21/05/2024 às 16h37min - Atualizada em 22/05/2024 às 04h02min

Maio Roxo e doenças inflamatórias intestinais

*Karoline Albini Schast

MARINA OLIVEIRA
Rodrigo Leal

As doenças inflamatórias intestinais (DII) são um conjunto de condições crônicas que afetam o trato gastrointestinal. Entre as mais comuns estão a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa.

Para entender melhor as DII é importante conhecer suas características específicas. A doença de Crohn, por exemplo, pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal, desde a boca até o ânus, mas é mais comum no final do intestino delgado (íleo) e no intestino grosso (cólon).

Ela causa uma inflamação que pode se estender através das camadas do tecido intestinal, resultando em sintomas como dor abdominal, diarreia, perda de peso e fadiga. Já a retocolite ulcerativa afeta apenas o cólon e o reto, causando inflamação e formação de úlceras na mucosa intestinal, levando a sintomas semelhantes, como sangramento retal, dor abdominal e urgência em evacuar. As duas doenças refletem os principais sintomas da maior parte das DII, que também podem incluir muco ou pus nas fezes, falta de apetite e diarreias que se estendem por mais de duas semanas.

Os fatores de risco para o desenvolvimento de DII são variados e ainda não completamente compreendidos. No entanto, sabe-se que existe uma combinação de predisposição genética, desregulação do sistema imunológico e fatores ambientais que podem desencadear o surgimento dessas doenças.

O histórico familiar, por exemplo, aumenta o risco de uma pessoa desenvolver a condição. Além disso, fatores como tabagismo, dieta rica em gorduras e açúcares, estresse e uso de alguns medicamentos também podem desempenhar um papel no desenvolvimento ou no aparecimento dos sintomas.

Algumas evidências sugerem que as mulheres têm probabilidade ligeiramente maior de desenvolver DII do que os homens, por questões hormonais e comportamentais. Outros fatores que podem aumentar o risco incluem o uso prolongado de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), infecções intestinais prévias, condições autoimunes coexistentes e alterações na microbiota intestinal. No entanto, é importante ressaltar que nem todas as pessoas com esses fatores de risco desenvolverão DII, e muitas vezes a interação complexa entre fatores genéticos, imunológicos e ambientais desempenha um papel crucial na patogênese dessas doenças.

É fundamental a abordagem multidisciplinar no tratamento destas doenças, incluindo terapia medicamentosa para controle da inflamação e alivio dos sintomas, prevenindo também recorrência do quadro, além de terapia nutricional, afim de trazer uma dieta equilibrada que proporcione o bom funcionamento do intestino e exclua alimentos que possam vir a causar sintomas. Além disso, é necessário o acompanhamento psicológico para a gestão de estresse pode ser útil para o paciente lidar com o desencadeamento de surtos e com os aspectos emocionais correlatos à doença.

Doenças inflamatórias intestinais são condições crônicas complexas e debilitantes que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. O Maio Roxo é a oportunidade de evidenciar estas doenças para que haja a conscientização e o aumento do diagnóstico precoce, o tratamento e o manejo dessas condições, visando assim a melhor qualidade de vida dos pacientes afetados.

*Karoline Albini Schast é professora do Bacharelado de Nutrição no Centro Universitário Internacional Uninter.


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MARINA DE OLIVEIRA PIMENTEL
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