24/04/2024 às 00h07min - Atualizada em 24/04/2024 às 00h07min

Cia do Polvo une a magia do circo com teatro e dança em novo espetáculo Dual

A dança, o teatro e a acrobacia fazem parte das habilidades das artistas (ex-ginastas) em uma encenação, sem diálogos, que passeia por técnicas circenses como o equilíbrio em cadeiras e a roda Cyr. O espetáculo teve como propulsores o conceito de “Modernidade Líquida” de Zygmunt Bauman; o livro "Mulheres Que Correm Com Os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. As sessões são gratuitas
 

Um espetáculo com a magia do circo que flerta com o teatro e a dança, além de abordar temas como amizade, competição, ancestralidade e modernidade. Esses são os ingredientes de Dual, da Cia do Polvo, montagem criada e concebida pelas artistas Cintya RodriguesNatalia Presser e dirigida por Juliana Neves. As apresentações acontecem nos dias 4 e 5 de maio (Teatro Arthur Azevedo); 11 e 12 de maio (Teatro Cacilda Becker), além de uma temporada de 25 de maio a 16 de junho (Teatro Alfredo Mesquita). As sessões são sempre sábados e domingos, às 16h, com entrada gratuita.

 

Na trama, um timer de tempo é acionado por meio do giro de uma roda no centro do palco. Um jogo é estabelecido pelas artistas que se desafiam em disputas acrobáticas e cênicas.  Um esqueleto anatômico é montado durante o espetáculo e se torna uma peça fundamental nesse jogo.

 

Dual tem um poder provocativo. Pode-se falar sobre ciências, anatomia, educação física, artes plásticas e questões sociais como o respeito à diversidade, às diferentes opiniões e formas de expressão. O projeto tem o objetivo de fomentar nos jovens o interesse pelas artes, formando público, provocando questionamentos ou até mesmo inspirando futuros artistas”, diz Natalia Presser.

 

A dança, o teatro e a acrobacia fazem parte das habilidades das artistas (ex-ginastas) em uma encenação, sem diálogos, que passeia por técnicas circenses como equilíbrio e parada de mãos em cadeiras e a Roda Cyr. A diretora, Juliana Neves, é bailarina e dançarina contemporânea e orquestra as cenas com uma mistura das linguagens e gerando uma atmosfera divertida e lúdica para toda a família.

 

Durante o espetáculo, quatro cadeiras de ferro se dispõe em diferentes configurações formando imagens e significados diferentes na composição virtuosa e  acrobática de Cintya Rodrigues. Já a Roda Cyr permite que Natalia Presser execute giros, movimentos de manipulação, dança e acrobacias dentro e fora do aparelho, que funciona como timer da história. 

 

A criação ocorreu durante a pandemia e foi fruto dos questionamentos das intérpretes e equipe, e teve uma série de propulsores como o conceito de Modernidade Líquida, criado por Zygmunt Bauman (1925-2017), filósofo polonês contemporâneo, que reflete sobre o quanto as relações entre as pessoas se tornaram superficiais, se desfazendo com a mesma facilidade que se estabeleceram, como por exemplo acontece nas redes sociais. Outra inspiração foi no estudo de alguns contos do livro Mulheres Que Correm Com Os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. A publicação aborda o arquétipo feminino e seus mistérios e potência com base em mitos, histórias ancestrais e contos de diversos países.

 

“Com Bauman, tivemos que olhar para nós mesmas como um ser social cada vez mais voltado para si. Com o livro de Clarissa, buscamos uma tentativa de conexão do eu selvagem, que se conecta com sua ancestralidade, se transforma, se empodera e homenageia os antepassados, passando adiante uma “informação” mais bem estruturada, para que possa positivamente, agregar o elo dessa corrente de afetos e saberes”, conta Natalia.

 

A artista ainda ressaltou que Dual também possui uma linguagem contemporânea e com estética modernista, com forte presença das cores primárias que dialogam com a obra do artista plástico moderno Piet Mondrian. “Em seus trabalhos, Mondrian trouxe criações que são exemplos de dualidades no sentido em que parte do clássico ancestral nas cores e nas formas para criar obras totalmente conectadas com a pintura moderna, que abandona teorias clássicas como luz, sombra, perspectiva e traz para o protagonismo traços e formas geométricas puras. Esses elementos estão em cena com as formas produzidas pelos corpos durante as acrobacias, movimentos e dança”.

 

Cia do Polvo foi criada pela atriz e circense Natalia Presser e o diretor e dramaturgo australiano Mark Bromilow, que se conheceram em 2009 quando trabalhavam no Varekai do Cirque du Soleil. O coletivo desenvolve projetos circenses, teatrais, produções, direções artísticas diversas e coproduções com grupos nacionais e internacionais.

 

Este projeto foi contemplado pela 8ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Circo para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e Prefeitura Municipal de São Paulo. 

 

Ficha técnica:

Direção: Juliana Neves. Dramaturgia: Mark Bromilow. Cenografia e figurinos: Daniela Garcia. Trilha sonora: Fernando Narciso e Denis Duarte. Iluminação: André Rodrigues. Elenco: Cintya Rodrigues e Natalia Presser. Artistas oficineiros: Paulo Maeda e Cesar Rossi. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção executiva: Natalia Presser e Cristiani Zonzini. Assistente de produção: Victor Rosa. Idealização e Produção: Cia do Polvo. 

 

Serviço:

Teatro Arthur Azevedo - Mooca

Av. Paes de Barros, 955 - Alto da Mooca, São Paulo - SP

Dias 4 e 5 de maio, sábado e domingo, às 16h. Grátis

 

Teatro Cacilda Becker - Lapa

R. Tito, 295 - Lapa, São Paulo - SP

Dias 11 e 12 de maio, sábado e domingo, às 16h. Grátis

 

Teatro Alfredo Mesquita - Santana

Av. Santos Dumont, 1770 - Santana, São Paulo – SP

Temporada: De 25 de e maio até 16 de junho, sábados e domingos, às 16h. Grátis

 

Classificação: Livre. Duração: 55 minutos.


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