03/06/2014 às 16h23min - Atualizada em 03/06/2014 às 16h23min

Que fizeram?

e o que farei?

Isabela Gomes

                      Eu queria escrever uma coisa tão engraçada, mas tão engraçada, que quando uma pessoa fosse contar para outra o que leu, ela não conseguisse falar porque automaticamente começaria a rir até chorar. Esse texto seria tão bom, mas tão bom, que levaria alegria até para... para um soldado que perdeu o braço na guerra! 

            Eu queria escrever um texto tão emocionante que faria os corações mais duros começarem a derreter. Um texto em que a pessoa praticamente sentisse os cheiros descritos e se impressionasse. Uma crônica em que o leitor se identificasse!
            Mas... isso não sou eu que decido não. Sou apenas as mãos que colocam uma série de palavras em ordem, uma atrás da outra, acompanhadas de pontos e vírgulas, conforme as regras (ou não) da já falecida Língua Portuguesa. – e só!
            Sim, falecida. Esse negócio que vocês – moços que mudam a língua - têm como resultado depois de tantas reformas ortográficas, eu não sei o que é. Tira hífen, põe hífen, sai o trema, perdem-se os acentos agudos, separa sufixo, junta prefixo... E, para que mesmo? Aceitem que o Português é pouco falado e o português, o brasileiro e o africano jamais falarão do mesmo jeito! Sem falar que nós criamos este acordo e só nós seguimos! É um acordo só de um ? O Português é para poucos... deixa ele permanecer assim. Muitas vezes nem seus nativos o entendem! Isso que torna inculta e bela nossa Língua Portuguesa. Que ela descanse em paz. 
            E Rubem Braga que me perdoe por gostar tanto de sua crônica a ponto de tentar intertextualizá-la para dar início ao meu desabafo; eu precisava tirar essas palavras entaladas das pontas dos dedos: Que fizeram com nossa língua?

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