Eliria BusoSegundo levantamento apresentado pelo Ministério do Turismo (MTur), as festividades juninas são mobilizadoras de mais de 26,2 milhões de pessoas no país. Além disso, são responsáveis pela arrecadação de cerca de R$6 bilhões no Brasil em 2023, número 76% maior do que o contabilizado nos “arraiás” do ano passado.
Da mesma forma, essa temporada de festas é de grande relevância para a religiosidade, assim como fomentadora de emprego e renda para as regiões onde as tradições que os celebram acontecem.
Mas e na comunicação, qual o impacto disso? Além das redes de televisão regionais, que transmitem boa parte das grandes festas juninas do Nordeste, como Campina Grande, Caruaru e Salvador, e das coberturas impressa e digital dos grandes veículos de imprensa, é notada, cada vez mais, a busca dos sites, blogs e perfis de redes sociais locais para se inteirar sobre o assunto.
Dados analisados no Google Trends apontam que o interesse nas buscas por esse tipo de festa é maior do que antes da pandemia no estado de São Paulo. A ferramenta que agrega buscas na plataforma detentora de quase 99% do mercado de buscas brasileiras indica ainda que 2023 superou os números de 2019 em cerca de 30% (conforme gráfico abaixo).
São Paulo, neste ano, foi inundada por festas juninas de todos os tipos, das mais tradicionais, como a do Centro de Tradições Nordestinas, às mais alternativas, como a VegNice, evento vegano no bairro da Liberdade.
Ou seja, cada região da cidade realizou um evento com direito a comidas típicas, apresentações de forró e até quadrilhas para divertir as famílias paulistas que deixaram para trás o trânsito dos arredores e as filas para curtir os “arraiás”.
Apesar do crescimento das redes de vídeos, como Instagram e Tik Tok, nos últimos anos, as pessoas têm buscado mais informações sobre eventos e festas online em blogs e sites. Isso porque esses veículos tornaram-se plataformas populares para compartilhar informações sobre eventos locais, festivais, celebrações temáticas e outros acontecimentos culturais.
Os blogs também podem desempenhar um papel importante na promoção de eventos locais e regionais, permitindo que as pessoas compartilhem suas experiências e interajam com outras pessoas interessadas no mesmo evento. Isso significa que forma-se uma comunidade em torno do evento, fidelizando seu público.
É o caso das festas juninas e quermesses de 2023. O blog La Central (lacentral.com.br/), por exemplo, lançado há pouco mais de dois meses, apresentou crescimento fora do comum, principalmente, em decorrência das notícias dos festejos tradicionais.
Focado em apresentar dicas gastronômicas e culturais em São Paulo e região metropolitana, o veículo reuniu um guia de festas juninas além de notícias individuais sobre as festas juninas totalizando 26 páginas. E, graças a isso, apareceu em mais de 300 mil buscas entre maio e junho para os termos festa junina ou quermesse.
O blog também contabilizou mais de 40 mil visitas e 99 mil pageviews neste período. Assim como figura, atualmente, nos primeiros lugares do Google para termos regionais relacionados a festas juninas de São Bernardo do Campo e festas juninas da Zona Leste de São Paulo, por exemplo.
“O crescimento de buscas no Google mostra que sites de conteúdo e textos ainda tem uma grande parcela na comunicação de empresas e veículos com suas audiências, mesmo com o crescimento de redes sociais focadas em imagem e vídeo como Instagram e TikTok. Da mesma forma que o aumento para festas juninas e quermesses mostra o interesse do público por eventos familiares. E, talvez como um efeito da pandemia, as pessoas têm dado mais valor a este tipo de evento”, afirma o analista de SEO do Blog La Central, Nilo Luz.
Luz ainda destaca que a produção de conteúdo no período foi maior do que o normal, pois há uma grande capilaridade deste tipo de evento. “Fizemos referência a mais de 69 eventos na grande São Paulo em nosso site, e tentamos incluir detalhes sobre cada um deles, o que demanda mais tempo na criação de conteúdo. Porém, tenho certeza de que ainda há um grande número de festas que não conseguimos rastrear”.
