31/08/2023 às 19h02min - Atualizada em 01/09/2023 às 04h05min

Lançamento de AUREA acontece em 2 de setembro, no Goethe-Institut São Paulo; livro tem como foco ‘resgate da memória individual’

Lançamento do romance escrito a quatro mãos por Áurea Pereira Steberl e Paula Macedo Weiss terá bate-papo entre autoras, senador Eduardo Suplicy e performance da atriz Jessica Madona

Adriana Monteiro/Ofíciodasletras
Editora Folhas de relva
No sábado, dia 2 de setembro, às 16h, o auditório do Goethe-Institut São Paulo recebe as escritoras Áurea Pereira Steberl e Paula Macedo Weiss, o senador Eduardo Suplicy e a atriz Jessica Madona em torno do romance Aurea, obra-testemunho das desafiadoras encruzilhadas na vida de Áurea Pereira Steberl, mulher vinda de um Brasil que tatua em seus corpos violências sistêmicas como o racismo, pobreza, misoginia, xenofobia e continuidade da escravidão, mas, acima de tudo, um livro que fala da força ancestral que quebra barreiras.

Do encontro entre duas mulheres brasileiras em diáspora - ambas moram em Frankfurt, na Alemanha -, nos seus diferentes lugares sociais, nasce a fala, a escuta, a confiança mútua e a partilha, conforme diz Betânia Ramos Schröder, socióloga, ativista, membro da Associação BrasilNilê; do Coletivo Afrobras; e da diretoria da Pan-African Women’s Empowerment & Liberation Organisation, que assina a orelha da obra.
Após o bate-papo - mediado pela jornalista Adriana Monteiro, com leitura dramática da atriz Jessica Madona - haverá sessão de autógrafos.

Sobre o livro
Aurea, romance de auto-ficção de Áurea Pereira Steberl e Paula Macedo Weiss é resultado de um exercício de alteridade e vulnerabilidade; de uma troca constantemente entre as autoras, onde uma tentou entender o lugar da outra, pautadas na luta contra o racismo, iniquidades e esquecimento.
A autoria compartilhada pressupõe a aceitação da outridade e é um grande exercício de autorreflexão, de desconstrução e de aprendizado. Desta forma, a obra é uma junção de criatividade; cada uma das autoras na sua competência colaborou para a realização deste romance.
Não obstante baseada numa história real, não se trata de uma biografia propriamente dita, pois na soma criaram uma história singular, moldada pelas suas diferentes lentes, pelos seus lugares de fala, pela cumplicidade, criando uma ficção compartilhada.

“Há tempos eu pensava em escrever minha história, mas não sabia por onde começar. Com Paula o sonho se torna realidade. Minha vontade era ser reconhecida, ter voz, ser ouvida. Queria deixar um exemplo para outras mulheres em situações parecidas: por mais que tentem te oprimir, vá em frente, confie em você e tenha fé”, diz Áurea.

Apesar das vivências e posições sociais distintas, as duas autoras eram duas expatriadas vivendo na Alemanha, com bagagem cultural e valores semelhantes, ambas de temperamento forte e um entendimento muito parecido de amizade e família. “Aurea é uma leoa na defesa da filha e dos quatro netos, provedora nata. Aprendi a ser mãe com ela. Ela viu meus quatro filhos nascerem, crescerem, me amparou em diversos momentos, assim como eu a ela. No início, nossos diálogos eram mais cotidianos. As conversas nunca foram impessoais, mas a pandemia nos aproximou quando impôs um desaceleramento”, esclarece Paula.

“Duas andarilhas sempre na busca, aterramos, criando um espaço seguro compartilhado. Foi numa escuta sobre os seus inúmeros infortúnios, violências, resistências e superações que surgiu a ideia. ‘Topa escrever minha história?’, ela perguntou. Aceitei de pronto, honrada e sentindo o peso da responsabilidade e do desafio”, completa Paula.

