13/03/2023 às 11h20min - Atualizada em 13/03/2023 às 16h07min

O funk chegou com o pé na porta

O funk dialoga com a juventude porque ela se sente representada pelas letras, além de ser o maior movimento político, cultural, que conversa com essa parte da população muitas vezes esquecida.

SALA DA NOTÍCIA Bruna Lucenna
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Com mais de três décadas de história no cenário musical brasileiro, o funk já se tornou um traço da cultura popular do país. Para se ter uma ideia, o maior canal brasileiro no YouTube pertence ao diretor e produtor musical Kondzilla, com mais de 63 milhões de inscritos. No Spotify, por sua vez, o consumo do gênero cresce 51% ao ano desde 2014. Atualmente, o ritmo já desponta no segundo lugar em buscas e downloads, atrás apenas do sertanejo.

Esse não é um movimento somente nacional. Para Rafael Lemes, CEO da agência Andrade Lemes, especializada na gestão de carreiras artísticas e música urbana, localizada em Belo Horizonte, o funk não é consumido somente no Brasil. “Na última edição do Grammy, Cardi B e Megan Thee Stallion (consagrada a artista revelação do ano) levaram um remix do DJ Pedro Sampaio ao palco da premiação”, afirma.

Outro exemplo foi visto na última edição do Super Bowl. “A Rihanna escolheu um remix de Rude Boy, que integra o disco Rated R (2009), feito por Ewerthon Carvalho Santos, o DJ Klean, brasileiro de apenas 20 anos de idade”, explica Lemes. “Baiano de Itarantim, o produtor musical bombou no TikTok com a versão da música que a cantora apresentou.”

Segundo Lemes, o funk dialoga muito com a juventude, porque ela se sente representada pelas letras, além de ser o maior movimento político, cultural, que conversa com essa parte da população muitas vezes esquecida.  “O preconceito é sempre da desinformação. Processar a complexidade de tudo que ocorre em um baile funk não é uma tarefa das mais fáceis. Além disso, essa é uma cultura que está em constante transformação”, garante.

Os expoentes

Na Andrade Lemes, o funk é protagonista e seus artistas trazem em seu DNA toda a inquietação presente nas letras que interpretam. Um exemplo é o L da 20, dono do histórico hit “Parado no Bailão” e de outros como “Colocando Nela” e “Que Saudade de Você”, o funkeiro tem mais de 300 milhões de views só no Youtube. 

Outro exemplo é MC Xenom, que com apenas 26 anos já soma mais de 5 milhões de ouvintes mensais no Spotify e assina clássicos da nova geração como “Sem Aliança no Dedo” e “Ninguém Vive de Fama”.

A galinha dos funks de ouro!

Outra prova deste sucesso do gênero são os números da agência. A Andrade Lemes cresceu 10 vezes no último ano - isso graças ao funk e ao trap. Além disso, o Tiktok tem provado pro mundo que o funk é um dos estilos mais reproduzidos e imitados mundo afora. “Ninguém conseguiu criar um estilo de música tão enérgico e caótico como o nosso. Produtores do mundo todo saem da Europa, Ásia, para estudar o que tem de tão poderoso nesse estilo e levar para os seus países”, afirma Lemes.


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