26/08/2023 às 11h12min - Atualizada em 28/08/2023 às 04h03min

Mulheres pedem paz para poder falar de igualdade feminina

Encontro reúne lideranças contra violência doméstica, racismo e preconceito, no Agosto Lilás, no Teatro Popular de Niterói

Cultura
Raízes que nos Sustentam. Foto Luana Garcia
As mulheres lotaram o Teatro Popular de Niterói (RJ) para celebrar a vida, pedindo paz e respeito, no encontro “Raízes que nos sustentam”. Filhas, mães e avós ganharam homenagens, nesta semana, no Agosto Lilás, mês de combate à violência doméstica, e pelo Dia de Igualdade Feminina (26). O evento foi organizado pela presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal, Benny Briolly.
 
“Estamos reunidas para combater a violência, celebrando a dor e a alegria do que é ser mulher. Cresci valorizando a garra das mulheres, do corpo que precisa lutar, vencer e não pode descansar. Aos 20 anos, lavava e passava para pagar a bolsa da faculdade. Minha mãe sempre dizia que eu ia vencer e todos os desafios seriam vencidos. Aprendi que não se caminha sozinha. Venho da favela, desse processo enraizado, e não vou baixar a cabeça para ninguém”, disse a anfitriã da festa, ao lado da avó Nilar Gomes dos Santos.
 
Agendado antes do ato nacional do movimento negro que pediu o fim da violência e das chacinas, o “Raízes que nos sustentam” reforçou o protesto. Estavam presentes nomes representativos no combate ao racismo, lideranças quilombolas, negras e indígenas, como a socióloga Flávia Rios, a enfermeira Fátima Maria dos Santos e a pesquisadora indígena Martinha Guajajara.  
 
“A violência está grande, matando mulheres em casa, como a Mãe Bernadete Pacífico, na Bahia. Aceitei o convite da Benny porque temos que reunir as mulheres fortes e colocar a boca no mundo, levando nossa indignação. Precisamos de ajuda contra a intolerância”, destacou a ialorixá Mãe Marcia Marçal, também homenageada.
 
Para as doutoras em Educação Sara Wagner York e Alice Akemi Yamasaki, o caminho para a mudança passa pela educação. “Aproveito para agradecer às professoras que seguem defendendo as crianças, como eu fui protegida por ter baixa visão e ser a esquisitinha da turma”, contou Sara, professora do sexto ano e do ensino superior, como gosta de dizer. 
 
Por iniciativa da vereadora Benny Briolly, dona Marinete, mãe de Marielle Franco, recebeu o título de cidadã niteroiense e foi representada por Nathalia Carlos, do Instituto Marielle Franco. Outras mulheres foram em peso receber as homenagens, como as cozinheiras de escolas municipais.
 
“Fui criada nas escolas públicas de Niterói, educada por cozinheiras também. Estudei na escola municipal Paulo Freire. Sou cria da educação pública e tenho orgulho de onde vim”, frisou Benny, ao lado das profissionais.
 
Também participaram do evento a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Niterói, Nadine Borges, a secretária das Culturas, Júlia Pacheco, e a coordenadora de Políticas e Direitos das Mulheres (Codim), Thamyris Elpídio, ao lado do subsecretário de Promoção da Igualdade Racial, Paulo de Souza Júnior, e da coordenação de Defesa dos Direitos Difusos e Enfrentamento à Intolerância Religiosa, Felipe Carvalho.
 
Além dos debates sobre as políticas públicas, quem foi ao Teatro Popular participou das oficinas de turbantes, tranças, serigrafia, argila e expressão corporal, além de uma feira de artesanato. A confraternização foi encerrada pelos músicos da roda de samba do Terreiro da Vovó, que se apresentaram com as cantoras Dany Black, Helena Kimmer, Monica Mac, Anna Brandão, Adriana Dutra e Tia Neusa. Outra atração artística do “Raízes que nos sustentam” foi a exibição de Suanne Royal, cantando “Mulher do fim do mundo”, para lembrar Elza Soares.
 

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