05/04/2024 às 20h08min - Atualizada em 06/04/2024 às 00h05min

Bibi Bog reflete o amor entre mulheres em pop lo-fi “Emocionada”

Single com produção de Angélica Duarte é o primeiro lançamento do EP “deuZONAS - vozes ferozes”

Daniel Corrêa

Leonardo Elger

Buscando visibilidade para mulheres e corpos dissidentes na MPB, o EP “deuZONAS - vozes ferozes” começa a ser apresentado com “Emocionada”, canção pop com estética lo-fi de Bibi Bog, cantora que utiliza a música como forma de autoconhecimento. A artista carioca compôs sua primeira música aos 14 anos, mesma época em que se apaixonou pela primeira vez por uma garota.

Ouça “Emocionada”: https://tratore.ffm.to/bibibog

De lá pra cá, vivências e sentimentos inspiraram sua arte e hoje, aos 23 anos, ela - que atualmente trabalha em seu disco de estreia - sente que suas canções ressoam com outras mulheres. O single é produzido por Angélica Duarte, que fez a curadoria do EP e trouxe o olhar pop da canção para outro patamar.

“‘Emocionada’ é uma música que fala sobre a emoção de conhecer alguém e ficar maluco com a pessoa ali, começar a pensar na vida com a pessoa depois do primeiro encontro, porque foi uma conexão forte, a parada mexeu muito. É aquele famoso ‘pô, tá emocionada, já tá apaixonada pela pessoa’. É sobre isso, vem a emoção da compositora que conhecia a pessoa há duas semanas e fez uma música pra pessoa”, conta Bibi Bog.

Além de Bibi, estarão presentes diferentes personalidades e perspectivas. Em “Samba sem Amor”, NATASHA mescla o tradicional com o contemporâneo, trazendo a dramaticidade lírica e melódica do samba em arranjo carregado de sintetizadores e batuques. AnarkoTrans faz um rap afiado que aponta o dedo na cara do homem cis hétero na urgente “Farpa Feminina”. Mulher preta e travesti, ela transmite suas vivências políticas através da música em eventos culturais pelo Brasil. Por fim, Jessica Assis canta sobre a vida e a coragem. Ela apresenta “Vim Sozinha”, um indie-folk carregado de sentimentos.

Para Angélica Duarte, o objetivo do EP é dar protagonismo à diversidade, promovendo mulheres que buscam um pontapé inicial na carreira. “Minha vontade era me desafiar a produzir canções diferentes e entrar em contato com novas vozes, novas sonoridades”, ela conta. “Com isso, bolei uma chamada pública a fim de dar oportunidade a novos talentos, privilegiando artistas promissoras que nunca haviam tido a oportunidade de lançar um fonograma. Durante um curto período de inscrição tive respostas suficientes e selecionei quatro gêneros distintos para produzir, de quatro mulheres talentosíssimas que tem muito o que dizer em suas canções autorais”.