28/06/2024 às 20h35min - Atualizada em 02/07/2024 às 00h00min

Aspectos regulatórios da bancarização empresarial e os avanços para o mercado de crédito

Stephanie Ferreira
Divulgação
 

Por Ronaldo Oliveira*

 

As inovações vivenciadas pelo sistema financeiro nacional nos últimos anos são profundas e, de modo bastante objetivo, é possível sintetizar essas transformações em um tripé conceitual que envolve: tecnologia + avanços regulatórios + descentralização. 

 

Em conjunto, esses pilares trazem uma série de benefícios para a sociedade e ambiente de negócios do país – da inclusão bancária ao fomento da economia brasileira por meio de um mercado de crédito mais aquecido, passando pela própria maior competitividade do sistema, que favorece, por sua vez, consumidores e empresas. 

 

Observando os dois últimos pilares que sustentam essa cadeia disruptiva (regulação + descentralização), já em 2013, tivemos um passo importante no sentido de maior abertura do sistema financeiro a partir da promulgação da Lei Nº 12.865 que, dentre outros pontos, estabeleceu que a oferta de serviços financeiros, como pagamentos, não seria mais exclusividade de instituições bancárias.

 

Dentro dessa tendência, o Banco Central do Brasil – que capitaneou muito dos esforços que, hoje, já colocam o sistema financeiro do país como um dos mais disruptivos do mundo – editou a Resolução nº 4.656/18, que regulamentou o ecossistema de fintechs de crédito, impulsionando o dinamismo de um setor essencial para a economia brasileira. 

 

E, como frutos desse cenário, vemos um amadurecimento claro dos negócios digitais que realizam operações de crédito no país: segundo a PwC, já em 2022, 79% destas startups se encontravam em fase de expansão ou consolidação, movimentando um volume de crédito próximo de R$ 14 bilhões e com foco bastante direcionado para micro, pequenas e médias empresas – fato que só demonstra o potencial de democratização que os negócios digitais trazem para o mercado.

 

Entrando em mais detalhes da Resolução 4.656, é válido frisar que a norma estabelece os marcos regulatórios das Sociedade de Crédito Direto (SCD) e da Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), sistemáticas que abrem espaço, por exemplo, para a bancarização empresarial que antes era restrita – dado os altos custos e complexidade burocrática – às grandes companhias.

 

Nesse modelo, uma SCD é apta para formalizar contratos de crédito para empresas de todos os portes e, por meio da infraestrutura ágil e simplificada das APIs, uma fintech pode habilitar negócios de diferentes segmentos como correspondentes bancários, sem que eles dependam de grandes bancos para operar.

 

E, além da clara vantagem da independência, agilidade e custos consideravelmente reduzidos que a tendência da bancarização empresarial traz para o ambiente de negócios brasileiro, há ainda a possibilidade de aumento de margem e receita, inclusive considerando que os juros das operações de crédito entram como faturamento para a empresa que decide se bancarizar. 

 

Mais competitividade para o mercado de crédito

Assim, a era da descentralização bancária – que segue a pleno vapor com o andamento do open finance e os processos de modernização guiados pelo BC - trouxe, concomitantemente, mais competitividade para o mercado de crédito.

 

Embora ainda estejamos falando de um setor muito concentrado, há uma nítida (e rápida) transformação que, como frisado anteriormente, só traz benefícios para o país: nesse sentido, segundo o Relatório de Economia Bancária de 2023 do Banco Central, no ano passado os quatro maiores bancos do país concentraram 57,8% das operações de crédito no país (em 2021, ano em que o BC contabilizada as 5 maiores instituições financeiras neste cálculo, a concentração superava 81%).

 

E essa mudança de panorama se traduz tanto em mais inclusão bancária – em pesquisa do Instituto Locomotiva do ano passado, foi constatado que apenas 3% dos brasileiros maiores de 18 anos não possuem, hoje, conta em banco – e em maiores oportunidades de crédito que, conforme supracitado, alcança, sobretudo, as PMEs, público que tradicionalmente enfrenta dificuldades de acesso ao crédito no sistema financeiro tradicional. 

 

São pontos que, sem dúvidas, se devem em grande parte ao ecossistema de fintechs que, hoje, já se aproximam de 1,5 mil segundo números da Distrito e são o motor de tendências como a bancarização empresarial a partir de uma mentalidade tech-first que entrega experiência, tecnologia e ajuda empresas de todos os segmentos a superar os desafios burocráticos em sua rota para se tornarem, elas próprias, bancos independentes dos grandes bancos. 

*Ronaldo Oliveira é Founder e CEO da Giro.Tech.  

Sobre a Giro.Tech: 

A Giro.Tech é uma empresa especializada em transformar startups e empresas não financeiras em fintechs de crédito. Com uma equipe altamente capacitada em conhecimentos financeiros e tecnológicos, a Giro.Tech oferece soluções personalizadas e inovadoras para apoiar empresas a criar suas próprias operações de crédito e se transformarem nos bancos do futuro. Com mais de R$50 milhões processados mensalmente em suas operações de crédito e mais de 25 emissões em securitização, a empresa está comprometida em impulsionar a transformação financeira e ajudar seus clientes a se fintechzarem, removendo barreiras de tecnologia e licenças financeiras. Saiba mais em: https://giro.tech/ 


 

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STEPHANIE FERREIRA
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