DivulgaçãoA evasão escolar é um grave problema no Brasil que impacta cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes, de 11 a 19 anos, segundo dados do Instituto Ipec. Para entender os fatores relacionados a esse cenário, o pesquisador Leonardo Rosa, em parceria com o Instituto Sonho Grande, realizou um estudo com dados públicos e administrativas da rede estadual da Paraíba, focado na transição do Ensino Fundamental II para o Ensino Médio. O trabalho mostrou que escolas integrais não estão associadas à maior evasão, mesmo entre estudantes com perfis mais vulneráveis.
Os resultados indicam que o perfil geral dos alunos que concluem o Ensino Fundamental II, mas que não terminam o Ensino Médio, tem relação, principalmente, com distorção entre idade-série (56% mais de chance de evadir) e menor nível socioeconômico. O estudo também observou que quanto mais próximo os estudantes estão da média esperada em suas notas, menor é a probabilidade de saírem da escola.
Preferência dos estudantes x elementos do Ensino Médio Integral
Foram também realizadas pesquisas com mais de 14 mil estudantes da rede estadual de ensino da Paraíba sobre suas preferências. A primeira de forma online em 2021 e a segunda com uma coleta domiciliar em 2022. Os resultados indicam que os estudantes priorizam escolas mais próximas, com currículos diferenciados e com menor carga horária. No entanto, na comparação com escolas regulares, eles tendem a optar por unidades com maior carga horária quando combinadas com componentes curriculares diferenciados (como projeto de vida, disciplinas que ensinem uma profissão ou disciplinas preparatórias para entrar na faculdade), elementos presentes no Ensino Médio Integral. Por fim, vale ressaltar que estudantes que frequentam o Ensino Fundamental Integral têm 20% mais chances de optar pelo Ensino Médio Integral.
O Ensino Médio Integral é uma proposta pedagógica multidimensional, moderna, nacional, pública e gratuita. A partir de um modelo de ensino que se conecta à realidade dos jovens e ao desenvolvimento de suas competências cognitivas e socioemocionais, propõe a formação integral dos estudantes. Trabalha pilares como projeto de vida, aprendizado na prática, tutoria, protagonismo juvenil, acolhimento, orientação de estudos e eletivas, que promovem a formação completa do estudante, junto aos componentes curriculares já previstos na BNCC. Está presente em cerca de 6 mil escolas em todo o país, beneficiando mais de 1 milhão de estudantes.
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