como entre 40 e 60 anos de idade, relata Ariane da Rocha, fisioterapeuta da Hapvida NotreDame Intermédica.

“Essa 'pontada’ no calcanhar é uma dor que tipicamente possui um início insidioso e sem irradiação, muitas vezes ao sair da cama de manhã, e tende a aliviar após dar os primeiros passos”, explica Ariane.

Os fatores de risco passam pelo aumento repentino de distância percorrida ou intensidade nos treinos, especialmente nos de impacto. Obesidade e sobrepeso estão nessa lista de fatores, além de treinamento exaustivo de resistência, como corrida e dança, sem os devidos intervalos para descanso e recuperação.

Parte dos casos se origina do campo profissional. Trabalho exaustivo em pé e o uso de calçados duros e desconfortáveis são fatores de risco.

Outro grupo de pacientes se origina de alterações anatômicas, a exemplo dos pés planos – condição em que toda a sola do pé toca no chão. Há casos em pessoas que têm arco aumentado ou pé cavo – apresentam o arco bem curvo, podendo causar lesões de sobrecarga, pois apenas a parte da frente e de trás da sola tocam o chão.

O acompanhamento de profissionais da saúde é fundamental. A fisioterapia desempenha um papel significativo no tratamento. “Existem diversas técnicas terapêuticas que podem ser aplicadas”, diz a especialista.

A mobilidade é fundamental para aliviar a contração excessiva da fáscia plantar, ocorrendo a redução da dor. “Na terapia manual, o profissional vai verificar se algum músculo está exercendo tensão no membro afetado. Para isso, ele utiliza ferramentas específicas como o gancho para soltar e tratar as fibras, trabalhando a fáscia muscular para reduzir a tensão do membro”, afirma.

Outra técnica é a eletroestimulação. A fisioterapeuta conta que a terapia de ondas de choque auxilia na redução da inflamação local e estimula a reparação do tecido. Já a posturologia busca algum tipo de disfunção – como pés planos ou arcos, se os calçados utilizados estão de forma adequada e/ou há necessidade de palmilha, e uma eventual sobrecarga na postura em pé.

Cuidados com a musculatura

“Manter um peso adequado ajuda a reduzir a pressão sobre os pés e sobre a fáscia plantar. Também nesses casos, recomendamos o acompanhamento médico especializado”, reforça Ariane.

O fortalecimento muscular entra na lista de práticas saudáveis, com a realização regular de exercícios de alongamento para os músculos da panturrilha, tendões e fáscia plantar. Outra indicação é fortalecer os músculos ao redor do tornozelo e da planta do pé.

A fisioterapeuta destaca ainda a importância da análise personalizada. "Nenhum atendimento é padrão. Avaliamos as necessidades específicas de cada paciente e montamos a abordagem de tratamento mais adequada para cada quadro, que pode ou não precisar também de acompanhamento médico, como nos casos de pacientes com inflamações tendíneas ou comprometimento vascular”, conclui.
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