06/06/2023 às 13h31min - Atualizada em 07/06/2023 às 00h00min

A escola é um dos principais caminhos para o fim do racismo

Especialista na Nova Educação alerta para a necessidade de uma Escola Antirracista de fato

SALA DA NOTÍCIA Amanda Silveira
Em Pauta
Bruna Cassaro
O recente, mas não o primeiro, caso de racismo no futebol europeu com o jogador brasileiro Vinícius Júnior reacendeu questões estruturais sobre o racismo e continua repercutindo semanas após ter ocorrido.
De acordo com a Especialista na Nova Educação, Bruna Cassaro, a escola é um dos caminhos mais importantes para que o racismo seja eliminado da sociedade de maneira efetiva. Ela explica que cabe aos profissionais da educação tanto intervir em situações de racismo na sala de aula, como trabalhar temas e materiais, que mudem a visão sobre a história negra. “Na maioria dos materiais, os negros são mostrados como escravos e a escravidão como apenas parte da história e não como um crime, o que realmente foi. Isso não somente colabora com o racismo, mas em nada contribui para o empoderamento das crianças negras.”, afirma ela.
A especialista comenta que um Ensino Antirracista envolve trazer para a sala de aula a história e a cultura do povo negro, seus reis e rainhas, cientistas, artistas e diversos aspectos, além da escravidão. Além disso, é importante mostrar a escravidão como um capítulo criminoso da história e, mais do que isso, intervir diariamente nos relacionamentos da sala de aula, inclusive denunciando, se necessário, situações extremas de racismo. Bruna ressalta também a importância de envolver as famílias nas atividades que foquem na história negra, a fim de despertar para a necessidade dessas discussões. “Algumas famílias são claramente racistas e essas crianças podem sim serem influenciadas pela escola, crescendo com pensamentos diferentes. Outras famílias nem mesmo percebem o racismo que praticam e essas atividades facilitam a identificação de comportamentos racistas arraigados e comuns no dia a dia, promovendo a mudança”, diz ela.
O Brasil é um país composto com 54% de população negra. A pobreza aumenta o racismo e a discriminação.  A frase de Ângela Davis “Não basta não ser racista, é preciso ser anitrracista” ecoa em posts na internet e em faixas de protesto a cada caso registrado ou nos 20 de novembro brasileiros, “Dia da Consciência Negra”.  Mas, a questão é: como as escolas em geral tratam essa questão e como trabalham a educação de maneira a eximir o racismo do futuro dessas crianças no dia a dia. Para a especialista, é necessário que o trabalho antirracista seja durante todo o ano letivo e o aprendizado e as discussões possam culminar nas comemorações de 20 de novembro, para que a data não seja meramente decorativa.

 
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