Em meio a proximidade do Dia das Mães, neste domingo, dia 12, o reconhecimento às colaboradoras por parte das empresas é fundamental na visão de especialistas da área de Recursos Humanos, não apenas por questão de equidade, mas também pela necessidade de promover um ambiente profissional mais inclusivo e produtivo. Ao longo dos anos, com a transformação do mercado de trabalho, o papel das mulheres - que desempenham papéis multifacetados e que equilibram, com maestria, as responsabilidades oriundas do trabalho com os cuidados junto aos filhos -, vem sendo destacado no meio corporativo, mas de forma gradual, de acordo com a diretora de Estratégia da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seção Minas Gerais (ABRH-MG), Kátia Raphael, que também é mãe de Nilton, 25. “Ao transitar em vários ambientes empresariais - com características culturais diferentes -, tenho constatado alguns pontos em comum nestas empresas, como: o respeito, a admiração, e a indignação voltados para estas mulheres que conseguem levantar e fazer várias coisas ao mesmo tempo”, explica. Entre os pontos positivos dos avanços no mercado de trabalho, Kátia destaca a mudança em relação ao próprio processo da maternidade. “Hoje, por onde ando, vejo empresas respeitando a gravidez como parte natural no desenvolvimento da pessoa e de sua carreira. Ou seja, isso não é mais um impeditivo do ponto de vista profissional, o que me deixa feliz”. A diretora ressalta também que, nas grandes empresas, as colaboradoras - que são mães -, têm sido valorizadas pela competência e ocupam cargos estratégicos. “Em alguns casos, essas profissionais deixam seus filhos com seus maridos e responsáveis e só retornam aos finais de semana. Conheço mães, como eu, que vivem viajando, mas que contam com uma rede de apoio, como babá, motorista, etc. Então, ser mãe não impede de exercer, na plenitude, seu proposito e sua realização profissional”, enfatiza. Para a especialista, um dos desafios enfrentados pelas mulheres, que são mães, no mercado de trabalho brasileiro continua sendo o preconceito. “O machismo é, ainda, presente, então há uma percepção de que a mulher é frágil”. Para a mudança de cenário, Kátia afirma que as empresas precisam de buscar apoio, cada vez mais, da área de RH para que haja transformação cultural. “Elas necessitam, com urgência, de um novo olhar para o entendimento de seus símbolos e suas crenças. Só assim haverá uma mudança profunda em termos de educação, diversidade e inclusão”. Em relação às ações das empresas em prol das profissionais, Kátia lembra que o modelo de trabalho híbrido ou 100% Home Office tem sido os diferenciais na vida de quem concilia a carreira e a maternidade. “Essas modalidades são ótimas, claro se usadas de forma responsiva por parte das trabalhadoras. Trata-se da flexibilidade necessária para equilibrar as demandas do trabalho com as responsabilidades familiares”. A diretora acrescenta, ainda, que outras formas de valorizar essas profissionais são os tipos de benefícios concedidos, como a ajuda financeira para custos com creches, educação, alimentação e saúde. “São necessidades básicas que fazem com que uma mãe se sinta plena no exercício de suas atividades”.
Carmine Furletti
