Tendência mundial no setor de eventos, a agenda ESG vem ampliando o seu protagonismo no segmento brasileiro, despontando de diferencial para requisito obrigatório, em especial para a atração de grandes feiras internacionais e patrocínios. Um dos maiores players do mundo, a multinacional francesa GL events foi uma das pioneiras a adotar medidas ambientais, sociais e de governança que a colocam em destaque no Brasil. Hoje, a companhia atua com energia 100% renovável e internacionalmente certificada pelo I-REC – International Renewable Energy Certificate -, um movimento que teve início ainda em 2017. Além disso, toda a energia proveniente da rede da distribuidora utilizada pela companhia é carbono zero. Entre outras medidas adotas pela empresa estão ainda o cuidado com a Governança, o estímulo à liderança feminina e a gestão de resíduos para a reciclagem.
Desde o início da sua transição, a GL events já consumiu 67 milhões de kWh de energia renovável. Isso significa que, se considerarmos que o consumo médio de uma residência brasileira é de 168 kw segundo dados oficiais, essa energia seria capaz de atender a cerca de 11 mil residências, pelo período de um ano.
Responsável pela administração de sete equipamentos no país – Riocentro, Rioarena e Lagune Barra Hotel, no Rio; Distrito Anhembi e São Paulo Expo, em São Paulo; Blue Med Convention Center, em Santos, e Centro de Convenções Salvador, na Bahia – a GL events contratou uma consultoria para cuidar do processo.
“Olhamos muito para a sustentabilidade em todas as nossas operações no mundo, um princípio alinhado aos nossos valores, e não seria diferente aqui no Brasil. Começamos com a utilização de energia renovável, o que se tornou um diferencial, contribuindo para trazer grandes eventos internacionais ao país, como o Websummit Rio, por exemplo”, analisa Milena Palumbo, CEO da GL events no Brasil. Só no último ano, os eventos da Companhia somaram mais de 5,5 milhões em público, a posicionando como uma das principais desenvolvedoras de destinos do país.
Para garantir a utilização de energia de fonte renovável, a GL events investe cerca de R$ 600 mil por ano. Entre as origens já utilizadas pela empresa está a energia eólica.
Outros pilares ESG
Recentemente, a GL events criou um Comitê ESG para fomentar não só a discussão, mas o surgimento de novas soluções para o tema. Além da liderança, o Comitê é formado por diferentes níveis hierárquicos para promover uma troca mais ágil e dar mais visibilidade às ideias. Um dos objetivos é alinhar o escopo com as principais ações para cada equipamento administrado.
Segundo Milena, o momento atual é de “construir com cuidado”, valorizando os esforços que estão acontecendo. “Por isso reunimos um grupo eclético para formar o comitê. Queremos estimular o interesse genuíno pelo tema”, explica.
Alguns exemplos de ações já praticadas pela companhia englobam o reaproveitamento de 30% a 40% do material utilizado para a montagem de feiras, por meio da GL Live, área responsável pelo fornecimento de infraestruturas temporárias para eventos de grande porte. A separação de materiais como madeiras, lonas, napas e metais, colaboram com cooperativas e OSC (Organizações da Sociedade Civil), impactando positivamente diversas famílias, direta e indiretamente.
Preocupada em minimizar o impacto das emissões de carbono da última Bienal do Livro Rio, o festival, realizado pela GL events Exhibitions, foi reconhecido como carbono neutro após estudos completos da origem das emissões diretas do evento e, na sequência, a neutralização das emissões excedentes, através da compra de créditos de carbono. O evento também utilizou carpetes ecologicamente corretos, fabricados com material reciclável, 100% PET, para forrar os estandes visitados pelo público.
Já no Centro de Convenções Salvador, todas as embalagens do Operador de A&B foram trocadas para materiais biodegradáveis. Atualmente, entre as iniciativas em implementação, está a gestão de resíduos com a possibilidade de não apenas selecionar o lixo, mas identificar e mensurar o ciclo de vida desse resíduo: seja para o descarte, para a reciclagem ou reutilização, através de metas robustas como a redução de CO2, destinação adequada de resíduos e relatórios dos impactos socioambientais positivos.
A companhia se destaca ainda pela participação feminina na liderança. Além da CEO, a primeira a assumir a posição pela empresa no mundo, a empresa possui cerca de 30% da diretoria composta por mulheres. Essa representatividade sobe para 43,5% nos cargos de gerência e também entre os colaboradores em geral.
Já a área de Compliance, apesar de seguir as diretrizes da França – considerada uma das legislações mais rigorosas do mundo -, a multinacional vem se desenvolvendo e ampliando o escopo de ações. Entre as iniciativas do time brasileiro estão a criação de um código de conduta específico para fornecedores, a criação de uma auditoria interna para suporte às áreas corporativas, investimento em treinamentos diversos durante o ano.
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GIOVANNI MOURAO PINHEIRO
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