28/06/2023 às 10h51min - Atualizada em 29/06/2023 às 00h01min

Taxa Selic: Entenda a alta de juros e os potenciais riscos

Especialista explica o momento atual, prevê expectativas para o futuro e dá dicas de estratégias para investidores

SALA DA NOTÍCIA Tuddo Assessoria
Miura / Divulgação
Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) enfrentou pressões, porém, decidiu pela sétima vez consecutiva manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. Embora o texto sobre o risco de aumento tenha sido removido, o Banco Central (BC) ressaltou a importância de "paciência e serenidade na condução da política monetária".

Em meio a esse cenário de incertezas e altas taxas de juros, Pedro Friedmann, especialista e assessor de investimento (AI), analisa os motivos por trás da estabilidade da taxa Selic e compartilha as expectativas futuras, considerando a ausência de indícios de início de um ciclo de flexibilização da taxa básica em agosto.

Adicionalmente, o AI aborda estratégias para que as pessoas possam se proteger de potenciais riscos e adversidades decorrentes do aumento dos juros, além de discutir como os investidores devem se adaptar ao atual cenário, adotando as melhores práticas para maximizar seus investimentos.

Qual é a sua análise sobre a estabilidade da taxa Selic nos últimos meses?

A taxa Selic tem se mantido em níveis mais elevados, pois o Banco Central considera que a inflação brasileira ainda não está sob controle. Essa taxa de juros elevada tem o objetivo de conter os gastos tanto das famílias brasileiras quanto das empresas.

Mesmo diante dessa pressão, qual é a razão pela qual o Copom decidiu manter a Selic inalterada por tantos meses seguidos?

No governo anterior foi estabelecida a independência do banco central, o que significa que ele deve tomar suas decisões com base em análises próprias do mercado interno. Dessa forma, o Banco Central não acredita que a inflação brasileira esteja controlada.

Quais são os potenciais riscos ou desafios associados a essa estabilidade da taxa Selic?

Taxas de juros mais altas trazem desafios e riscos. No mercado financeiro, taxas elevadas aumentam o retorno esperado de ações, mas também aumentam o risco. Portanto, um investidor pode preferir investimentos de renda fixa em vez da bolsa de valores, uma vez que a renda fixa oferece um retorno elevado com menor risco. Na economia real, taxas de juros altas desencorajam as empresas a realizar novos investimentos, pois a taxa interna de retorno (TIR) do projeto se torna muito elevada devido ao esperado retorno acima dos juros, além de tornar as dívidas mais caras, impactando negativamente os resultados financeiros das empresas.

Como os investidores devem ajustar suas estratégias de investimento diante desse cenário de taxa Selic estável?

Atualmente, estamos aguardando o que é conhecido como "fechamento de curva", que é quando a taxa de juros tende a diminuir gradualmente até atingir patamares nos quais a economia continua a crescer e se desenvolver sem um aumento descontrolado da inflação. Portanto, a melhor estratégia agora é aproveitar a alta taxa de juros para fazer os últimos investimentos em renda fixa, uma vez que em breve as taxas disponíveis no mercado não estarão mais disponíveis. Além disso, é uma oportunidade para aproveitar a bolsa de valores, que está com preços mais atrativos, com empresas apresentando múltiplos bastante descontados.

Qual é a expectativa para o futuro da taxa Selic? Existem previsões de quedas, estabilidade ou possíveis aumentos?

A expectativa do mercado é de queda na taxa de juros. Com base em dados econômicos e no boletim Focus, que é um relatório semanal do Banco Central, espera-se que a taxa de juros ao final deste ano esteja em 12,50% ao ano, desde que não ocorram "surpresas" em relação aos dados econômicos. A estabilidade para a próxima reunião ainda é possível, mas aumentos na taxa estão praticamente descartados em qualquer análise ou previsão.
 
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