15/08/2023 às 11h15min - Atualizada em 16/08/2023 às 00h02min

Rio de Janeiro é escolhida pelo artista chinês Mzyellow, que reinventa a tradição milenar da caligrafia, para estrear sua exposição no Brasil

“Sensações: Pintura Gestual Chinesa” abre para o público no Museu da Chácara do Céu, em Santa Tereza, neste sábado, dia 19 de agosto

Redação
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Com estreia em 19 de agosto e término e 29 de outubro, a exposição “Sensações: Pintura Gestual Chinesa” chega ao Rio de Janeiro com dezenas de obras do artista chinês Mzyellow. Algumas serão apresentadas em grande formato, tendo sido criadas nos últimos 10 anos.

Mzyellow é um dos artistas mais dinâmicos da atualidade e pinta com gestos viscerais, criando imagens abstratas que dialogam com as tradições milenares da caligrafia e da tinta sobre papel de arroz. “Aprendi caligrafia aos oito anos e ela é uma parte inseparável da minha vida. Mas, eu me distancio do significado semântico da escrita e procuro enfatizar minha expressividade, explorando a materialidade dos suportes”, comenta.

Vale destacar que essa a exposição reúne interpretações e impressões visuais influenciadas pelas enormes transformações ocorridas na China nos últimos 30 anos.

A cena artística na China de hoje

As pinceladas velozes e potentes de Mzyellow são, de certa forma, reflexos da China atual. Nos últimos 30 anos, o país saltou de uma nação empobrecida para a segunda maior economia do planeta, rumo à liderança mundial. A velocidade desse crescimento econômico e em infraestrutura, com poucos precedentes na história, impactou imediatamente a cena artística chinesa. Antes da pandemia do Covid-19, cerca de 100 instituições de arte estavam sendo erguidas anualmente na China. Algumas delas administradas pelo próprio governo, outras por empresas privadas. Embora algumas dessas organizações ainda não estejam com as portas abertas para o público em geral, elas contribuem para a propagação da arte chinesa em nível global, por meio de exposições de artistas do país e de fora.

Uma sinfonia em quatro movimentos

A curadoria foi feita por Clay D´Paula, especialista brasileiro em arte contemporânea chinesa - responsável também pela mostra “Atrás da Grande Muralha: Nova Arte Chinesa e Brasileira”, em itinerância pelo país no momento.

Ao invés de organizar o percurso da visita de modo cronológico ou temático, como muitas vezes se faz, o curador optou por agrupar as obras em torno de alegorias associadas ao ciclo do dia. São quatro momentos, relacionados a quatro movimentos, como em uma sinfonia.

O primeiro sopro do dia e o nascer do sol trazem obras marcadas pela economia de traços e cores. Obras com mais cor e vivacidade ecoam o decorrer do dia, no segundo movimento. No entardecer, associado às telas do terceiro momento, pinceladas ainda mais potentes e vívidas preparam a atmosfera para as gotas de orvalho. No quarto e último momento, em meio à escuridão da noite, as pinturas passam por uma grande metamorfose. “A pintura de Mzyellow é levada ao extremo, chegando ao máximo da sua potência gestual e abstrata”, afirma o curador.

A delicadeza do papel de arroz
Percorrer as salas da exposição é acompanhar, de forma fluida, os gestos do artista. É praticamente sentir o cheiro da tinta, que parece ter sido aplicada naquele instante no papel de arroz, na China chamado de Xuan. “A frescura e a sensação de tinta recém-aplicada sobre o papel ocorrem porque o Xuan é um suporte de extrema delicadeza, capaz de absorver com precisão as pinceladas, e junto com elas, os sentimentos e questões do artista”, finaliza Clay.

Sobre Mzyellow
Nascido em 1957, e residente em Suzhou, a uma hora de carro de Xangai, a cidade mais populosa da China, Mzyellow acompanhou a guinada econômica global em seu país e sua obra foi impactada por ela. Assim, ao mesmo tempo em que domina com maestria técnicas chinesas milenares, Mz também faz uso de elementos ocidentais, como tinta acrílica, verniz, corantes e telas. Propõe uma sobreposição poética entre Oriente e Ocidente, convidando a uma reflexão sobre as confluências – e os embates – culturais entre civilizações.

Patrocinadores
A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Museus, Ibram, Museus Castro Maia e apresentada e patrocinada pela empresa State Grid Brazil Holding S.A.

Serviço:
Onde: Museu Chácara do Céu
Endereço: Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Teresa – Rio de Janeiro (Estacionamento no local)
Quando: 19 de agosto a 29 de outubro de 2023
Horário de visitação: aberto diariamente exceto às terças-feiras, das 12 às 17 horas. Jardim aberto a partir das 9h.
Valores: entrada franca às quartas-feiras. Nos outros dias inteira R$ 8,00 e meia R$ 4,00.
Fechado apenas nos dias 1. ºJan, Carnaval e 24, 25 e 31 de Dez.

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