13/07/2023 às 15h02min - Atualizada em 15/07/2023 às 00h04min

Mudanças na alimentação podem diminuir compulsão alimentar

Nutricionista explica como uma dieta adequada, fórmulas ortomoleculares e terapia podem ser aliados contra a compulsão alimentar

Amanda Silveira
Em Pauta
Elisa Lobo
A compulsão alimentar é um dos fatores que levam à obesidade e, para a nutricionista ortomolecular, Elisa Lobo, é totalmente possível tratá-la através dos ortomoleculares. Ela explica que colocando compostos bioativos que diminuam o cortisol, hormônio da ansiedade, e adicionando nutrientes que estimulem a produção de serotonina, neurotransmissor do bem estar, há grandes chances de sucesso. Além disso, é importante evitar alguns alimentos, específicos a cada paciente, que podem colaborar com os quadros de compulsão e inserir na dieta alimentos ricos em triptofano, como por exemplo: cacau, banana, aveia e ovos.
Elisa comenta que a compulsão alimentar precisa ser identificada e que não é apenas o ‘comer muito’ que a define. A ingestão exagerada de alimentos na compulsão ocorre sem a presença de fome, em curto espaço de tempo. “Muitas vezes, o paciente não sabe que tem compulsão, ele só gosta muito de comer, ele não sabe o que é ou não compulsão. Algumas pessoas comem muito, mas não tem compulsão alimentar. Outras pessoas comem não só em grandes quantidades como sem nenhum parâmetro. Começam comendo arroz e daqui a pouco estão comendo macarrão, brigadeiro e voltam para o arroz. Não há padrão, é uma compulsão”, explica.
Para ela, é importante que o tratamento seja feito em conjunto com o profissional de saúde mental. Em seus protocolos de trabalho e grupos online, Elisa opta sempre que possível pela presença de um psicólogo para que ele consiga junto com ela ajudar esse paciente a lidar com os momentos de compulsão e muitas vezes até interrompê-los, através de técnicas específicas.
Outro fator comentado pela nutricionista é a restrição. Para ela, dietas muito restritivas podem gerar compulsão. “Você fica muito irritado, aumenta a sua ansiedade e ansiedade é um grande gatilho para compulsão”, afirma. Além disso, Elisa comenta que o paciente em restrição passa a sentir a falta de tudo o que gosta e, a partir daí, não busca nutriente na comida, nem energia, ele passa a buscar unicamente o prazer. “Para mim, é importante trazer gradualmente uma mudança de hábitos”, destaca.
As fórmulas ortomoleculares são aliadas importantes no tratamento. Mas, a profissional alerta para o fato de que essa prescrição seja feita de modo individualizado, pois cada caso é único e peculiar. “Se o caso identificado é de um paciente que tem compulsão noturna, por exemplo, a prescrição é feita especificamente para o caso, evitando que ele acorde de madrugada para comer ou então que ele acorde, mas consiga voltar dormir. Então, são detalhes que a gente tem avaliar individualmente”, afirma.
Para Elisa Lobo, é muito importante aprender a lidar com as recaídas. Segundo ela, é fundamental entender que o processo é simples. “Hoje não consegui, mas consigo amanhã. Hoje foi só um dia! Ou então, eu fiz um ótimo dia e falhei em algum momento. Então se eu fiz 75% bem, está ótimo. Amanhã tento fazer um pouco mais e assim a gente vai lidando de uma forma mais leve com o processo”, finaliza.
 
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