17/02/2023 às 09h43min - Atualizada em 17/02/2023 às 20h19min

Como o ESG pode colaborar para formas de consumo mais colaborativas e sustentáveis

Docentes da pós-graduação do Senac EAD explicam a importância das ações para o desenvolvimento social e econômico do País

SALA DA NOTÍCIA Aline de Oliveira Silva
Senac EAD
Pixabay
Um relatório divulgado pela consultoria Refinitiv apontou que a avaliação do desempenho de governança em diversos setores do continente americano cresceu 19%, nos últimos cinco anos. Essa informação é importante e destaca o desempenho de Responsabilidade Social Corporativa (RSC), no setor econômico.

É importante destacar que a pontuação da estratégia de RSC demonstra as práticas que uma empresa adota para comunicar as tomadas de decisões pautadas nos aspectos de dimensão econômica (financeira), social e ambiental. Nesse sentido, o Brasil se destaca na América do Sul, já que 76% das empresas entrevistadas confirmaram que adotam essa atividade corporativa.

No entanto, a professora de pós-graduação na área de meio ambiente do Senac EAD, Silene Bueno de Godoy Purificação, explica que aderir ao ESG é muito mais do que conhecer os princípios desse conceito. “É fundamental que a empresa esteja efetivamente engajada em uma gestão sustentável, e ainda, que os colaboradores, internos e externos e toda a comunidade de stakeholders sejam mobilizados em relação aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2030”.

Outro ponto que merece destaque é compreender a diferença entre ações de sustentabilidade e de ESG. A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), definiu como ações de desenvolvimento sustentável “aquelas que não esgotam os recursos para o futuro”. Desse modo, é válido ressaltar que o tema não é novo no mercado, mas conquistou espaço e adesão, a partir do interesse crescente pelo termo ESG – Environmental, Social, and Corporate Governance.

“O conceito ESG vem sendo utilizado no mundo dos investimentos para representar fatores ambientais, sociais e de governança, utilizados como critério de análise que vão além de questões econômico-financeiras. Desse modo, os princípios, diretrizes e práticas devem estar ligados diretamente com a missão, visão e valores das organizações”, argumenta a especialista.

Reformulando as relações de consumo

É importante destacar que os princípios do ESG estão impactando a mudança nas relações de consumo, ainda que de modo inicial no mercado interno. A boa notícia é que o consumo está se tornando um fenômeno de cidadania, já que cada vez mais pessoas adotam hábitos sustentáveis no cotidiano.

Sobre as práticas com maior adesão estão: a valorização do produtor, comerciante, prestador de serviço ou do pequeno empreendedor. “Uma sociedade com justiça social para todos parte do princípio da valorização. Desse modo, é fundamental incentivar micro e pequenos negócios, que adotam propostas sustentáveis e compartilham resultados das ações desenvolvidas no âmbito local”, esclarece Silene.

A professora destaca ainda, a importância de preparar gestores e equipes sobre os conhecimentos ligados às ações de ESG. “A contínua capacitação e atualização levam os profissionais a se preparem para atender às demandas na área e, em especial, adquirirem as competências e habilidades necessárias para uma gestão sustentável, dentro da ética, transparência e atitude empreendedora”.

Quais os desafios dos negócios nacionais?

Uma informação importante sobre as práticas de sustentabilidade realizadas pelas empresas nacionais foi divulgada pela organização Pacto Global. Na atualidade, 83% das organizações participantes do Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, já contam com processos de integração dos ODS, em relação a estratégias, metas e resultados.

Nesse sentido, o coordenador de pós-graduação na área de Desenvolvimento Social do Senac EAD, Ernesto Luiz Marques Nunes, avalia que os negócios brasileiros estão acompanhando as mudanças propostas pelo ESG, contudo ainda existem alguns desafios a serem vencidos. “Os resultados registrados não refletem o papel do Brasil como potência ambiental, e muito menos na velocidade que o desafio climático requer”.

Com esse entendimento, podemos elencar os principais gargalos apresentados pelo professor:

- Falta de alternativas biodegradáveis e substitutas para produtos à base de petróleo e derivados, tendo em vista o compromisso nacional de contribuir com a descarbonização da economia interna;
- Baixo índice de parcerias entre universidades e empresas, no que se refere à transferência de “tecnologias verdes”;
- Uma política clara de descarte e reaproveitamento dos produtos criados pela indústria, promovendo uma economia realmente circular.

Na avaliação do especialista, adotar o ESG implica em uma mudança cultural, que não é algo que se conquista no curto prazo. “Esta transformação deve ser ancorada nos valores da organização, e por isso, precisa ser implementada em todos os processos. Desde a concepção de um produto ou serviço, e ainda, em todas as relações que envolvem parceiros e fornecedores”. 

Por fim, Ernesto recomenda que todas as esferas da administração pública precisam estar envolvidas em ações que priorizem o ESG. “Nesse sentido, podemos destacar leis, incentivos fiscais, desobstruções burocráticas, como algumas iniciativas importantes e que facilitarão o investimento de empresas, cooperativas e ainda, cidadãos alinhados com a agenda sustentável”, finaliza.

Sobre o Senac EAD 

Com mais de 75 anos de atuação em educação profissional, o Senac foi pioneiro no ensino a distância no Brasil. A primeira experiência nessa modalidade se deu em 1947 com a Universidade do Ar, em parceria com o Sesc, que ministrava cursos por meio do rádio. 

A partir de 2013, com o lançamento do portal Senac EAD, a instituição ampliou a sua atuação em todo o país. Hoje, oferece um amplo portfólio de cursos livres, técnicos, de graduação, pós-graduação e extensão a distância, atendendo todo o Brasil e apoiados por mais de 370 polos presenciais para avaliações. 

Acesse aqui a programação completa de cursos do Senac EAD. Há também um portfólio diversificado de cursos presenciais que pode ser conferido no portal da instituição.   
 
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