Reprodução/CCR RioSPDesde 31 de março, o Brasil tem testemunhado a vanguarda de uma revolução no sistema de pedágio com a implementação pioneira do sistema free flow na BR-101 (Rio-Santos), administrada pela CCR RioSP. De março a julho, foram mais de 4 milhões de transações, o equivalente a 1 milhão de passagens mensais. O uso de tags para pagamento das tarifas dos pedágios nesse sistema também reportou números positivos. No terceiro mês de operação houve um crescimento de 74% no uso de tags, indicando uma adesão expressiva de motoristas por meios de pagamento automático, de acordo com o primeiro relatório disponibilizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Esses resultados e as perspectivas refletem um marco significativo no panorama rodoviário do país, com potencial para transformar a experiência dos brasileiros nas estradas. Outro resultado positivo que reforça a aceitação da nova tecnologia refere-se ao indicador de adimplência total nos pagamentos. Segundo a CCR Rio SP, no último mês, a média registrada foi de 87,5% trazendo boas perspectivas e caminho para a ampliação da tecnologia no país e aculturamento da sociedade. Em outros países onde o sistema já opera, a taxa inadimplência varia entre 17% e 22%. Por outro lado, para pagamentos realizados com tags eletrônicas, a adimplência é de 100% das tarifas, visto que são feitos automaticamente ao motorista passar pelos pórticos.
A Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade (Abepam) tem sido protagonista na disseminação e ampliação da discussão sobre o tema no país, uma vez que o Brasil já conta com mais de 12 milhões de veículos com tags de pagamento automático e há enorme potencial para crescimento. “Nós sabíamos que a experiência fluída e sem atritos que o free flow permite seria um sucesso e os números mostram isso. A partir de agora, a adoção em novas concessões deve aumentar a cada ano, como no sul do país, que deve ter o sistema implantado em breve”, afirma Carlos Gazaffi, presidente da Abepam e do Sem Parar. “Atuamos para contribuir com a discussão do tema quando ele ainda era uma ideia e agora nosso trabalho na Abepam é demonstrar que a experiência Free Flow pode ser ainda mais fácil quando se tem uma tag instalada”, conclui.
Em operação em caráter experimental nos últimos seis meses, com duração de doze meses (prorrogáveis) e resultado de sandbox regulatório estabelecido entre a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a concessionária, a avaliação tem sido a melhor possível e outros dados reforçam a eficácia do novo sistema de controle de pedágio, como o notável percentual de leitura de tags e placas de veículos, respectivamente em 98% e 99% (primeiros três meses). O relatório ainda informa que houve um predomínio de veículos de passeio na via, representando 92% do tráfego.
Free flow no radar de governos estaduais
Além do Rio de Janeiro, outros estados brasileiros estão planejando adotar o sistema free flow em suas rodovias. No Rio Grande do Sul, a instalação do primeiro pórtico pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), em Flores da Cunha, no Km 99 da ERS-122, já está em andamento e deve ser finalizada em breve para dar início ao período de testes. A cobrança oficial está prevista a partir de dezembro e outros cinco pórticos serão instalados nos próximos meses como resultado de decreto assinado pelo governador Eduardo Leite, em agosto. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas anunciou que o sistema deve também ser implementado no trecho norte do Rodoanel, com possibilidade de ampliação para outras regiões do estado.
Benefícios do sistema
O sistema de pedágio free flow oferece uma série de vantagens significativas para os motoristas de rodovias, aprimorando consideravelmente a experiência de viagem e simplificando o processo de pagamento. Aqueles motoristas que já contam com a conveniência da tag instalada em seus veículos, já desfrutam de benefícios como agilidade do pagamento, redução de congestionamentos e descontos na tarifa que podem variar de 5% a 70% (veículos de passeio), a depender da frequência de passagem pela rodovia. Além desses benefícios, o free flow agrega à experiência do motorista a economia de combustível, em função da diminuição na necessidade de parar e reiniciar o veículo nas praças de pedágio, reduzindo também as emissões de poluentes.
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