05/03/2024 às 12h04min - Atualizada em 06/03/2024 às 00h00min

Mulheres que inspiram e transformam

Executivas refletem sobre os desafios em torno das cadeiras de comando e compartilham suas vivências profissionais

LA
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O número de mulheres ocupando cargos de liderança no Brasil tem aumentando, porém, ainda há diversas barreiras quando se olha para o mercado de trabalho. Segundo o  levantamento realizado pela Fesa Group, as mulheres ocupam apenas 34% dos cargos C-Level (diretoria e vice -presidência) em instituições financeiras no país, por exemplo.

Entretanto, ainda que haja um longo caminho a ser percorrido, o apelo pela equidade de gênero e a baixa representatividade de mulheres nas cadeiras de comando, têm levantado debates sobre a importância das empresas promoverem políticas para viabilizar um ambiente mais inclusivo.
Diante desse cenário, executivas refletem sobre os desafios em torno das cadeiras de comando e dão dicas para quem deseja chegar lá: 

 

Marta Celestino, CEO da Ebony English 

Seguimos com muitos problemas de entendimento básico sobre igualdade de gênero, machismo e misoginia contidos nas relações sociais, o que impacta na conquista de espaços de lideranças por mulheres, ao mesmo tempo, a sociedade desperta para discussões necessárias a respeito da necessidade de vencermos de vez as barreiras, o preconceito e a ignorância. Para nós mulheres, é de extrema importância se apegar à essência do nosso poder de existir e criar, e seguir enfrentando e assumindo que temos um problema social que precisa de solução. Preparo técnico, psicológico e visão para além da corporeidade, é o tripé que nos encaminha para o resgate social da figura da mulher como elemento fundamental na construção de uma sociedade igualitária”. 

 

Ednalva Moura, gerente de relações institucionais do Pacto de Promoção da Equidade Racial. 

“Ao abordar os desafios enfrentados pelas pessoas negras no mercado de trabalho é necessário elaborar um plano de carreira profissional, reconhecer e enfrentar as barreiras sistêmicas e estruturais que podem impactar o progresso. Isso inclui a adoção de políticas de contratação e promoção justas, programas de desenvolvimento profissional acessíveis e a criação de um ambiente de trabalho que valorize a diversidade e promova a igualdade de oportunidades para todos os funcionários. As lideranças executivas têm o poder de mudanças e essa pauta deve ser prioridade em suas agendas para promover mudanças na cultura organizacional”. 

 

Marina Vaz, CEO da Scooto

"Em um mundo onde a paridade de gênero avança a passos de formiga e sem vontade, as mulheres encontram-se na cadeira de comando, mas suas vozes ainda são interrompidas, suas capacidades questionadas e suas trajetórias minadas por obstáculos invisíveis. Enquanto as estruturas patriarcais se adaptam, as mulheres se veem menos capazes, menos merecedoras, menos ouvidas. A mudança para a igualdade exige não apenas metas de diversidade, mas uma profunda transformação cultural, onde homens e mulheres, juntos, desafiem o status quo e promovam um ambiente de respeito mútuo, eliminando os estigmas que persistem e, assim, abrindo caminho para um futuro mais equitativo."

Caroline Capitani, VP de Estratégia e Inovação da ilegra, empresa global de estratégia, inovação e tecnologia

“Os desafios enfrentados pelas mulheres na área de tecnologia são diversos, mas o principal está na questão da formação e ingresso em programas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. As mulheres têm sido sub-representadas nessas categorias, resultando em uma menor quantidade ingressando em carreiras tecnológicas desde a base educacional. Há também uma falta de referência de modelos femininos e, consequentemente, a percepção social de que essas áreas são mais adequadas para homens. A inclusão das mulheres neste segmento é crucial para promover a diversidade de pensamento, impulsionar a inovação, criar produtos e soluções mais abrangentes e eficazes, que atendam às necessidades de toda a sociedade”.

 

Viviane Elias Moreira, Executiva de Alta Gestão e Resiliência Corporativa

“Nos dias atuais, acredito que as cadeiras de comando tem  uma série de desafios complexos e dinâmicos, moldados pelas transformações sociais, tecnológicas e geopolíticas que estão em andamento. Como uma mulher negra em posição de liderança, acrescento os desafios únicos,  enraizados em séculos de desigualdade estrutural e discriminação sistêmica. Mas sem dúvida nenhuma o principal desafio dessas cadeiras, no atual momento da sociedade, é conseguir entender o equilíbrio das prioridades pessoais e de negócios, caminhando para modelos de negócios mais humanizados”.


 
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