O futuro do trabalho no mundo é um desafio para toda a sociedade. O horizonte é de profundas transformações diante dos avanços tecnológicos. De acordo com estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), quase 40% dos empregos no planeta podem ser afetados pela Inteligência Artificial (IA).
O tema precisa ser tratado com extrema urgência por todos os setores da sociedade e requer esforço redobrado de políticas públicas de todos os entes da federação, bem como parcerias entre o setor público e a iniciativa privada.
Precisamos repensar as cidades como um organismo vivo capaz de criar oportunidades de negócios para as suas mais variadas demandas. Cabe aqui um olhar mais atento para os jovens, que enfrentam uma maratona de desafios na busca do primeiro emprego e insucessos que podem levar ao desalento.
Hoje, um entre cinco jovens de 15 a 29 anos não estuda e nem trabalha, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua realizada em 2023 e divulgada em 2024, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É um universo de 9,6 milhões de pessoas nessa situação.
O primeiro passo para os municípios é preparar um plano de desenvolvimento econômico, com um olhar atento para a redução da burocracia no sentido de acelerar o processo de abertura de pequenos e micro empreendimentos, que geralmente promovem trabalho e renda para toda a família. De acordo com o IBGE, 90% das empresas têm perfil familiar e empregam 75% da mão de obra do País, bem como respondem por mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB).
As parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) são fundamentais para a implantação de programas e criar as melhores condições para apoiar o micro e o pequeno empreendedor. As prefeituras podem ainda abrir as portas para incentivar a participação das empresas do município nas suas compras.
Em outra frente, o programa Jovem Aprendiz pode ser ampliado por meio de incentivo às empresas locais. As cooperativas também merecem atenção especial pelo impacto socioeconômico que promovem, recebendo orientação para a estruturação do negócio e crédito barato e sustentável para o seu crescimento. São iniciativas que também podem ser fortalecidas com políticas públicas para a inclusão de pessoas com deficiência.
Na dinâmica de uma cidade promotora de negócios, é importante identificar núcleos de empreendedores, principalmente jovens e mulheres de um mesmo ramo (alimentação, artesanato, entre outros). Assim, é possível implantar políticas públicas mais efetivas como forma de fortalecer esses negócios por meio de cursos de gestão, além de eventos para comercialização dos seus produtos.
Os municípios devem valorizar os seus talentos em várias instâncias e incentivar a participação de seus empreendedores em rodadas de negócios com outras localidades, bem como apresentar os fornecedores locais a empresas de fora.
Os investimentos municipais nos empreendedores locais certamente renderão frutos, estimulando um ambiente de negócios e promovendo a criação de trabalho e renda, principalmente para jovens, mulheres e trabalhadores impactados pelos novos paradigmas socioeconômicos. Esse é um caminho virtuoso capaz de melhorar significativamente a qualidade de vida da população das nossas cidades.
(*) Hamilton Mota é pré-candidato a prefeito de Jacareí pelos partidos PT, PC do B, PV, PDT, Avante e PSB.
Divulgação 
