13/02/2023 às 10h16min - Atualizada em 13/02/2023 às 16h04min

Uso de agrotóxico precisa ser revisto, alerta oncologista

O médico Ramon Andrade de Mello alerta que os pesticidas ampliam óbitos por câncer

SALA DA NOTÍCIA Emilly Santos
Divulgação
O Brasil é o segundo país do mundo no uso de agrotóxicos nas suas lavouras. Os pesticidas contribuem para o aumento da produtividade do agronegócio, mas podem trazer grandes impactos para a saúde. “Precisamos rever o uso desses produtos, que têm grande potencial para provocar doenças oncológicas não apenas nos trabalhadores rurais, mas também na população que consome alimentos tratados com defensivos agrícolas”, alerta o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), em São Paulo, e médico pesquisador honorário do Departamento de Oncologia da Universidade de Oxford, no Reino Unido. 
 
“Na literatura médica internacional estão registrados milhares de casos de doenças oncológicas relacionadas à aplicação de agrotóxico nas lavouras”, afirma o médico. Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), o uso de pesticidas provoca mais de 70 mil intoxicações agudas e crônicas que evoluem para óbitos, todos os anos. Em 2015, uma avalição da Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) mostrou que substâncias como a malationa, a diazinona e o glifosato, amplamente aplicadas com autorização governamental nas lavouras brasileiras, estão entre os defensivos agrícolas mais perigosos para a saúde humana. 
 
Ramon Andrade de Mello esclarece que estudos científicos comprovam que as moléculas dos agrotóxicos aceleram as mutações nas células cancerígenas: “Câncer de mama, testículos e fígado são algumas neoplasias provocadas pelo uso dessas substâncias tóxicas. O grupo de risco inclui ainda as gestantes. Quando expostas aos pesticidas, essas mulheres apresentam alto risco de ter filhos com diagnóstico de leucemia e linfoma”.
 
O uso de defensivos agrícolas vem passando por questionamentos frequentes. Em 2015, por exemplo, a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) publicou uma avaliação da carcinogenicidade de cinco ingredientes ativos de agrotóxico agregando estudos de onze países, incluindo o Brasil. O levantamento mostrou que a malationa, a diazinona e o glifosato, autorizados e amplamente aplicados nas lavouras brasileiras, estão entre aqueles que apresentam grandes riscos para a população.
 
“A presença de agrotóxicos não se limita aos alimentos in natura. Devido ao processo de bioacumulação, vamos encontrar sua presença inclusive em produtos alimentícios processados pela indústria como pães e biscoitos, que têm o trigo, o milho e a soja como ingredientes”, detalha o oncologista.
 
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
 
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO). 
 
Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.
 
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