19/03/2024 às 22h14min - Atualizada em 20/03/2024 às 00h02min

Dia da Escola: como o espaço passou de 'repressor' para 'oficina de ideias'

As escolas passaram por uma transformação significativa, evoluindo de espaços repressores para ambientes que incentivam jovens a desenvolverem ideias e potenciais

Instituto Âncora Educação
Divulgação
Por Profª Adriana Guimarães*

Todos os anos, em uma data especial, paramos para reconhecer e celebrar uma instituição que é fundamental para o desenvolvimento humano: a escola. O Dia da Escola, celebrado no último dia 15/3,  é mais do que apenas uma ocasião no calendário; é um lembrete do papel vital que as escolas desempenham na formação de indivíduos e na construção de sociedades prósperas. É a oportunidade não apenas para celebrar a instituição, mas também para refletir sobre a incrível jornada que as escolas percorreram ao longo dos séculos. Desde os primórdios até os dias de hoje, as escolas passaram por uma transformação significativa, evoluindo de espaços repressores para ambientes que incentivam as crianças e jovens a desenvolverem suas ideias e potenciais. Neste artigo, farei uma breve linha do tempo dessa evolução, destacando os principais marcos e as mudanças que moldaram o panorama educacional atual.

Durante a Antiguidade e a Idade Média, as escolas eram frequentemente associadas à elite ou à igreja, e o acesso à educação era restrito a poucos. O foco principal era a transmissão de conhecimentos específicos, geralmente relacionados à religião e às habilidades práticas necessárias para a sobrevivência naquela época. As escolas eram caracterizadas por uma disciplina rígida e autoridade absoluta, visando moldar comportamentos e garantir a conformidade com as normas sociais estabelecidas pelos monarcas.

Com o advento do Renascimento e do Iluminismo, surgiram novas ideias humanistas e filosóficas que valorizavam a educação como uma ferramenta para o desenvolvimento individual e social. Universidades e escolas seculares foram estabelecidas, e a ênfase na racionalidade, ciência e arte começou a moldar o cenário educacional. No entanto, apesar desses avanços, a educação ainda estava longe de ser acessível a todos, e muitas escolas ainda mantinham práticas tradicionais e autoritárias, com pouco ou nenhum espaço para os jovens desenvolverem suas ideias.

Com Revolução Industrial, houve uma demanda crescente por trabalhadores educados, o que impulsionou a expansão da educação primária e secundária. No entanto, as escolas ainda eram vistas principalmente como locais para adquirir habilidades básicas, como leitura, escrita e aritmética. A padronização do currículo e a ênfase na disciplina e obediência ainda prevaleciam, refletindo uma mentalidade mais utilitarista em relação à educação.

No século XX, surgiram movimentos educacionais progressistas, como o movimento da Escola Nova, que desafiaram as práticas tradicionais e buscaram uma abordagem mais centrada no aluno. Ideias como aprendizagem ativa, colaborativa e baseada em projetos ganharam destaque, e as escolas começaram a ser vistas como espaços para o desenvolvimento não apenas acadêmico, mas também emocional, social e criativo das crianças e jovens. No entanto, ainda havia muito a ser feito para transformar completamente o ambiente educacional.

Com o advento da tecnologia e da globalização no século XXI, as escolas enfrentaram novos desafios e oportunidades. Abordagens mais flexíveis e personalizadas de ensino ganharam espaço, reconhecendo a diversidade de habilidades e interesses dos alunos. A ênfase na criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas tornou-se mais proeminente, e as escolas passaram a ser vistas como ambientes inclusivos, onde as crianças e jovens são encorajados a explorar, questionar e desenvolver suas próprias ideias. Hoje, as escolas estão cada vez mais se transformando em espaços de aprendizado ativo, onde a expressão individual e a colaboração são valorizadas tanto quanto o conhecimento acadêmico.

Na medida em que celebramos o Dia da Escola, é importante reconhecer o progresso incrível que foi feito ao longo dos séculos na transformação das escolas de espaços repressores para ambientes de desenvolvimento integral. Elas são espaços onde as crianças e os jovens têm a oportunidade de adquirir habilidades acadêmicas, desenvolver habilidades sociais e emocionais, explorar seus interesses e talentos, e preparar-se para contribuir de maneira significativa para o mundo ao seu redor. Além disso, as escolas desempenham um papel crucial na promoção da igualdade de oportunidades, ajudando a combater a pobreza e a exclusão social. No entanto, também devemos lembrar que ainda há desafios a enfrentar e melhorias a serem feitas. O futuro da educação depende do compromisso contínuo dos nossos governantes em criar políticas públicas que impulsionem os espaços escolares para serem não apenas um ambiente que transmite conhecimento, mas também que inspirem a imaginação, que nutra a criatividade e capacitem cada criança e jovem a alcançar seu pleno potencial. Para isso, se faz necessário um olhar focado no investimento e valorização dos profissionais que compõem essa instituição.


*A profª Adriana Guimarães é graduada em Pedagogia, especialista em Psicopedagogia Clinica e Institucional e na Ciência ABA (análise do comportamento aplicada para avaliação e intervenção em autismo e deficiência intelectual). Atualmente contribui com o Instituto Âncora Educação em programas de formação de profissionais da educação e soluções voltadas à alfabetização e à recomposição de aprendizagens.

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