06/03/2024 às 12h28min - Atualizada em 08/03/2024 às 00h09min

Marcos Almeida apresenta releitura de “O Vencedor”, sucesso da banda Los Hermanos

Faixa do projeto “Canções Para Morar em Tempos Difíceis” também carrega influência dos Beatles

Rafael Ramos
Divulgação
Depois de pedir paciência e um pouco de água para matar a sede, Marcos Almeida canta que faz o melhor que é capaz só pra viver em paz em sua nova música “O Vencedor”. Escrita por Marcelo Camelo, a faixa foi gravada originalmente em 2003 pela banda Los Hermanos no álbum “Ventura”.

Na nova versão, o músico mineiro contou com a produção musical assinada por Wanderson Lopez, que buscou inspiração nos Beatles, mais precisamente no famoso “Álbum Branco”, que nasceu após uma viagem do quarteto para a Índia, onde John Lennon e companhia brincam com a ideia de paz.

- Trouxemos o sarangi e a cítara, instrumentos muito presentes nessa linguagem de espiritualidade e também bem aceitas pela linguagem pop e que fluiu naturalmente nos arranjos. Tem uma mudança harmônica, de uma ponte que era em tom menor e passou para maior, e retiramos os metais. Ficou bem ousada. Ao mesmo tempo que existe um desejo de reverenciar e homenagear esses mestres, a gente “meteu o louco” e fez um arranjo muito original - explica Marcos.

Grande apreciador da música genuinamente brasileira, Marcos Almeida ressalta que a forte influência do Los Hermanos, tanto em sua antiga banda Palavrantiga quanto em sua carreira solo, foi a principal motivação para que ele gravasse “O Vencedor”. A faixa é o terceiro single a integrar o projeto “Canções Para Morar em Tempos Difíceis”.

- Lembro-me de um show deles que ouvi na Rádio 98 (BH) e que fiquei bastante impactado com as melodias, com a força do rock n’roll e com aquela retomada da mistura que os Novos Baianos fizeram entre o rock e a música brasileira, trazendo para mim, como músico, um grande desafio fazer essa releitura. Primeiro porque é uma banda bem dedicada com cada parte do arranjo, com uma legião de fãs bem devotos e que encerrou atividades recentemente. Então ousamos recriar esses arranjos e trazer para dentro do meu vocabulário com a ajuda do Wanderson Lopez - detalha o artista.

Marcos Almeida ainda destaca que todas as “Canções Para Morar em Tempos Difíceis” passam por alguns critérios.

- Antes de tudo, a música precisa ter essa transpiração poética do esperancês, e “O Vencedor” tem muito. Ela é profética, um protesto do rock contra a ideia de um triunfalismo e uma meritocracia anti-esperança que adoece muito as pessoas hoje. Passa pelo conteúdo, pela memória afetiva de ter marcado o início do Palavrantiga. Inclusive tem um vídeo circulando na internet há mais de dez anos, onde a gente, junto a banda Crombie tocou de um jeito bem espontâneo e informal, tornando-se então uma dívida com esses ouvintes que me acompanham desde aquele tempo - declara o músico, que explica que cada canção representa uma linguagem que tem como base o esperancês, “que é essa linguagem poética que consegue, em meio à dor, antever coisas boas”.

CANÇÕES PARA MORAR EM TEMPOS DIFÍCEIS
Apesar das três canções gravadas por Marcos Almeida serem de artistas distintos - “Paciência” (Lenine), “Tenho Sede” (Gilberto Gil) e “O Vencedor” (Los Hermanos) - todas falam e cantam sobre a falta - a falta de paciência, a falta de água, a falta da pessoa e a falta de paz - e a esperança que está muito relacionada com essa alta e com o desejo.

- Naturalmente, a gente vai encontrando diálogos possíveis entre as canções. Então, elas se conversam muito e dá para fazer um filme, inclusive, está em pauta a continuidade daquele primeiro filme de “Paciência” para falarmos também da questão da água, do desejo, da questão romântica e da questão da meritocracia, que já mencionei, dialogando uma com a outra e retratando os dramas humanos contemporâneos - afirma.

E são esses dramas humanos em busca de um lugar de refresco, do recanto do guerreiro que pontuam “Canções Para Morar em Tempos Difíceis”. 

- O conceito de “Canções Para Morar em Tempos Difíceis” surgiu a partir da ideia do “recanto do guerreiro”. Um lugar de refresco, um pomar, um solo fértil onde a gente planta árvores importantes para o nosso ecossistema e que protegem a todos. Onde podemos construir a casa da árvore, estender redes, instalar balanços. É um lugar lúdico, um lugar de descanso e proteção, onde o repertório e a canção brasileira tornam-se um refúgio em tempos complicados, aqueles que todos nós, em algum momento, passamos.

De acordo com Marcos Almeida, o projeto está dividido em dois blocos, sendo o primeiro formado por “Paciência”, “Tenho Sede”, “O Vencedor” e, em breve, “Juízo Final”, de Nelson Cavaquinho, que será lançado em março. Para o segundo bloco, o cantor pretende lançar mais quatro canções ainda neste ano, além de uma turnê focada nessas recriações, mas conversando com seu repertório autoral.

- A música pode fazer muita coisa, mas ela não é tudo. Para passar por tempos difíceis, você precisa de amigos, da sua família e de relacionamentos substanciais. Precisa cuidar do corpo, fazer exercícios físicos, boa alimentação. Cuidar de suas emoções, da alma, fazer terapia. Tudo isso é bom, mas o ápice de tudo é a mesa, o encontro com pessoas que você ama, com pessoas que cuidam de você, com pessoas que são cuidadas por você e vão trazendo de volta o sentido para passarmos por tempos difíceis. Na música chamamos isso de harmonia - encerra Marcos Almeida, que acredita que é possível unir espiritualidade e criatividade sem perder de vista “que a arte é um dom, uma dádiva e por isso deve ser transmitida e fluir como um rio”.

Ouça a canção “O Vencedor” na voz de Marcos Almeida em todas as plataformas digitais: https://onilnk.com/save/MarcosAlmeidaOVencedor 

Assista ao visualizer de “O Vencedor” na voz de Marcos Almeida no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=8kNT8H9x76A 
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