Impressões sobre a obra
“Este livro me chegou como um abraço. Em tempos de banalização de ferramentas de expansão humana, como livros de autoajuda e massificação de discursos motivacionais propagados, principalmente por pessoas que claramente não têm sabedoria e vivência o bastante para entender o quanto as questões sociais impactam nas desmotivações, nas angústias e afetos tristes experimentados pelas vias psíquicas, tornando o fardo da existência, comum a todos, ainda mais penoso para alguns grupos (como o das mulheres negras, por exemplo), ter contato com esse trabalho foi um afago.”
(Joice Berth, arquiteta e urbanista, assessora política, curadora, psicanalista e escritora, escreveu o livro Empoderamento (Jandaira/2019); seu novo título em lançamento é Se a cidade fosse nossa)
*
“Paula Macedo Weiss, com mãos afetuosas e comprometidas, escreve a quatro mãos, as memórias de celebração da vida de Áurea, que é ela mesma, transbordante, ao se fazer soberana em memória, em escrita. Uma história de nos tirar o fôlego, do esperançar. E com isso nos provocar sobre nossos lugares e compromissos, essencialmente, contra as desigualdades sistêmicas no mundo.”
(Betânia Ramos Schröder, socióloga, ativista, mãe e autora, membro da Associação BrasilNilê; do Coletivo Afrobras; e da diretoria da Pan-African Women’s Empowerment & Liberation Organisation) 
*
“Neste livro está a comovente história de Aurea, menina negra de 10 anos, bonita com seu vestido de crepe e babados, no quarto ano do colégio em Belo Horizonte, que se preparava para dançar quadrilha na festa junina. Ao chegar na escola animada, a professora lhe diz: ‘Você foi substituída por outra menina’. A servente da escola esclareceu: ‘Você foi substituída porque é negra’. Em tantas ocasiões ao longo de sua vida, ora em Belo Horizonte; ora em São Paulo; no Rio de Janeiro; em Angra dos Reis; em Brasília; no garimpo, no Pará; e na Alemanha, essa bela mulher, de extraordinária fibra e determinação, que não teve apoio do pai, senão para ser empregada doméstica, conseguiu superar inúmeros obstáculos. Em cada momento dessa vibrante leitura, refleti sobre como teria sido diferente sua vida se já tivéssemos em vigência no Brasil o direito de todas as pessoas, não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou socioeconômica de receberem uma renda básica de cidadania, universal e incondicional, suficiente para atender suas necessidades básicas como um direito inalienável.”
(Eduardo Suplicy, senador)

Sobre as autoras
Áurea Pereira Steberl nasceu em 1955, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Mudou-se para Alemanha em 1995. Separada, vive em Frankfurt com a filha e quatro netos. Este é seu primeiro livro. 
 
Paula Macedo Weiss nasceu em 1969, em Londrina, Paraná. Mudou-se para a Alemanha em 1994. Casada, vive com seu marido e os quatro filhos em Frankfurt. É autora de Entre nós e Democracia em movimento, ambos publicados pela Folhas de Relva Edições e republicados na Alemanha.  

Sobre a editora
A Folhas de Relva Edições foi criada em 2018 como braço editorial da revista literária São Paulo Review, pelo escritor e editor Alexandre Staut, para a publicação de seu romance O incêndio, que, na ocasião, ganhou o Fomento de Literatura da Secretaria de Cultura de São Paulo. A partir daí, a editora publicou livros de amigos e, em seguida, o catálogo foi aumentando com romances, livros de contos, poesia, além de obras de não-ficção, sempre com foco na literatura contemporânea produzida no Brasil. Hoje, cinco anos após o início do projeto, o catálogo conta com mais de 50 títulos, que giram em torno de temas como as diversidades raciais e de gênero.

Ficha técnica do livro
Ano: 2023
Assunto: Romance
Idioma: Português
País de Produção: Brasil
ISBN: 978-65-80672-57-8
Peso: 0,180 kg
Nº de Páginas: 86
Capa e projeto gráfico: Osvaldo Piva
Foto da capa: Eustáquio Neves
Link do link da editora: https://www.editorafolhasderelva.com.br/aurea-pre-venda


Serviço
Goethe-Institut São Paulo | Centro Cultural Brasil-Alemanha
Rua Lisboa, 974, Pinheiros, São Paulo
Sábado, 2 de setembro, 16h.
Grátis
 

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp