Doação de leite materno: pediatra aponta os mitos e as verdades sobre a ação

Especialista esclarece que a falta de informação faz com que muitas mulheres não doem leite por não saberem que é possível ou por receio de que possa fazer falta ao filho

São Paulo, maio de 2023 – Em 19 de maio, é celebrado o Dia Nacional e Mundial da Doação de Leite Humano. A iniciativa busca promover e divulgar informações sobre a importância da doação de leite, do aleitamento materno e dos bancos de leite disponíveis. Para se ter uma ideia da relevância do ato, um mililitro de leite humano é capaz de salvar a vida de um prematuro e, ainda, de diminuir o tempo de internação e o risco de complicações gastrointestinais. 
Para a pediatra e neonatologista do Grupo Trasmontano Patricia Terrivel, que integra o Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, o tema não recebe a mesma atenção que outros, e é urgente a busca por doações para maternidades e bancos de leite.

“Infelizmente, ao contrário de outras campanhas, a doação de leite não recebe a mesma atenção, e devemos lutar por isso. Muitas pessoas não sabem que é possível doar o leite materno e que ele salva vidas”, afirma a médica. “O bebê que recebe leite de fórmula tem maiores chances de desenvolver infecções. Quando recebe um leite humano pasteurizado, que é o de doação, ele fica menos tempo internado e diminui os riscos de problemas à saúde”, acrescenta.

A especialista explica que muitas mulheres não doam porque não sabem que é possível ou têm receio de que o leite ofertado possa fazer falta ao filho que está sendo amamentado. “Por isso, devemos garantir cada vez mais o acesso à informação, para que essas dúvidas sejam sanadas. Os seios são produtores, e não estoque, então nesse caso específico o leite não vai acabar porque a mãe faz doação. Pelo contrário, acontece estímulo e, como consequência, uma produção maior”.

Como doar

Toda mulher saudável que amamenta pode ser doadora de leite, desde que não tome medicação que possa interferir no processo. A avaliação é feita por meio do banco de leite, que deve ser contactado pela mãe que deseja doar.

No portal da Rede Global de Bancos de Leite Humano, é possível encontrar a lista de unidades de bancos em funcionamentos e todas as informações sobre como doar.

“Entrando em contato com o banco de leite mais próximo, a equipe responsável vai colher os exames, e a mãe, estando apta, receberá em casa os potes próprios para o armazenamento. A mulher não precisa se dirigir ao hospital para doar leite”, esclarece a pediatra Patricia Terrivel.

“Também é importante orientar que o banco de leite não existe apenas para doação, ele é responsável pelo manejo clínico e pala amamentação. Então, se uma mulher apresenta dificuldades em amamentar, pode buscar apoio nestes locais”, conclui a especialista.

Mitos e verdades sobre a doação de leite

1.Quanto mais amamenta, mais leite produz.
Verdade. Isso acontece porque existem os estímulos físico e químico. Então, quanto mais a criança sugar, mais leite será produzido pela mulher.

2.A mulher precisa ter uma alimentação específica para doar leite.
Mito. Na alimentação não precisa mudar nada.

3.Doar leite pode diminuir as feridas nos seios
Mito. Se uma mulher está com machucados ou com dores, ela pode buscar uma consultora de amamentação ou procurar diretamente os bancos de leite que irão auxiliar para melhorar a amamentação.

Sobre o Grupo Trasmontano

Com mais de 90 anos de atuação no setor da saúde, o grupo é formado pela operadora com cerca de 100 mil vidas, o Hospital IGESP Paulista, que hoje é referência em medicina de alta complexidade em São Paulo e demais unidades, Hospital IGESP Santana, e Pronto Atendimento IGESP Praia Grande. Além da FASIG – Faculdade de Ciências da Saúde IGESP, uma instituição que tem em sua essência a responsabilidade com a qualidade da saúde no país por meio da formação qualificada dos novos profissionais que irão integrar a saúde brasileira. Para outras informações acesse: Grupo Trasmontano