27/07/2023 às 00h56min - Atualizada em 27/07/2023 às 00h56min

Voz própria

Titular nos jogos da Seleção Brasileira feminina na Copa, Renata Silveira ganha espaço na Globo

As regras do futebol sofrem poucas variações pelos campeonatos ao redor do mundo. No geral, são dois times de 11 jogadores, uma bola e um juiz atrapalhando. Quem fizer o maior número de gols, vence a partida. Não à toa, Renata Silveira, que integra a equipe de narradores da Copa do Mundo Feminina na Globo, segue os mesmos métodos de estudo para narrar jogos do futebol masculino ou feminino. Afinal, regras, táticas e outras questões esportivas são praticamente as mesmas. O grande diferencial, no entanto, está nas causas e bandeiras levantadas durante um confronto liderado por Marta, maior jogadora da história do futebol feminino em mundiais, e suas companheiras nos gramados. “Não me entendam mal. Não é que é mais especial narrar jogos do feminino, mas há uma diferença. A luta e a resistência são muito maiores. Há todo o preconceito que essas mulheres precisaram driblar para chegar naquele local. Estou envolvida com essas causas e questões porque sabemos que não é um caminho fácil. Por isso, tem essa purpurina por trás dos jogos”, defende.
Mesmo não estando nos gramados, Renata também precisa lidar com o preconceito machista que cerca o esporte. Ela chegou a esse mundo da narração de forma bem despretensiosa ao participar de um concurso da Rádio Globo, que estava em busca da “Garota da Voz”. Cerca de 10 anos mais tarde, o tímido passo virou profissão, tornando-se um dos principais nomes da narração do esporte da Globo. “Nunca imaginei estar nesse lugar. Nunca imaginei ver mulheres narrando. Não imaginava que eu poderia estar fazendo isso. Tudo aconteceu através de um concurso. Ser referência e inspiração para outras mulheres é a parte mais legal disso tudo”, valoriza.
Ao longo de seus três anos no Grupo Globo, Renata tem colecionado algumas marcas históricas. No ano passado, durante o mundial disputado no Catar, ela foi a primeira mulher a estar à frente de uma transmissão de Copa do Mundo na Globo. Agora, na última segunda, dia 24, tornou-se a primeira mulher a narrar um jogo da Seleção Brasileira em uma Copa na tevê aberta. “Toda hora, um momento novo. Não tenho mais adrenalina (risos). Não vejo a hora de ser normal ver mulheres narrando e acabar com primeira isso ou aquilo. É muito bonito ver tantas mulheres ocupando esse espaço. O futuro é promisso”, torce.
Até 20 de agosto, Renata estará envolvida com as transmissões da Copa do Mundo feminina. Além disso, ela também seguirá à frente de outros eventos esportivos da Globo e do SporTV, como Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Para estar preparada para a maratona de jogos que virão nas próximas semanas, ela tem poupado voz fora das câmeras. “Temos a nossa rotina de eventos da Globo, né. Então, quero chegar na melhor forma física possível. Estou há alguns meses vendo e revendo jogos da Seleção Brasileira. Acompanhei amistosos, Copa América, Olimpíadas...”, explica a narradora, que tem um caderno de anotações com as principais informações. “Estou revendo minhas notas de outros jogos. Está tudo em papel (risos). Eu devia passar isso para um computador”, completa.

“Copa do Mundo Feminina FIFA” – Globo – Até 20 de agosto.

Divisão de tarefas
Com boa repercussão e audiência, a Copa do Mundo Feminina ganhou mais espaço na tevê aberta. A Globo, que transmite o torneio pela segunda vez, exibirá pelo menos sete jogos da competição e estará ao vivo sempre que a Seleção Brasileira estiver em campo. Renata revezará as transmissões com o veterano Luís Roberto. “Uma honra dividir essa transmissão com o Luís. Ele é uma referência. Dividir esse espaço com ele é uma chance imensurável”, elogia.
Luís Roberto, inclusive, esteve envolvido nos primeiros passos de Renata na Globo. Ao chegar na emissora, a narradora pediu para acompanhar uma transmissão do narrador em in loco. “Fui ver Flamengo e Corinthians. Um jogo gigante. Estava o Luís, o Roger (Flores) e o Maestro (Júnior). Sentei atrás deles. Fiquei emocionada. Uma coisa é acompanhar da televisão, mas outra é ver de dentro da cabine. Foi inspirador acompanhar essas feras no dia a dia e no camarim”, vibra.

Instantâneas 
# Renata é formada em Educação Física pela UFRJ e tem pós-graduação em Jornalismo Esportivo.
# A narradora também já foi bailarina. Ela, inclusive, se apresentou no palco do “Domingão do Faustão”. 
# Em sociedade com a irmã, ela é dona de uma academia de dança no bairro de Bonsucesso, Zona Norte da cidade do Rio.
# No ano passado, Renata estreou na Globo na transmissão da partida entre Ceilândia e Botafogo pela Copa do Brasil.

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