21/07/2023 às 13h24min - Atualizada em 21/07/2023 às 20h10min

Autor lança ensaio sobre formação em psicanálise

Tiago Mussi conta bastidores do ofício em "O ano em que me tornei psicanalista"

Cultura
Tiago Mussi. Foto Divulgação
As dúvidas e angústias compartilhadas nos divãs pelos pacientes são parecidas com as do próprio analista, como revela o novo livro de Tiago Mussi, "O ano em que me tornei psicanalista". O texto traz a trajetória dele como psicanalista, com ênfase no período em que faz sua formação na Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro (SBPRJ), ligada à Associação Psicanalítica Internacional (IPA), da qual é membro. Tiago Mussi é psiquiatra com mestrado em Psicologia pela Université Paris 13.
 
Considerado um ensaio de formação pelo autor, o livro lançado pela editora Blucher parte da autoficção para explicar os mistérios que cercam o ofício. Ao expor os bastidores sem medo, ele convida o leitor a testemunhar a formação de um analista, a partir dos relatos sobre sua primeira paciente, e os obstáculos que precisa vencer diante dos jogos sutis da transferência. Ao mesmo tempo, Tiago Mussi lembra da infância, fala dos questionamentos feitos na própria análise e detalha a supervisão recebida por uma analista mais experiente.

Na apresentação, o psicanalista e membro da Société Psychanalytique de Paris (SPP) Admar Horn esclarece que os profissionais se tornam "psicanalistas, entre outras coisas, por causa da relação entre psicanálise e verdade", e que essa "é o alimento da alma”.

“Talvez a escrita seja, ao lado da psicanálise, a única forma possível para desvelar o que se esconde sob o sentido manifesto das palavras. Será? Assim me parece. Se por um lado tanto o exibicionismo quanto o voyeurismo me impediriam de ir além do que Freud foi ao revelar seus próprios desejos em 'A interpretação dos sonhos', por outro, a escrita, e, sobretudo, a escrita da psicanálise, poderia me libertar”, escreve Tiago Mussi.
 
Em outro momento, o autor conta como a nova obra estabelece uma ligação entre ele e as pessoas citadas na história, como seu analista e sua supervisora, para falar também de como os ofícios de escritor e de psicanalista se aproximam:
 
“Poderia dizer, à maneira de Lacan quando falava da família, que somos escritos pelo livro, mais do que o escrevemos.”
 
Além de "O ano em que me tornei psicanalista", Tiago Mussi escreveu “Onde os paranoicos fracassam” (romance) e “Por que os loucos escrevemos livros tão bons?” (contos). Em 2016, recebeu o Prêmio Rio de Literatura por “Tão fútil e de tão mínima importância” (romance). 
 
Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp