22/12/2022 às 14h52min - Atualizada em 22/12/2022 às 14h46min

Quais as diferenças entre educação bilíngue e ensino formal de idiomas?

É preciso estar atento às modalidades disponíveis para fazer uma escolha que atenda às necessidades do aluno e da família.

Seja por meio de um curso de idiomas para crianças, seja na aposta no ensino bilíngue, é cada vez mais frequente a oferta de diferentes propostas pedagógicas para o aprendizado de uma segunda língua nas escolas. A prática atende a uma demanda crescente de pais e responsáveis que sentem a necessidade de incluir essa dinâmica na vida dos filhos desde cedo. 

Aumenta, assim, o número de instituições que oferecem algum tipo de currículo dito bilíngue — e é importante saber a distinção entre esta modalidade e o ensino formal de idiomas. 

De acordo com indicativos da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), o número de escolas do tipo cresceu por volta de 10% no Brasil entre 2014 e 2019. Somente em São Paulo, a quantidade de alunos nesses locais saltou de 2,8 mil para 4,6 mil; um aumento de 64%. Só na capital paulista, existem 71 instituições de ensino bilíngue e oito internacionais. 

Em termos nacionais, o país conta com cerca de 40 mil escolas privadas, segundo o Ministério da Educação (MEC). Desse total, uma média de 1,2 mil têm programas de educação bilíngue, conforme estimativa da Abebi.

Nesse sentido, é preciso compreender o que está sendo ofertado pelas escolas e a diferença entre educação bilíngue e a instrução formal de idiomas, já que cada uma apresenta peculiaridades e resultados distintos. Assim, fica mais fácil fazer uma escolha levando em conta as necessidades do aluno e da família. 

Por que aprender outra língua

Considerado idioma oficial nos segmentos de negócios, turismo e tecnologia, o inglês é o mais falado no mundo tanto entre falantes nativos — aqueles que o têm como língua materna — quanto não nativos — que o aprendem como secundário. As informações são da Ethnologue. 

Dominar uma segunda língua, portanto, abre portas profissionais num mundo cada vez mais globalizado. Estudo do Internet World Stats mostra que um indivíduo que fala inglês e espanhol — segundo idioma mais falado no mundo em termos de falantes nativos, terceiro mais usado na internet e segundo mais estudado — é capaz de compreender uma em cada três pessoas que se conectam on-line. 

Nesse sentido, começar um curso de espanhol na infância pode ser parte importante para conquistar um diferencial competitivo no mercado de trabalho futuramente. Isso porque a língua é uma das mais buscadas por recrutadores durante as seleções, ficando atrás somente do inglês. A justificativa está na abrangência: dados da Ethnologue apontam que cerca de 540 milhões de pessoas no mundo falam o idioma. 

Assim, além da vantagem competitiva para o lado profissional, o Centro Universitário de Tiradentes (Unit) afirma que o aprendizado amplia a visão de mundo do estudante, pois possibilita acesso a um número maior de sites, livros, pesquisas e outras formas de conteúdo.

Ensino bilíngue

Para o MEC, somente instituições que ofertam inglês em todas as etapas da educação básica poderão ser nomeadas bilíngues. Com os requisitos mínimos para regulamentar a atividade, o Ministério lançou, em 2020, um parecer que ainda aguarda homologação.

Dessa maneira, escolas com aulas de inglês já previstas na carga horária mínima ou carga horária da língua inglesa estendida, por exemplo, não se enquadrariam na nomenclatura. Para que se encaixem na regulamentação, o ensino fundamental e a educação infantil devem abranger de 30 a 50% do total de atividades curriculares em inglês.

Além disso, os professores precisam ter proficiência comprovada no idioma, graduação em Letras ou Pedagogia e formação complementar em educação bilíngue. O parecer também enfatiza que o conteúdo curricular deve incluir disciplinas da base comum ministradas exclusivamente na segunda língua.

Atualmente, a Abebi já considera bilíngue as unidades escolares que dedicam pelo menos 75% de sua carga horária a outra língua no ensino infantil e 25% no ensino médio. Além da aprendizagem de outro idioma, esse tipo de metodologia ofereceria ao aluno a expansão de diversas habilidades cognitivas e socioemocionais.

O principal diferencial do ensino bilíngue encontra-se no fato de que o aluno estuda disciplinas comuns, como história, matemática e geografia, em inglês. Essa dinâmica promove uma imersão na língua, que considera seus detalhes e aplicabilidade cotidiana. 

Ensino formal de idiomas

Consiste numa organização tradicional em que são ministradas aulas de inglês, espanhol, alemão, entre outros, com foco em aspectos gramaticais do idioma em questão. 

Atualmente, existe uma variedade de propostas nos currículos oferecidos pelas escolas. Em parte dos casos, a segunda língua é trabalhada como acréscimo na carga horária de aulas, chamado muitas vezes de projeto bilíngue.

Essas propostas consistem nessa aprendizagem como maneira de ampliar o conhecimento adquirido no primeiro idioma. Nesse caso, o programa costuma ser oferecido por meio de uma parceria com uma escola ou empresa terceirizada. 

De modo geral, o programa bilíngue é oferecido no turno oposto ao das aulas em português, prometendo um desenvolvimento mais contextualizado do segundo idioma em comparação com as escolas que têm uma ou duas aulas de outra língua, como o inglês.

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