17/12/2013 às 00h09min - Atualizada em 17/12/2013 às 00h09min

Julgamento de Segunda

Julgamento de Segunda

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Está sendo bem difícil explicar o que está acontecendo com o (já encerrado) Campeonato Brasileiro 2013 para quem não acompanha minimamente o futebol. Regras estapafúrdias, incompetência e uma completa ausência de vergonha na cara de alguns dirigentes (falta de orgulho?) causaram uma situação mais ridícula do que parecia possível existir.

Encerrados os jogos, após 38 rodadas, os quatro últimos colocados (Náutico, Ponte Preta, Vasco da Gama e Fluminense) seriam rebaixados. No entanto, situações estranhas foram surgindo, uma atrás da outra, causando perplexidade, espanto e vergonha alheia, deixando a todos com dúvidas sobre quem vai disputar a Série B em 2014.

Em uma dessas situações o Vasco da Gama, após tomar um baile do Atlético-PR e perder por 5 x 1, num jogo marcado por uma violenta briga entre as torcidas, tentou reverter o resultado e conquistar os pontos via justiça desportiva, alegando que a partida havia recomeçado após 73 minutos de paralisação quando o máximo permitido seria de 60 minutos. Nesse caso, o Criciúma seria rebaixado em seu lugar. Felizmente, o recurso foi negado e os resultados em campo foram mantidos.

No entanto, o pior estava por vir, alguém descobriu que a Portuguesa escalou um atleta em situação irregular na última rodada do campeonato, quando supostamente não corria mais risco de rebaixamento. Héverton entrou aos 32 minutos do segundo tempo da partida da Lusa contra o Grêmio. Ficou claro que não houve má-fé nem benefícios ao time paulista, mas o regulamento prevê a perda dos pontos conquistados na partida (um ponto pelo empate) mais três pontos como “multa”. Nesse caso, a Lusa perde quatro pontos e toma o lugar do Fluminense como rebaixado. A incompetência da Portuguesa é flagrante, assim como o oportunismo do time carioca que, em anos anteriores, em situação similar, foi julgado e absolvido. Será que o STJD vai agir com coerência?

A desorganização é tão grande que a revista Veja chegou a publicar algo sobre uma irregularidade na escalação de Emerson Sheik pelo Corinthians, o que tiraria quatro pontos do Timão e faria com que o alvinegro fosse o rebaixado no lugar do Tricolor carioca. Em outras palavras, os advogados tomaram o lugar dos craques e vão definir o resultado final. E eles quase não gostam desses holofotes todos…

Em um tempo em que tanto se fala em Bom Senso, o futebol brasileiro já sai como o grande derrotado. Há quem diga que para 2014 a fórmula de disputa deve ser outra; primeiro os advogados de cada clube vão aos tribunais e em caso de empate, aí sim os times entram em campo.

Esse julgamento de segunda (com o perdão do trocadilho) é importante para definir o destino de vários clubes, mas mais importante do que isso seria criarmos regras claras, um tribunal absolutamente independente e desvinculado da CBF; porque pra 2013, o vexame já está posto.

 

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