A morte vem quase como um insulto. Frio, seco, inesperado. Não pede licença, não liga antes. Vem e pronto. E ninguém discute. A morte quando chega não faz alarde. Vem suave como uma brisa, vem rasteira, silenciosa. Quando vai se dar conta, pronto. Já veio e já se foi. E com ela levou alguém. Levou um pai, um irmão. Uma Maria, uma Clarice.
Às vezes a morte tem ajudantes.
A morte em si não é malvada. Ela vem apenas completar um ciclo. Tudo que começa um dia acaba. Ela só vem concretizar uma passagem e garantir que a segunda certeza de nossa vida não se esvaia.
Hitler a adorava. Fazia acontecê-la impecavelmente todos os dias. De preferência antes do café da manhã. Gostava ele do seu leite quente com chocolate e um pãozinho quente que mamãe fazia como ninguém! E antes das nove em ponto já queria alguns judeus no campo de concentração.
Tivemos outros adoradores da morte. Esta – talvez até coitada – levou fama de malvada, sendo que a maldade estava no ato daqueles que ordenavam e não dela sozinha.
Morte é ciclo. Vida é ciclo. O significado que você dá para essas duas palavras é que muda tudo. Se alguns adoradores da morte não tivessem feito com que ela tomasse significado tão tenso, talvez não temeríamos tanto.
Agora, a vida. Depende de você fazer dela apenas um ciclo ou dar um bom significado, fazer algo que marque, que vá servir, que vá ser produtivo para sua e para as próximas gerações. Depende de você fazer algo importante ou só existir. Para de culpar o destino ou o seu horóscopo. Levanta e faz!