15/02/2024 às 09h40min - Atualizada em 16/02/2024 às 04h08min

Andréia Nhur apresenta duas sessões do espetáculo Plasticus Dei no Sesc Consolação

A obra relaciona religião e capitalismo através da dança, música e performance

Angelina Colicchio
https://drive.google.com/drive/folders/1YbUiKpu0acEtHV6zRqZ37C-Pe7JbJDuj
Crédito: Paola Bertolini


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O espetáculo Plasticus Dei, mais recente produção da artista sorocabana Andréia Nhur junto ao grupo Pró-Posição, e com a colaboração do coreógrafo moçambicano Horácio Macuacuá, faz curta temporada em São Paulo, no Sesc Consolação, dias 20 e 27 de fevereiro, terças-feiras, às 20h. A entrada é gratuita.

Plasticus Dei mistura dança, música e performance em um trabalho que apresenta um corpo em colapso entre a repetição ritualística e o uso poético de objetos descartáveis de consumo, congregando sobreposição de cantos religiosos, respirações, ruídos, vocalizações, gestos, imagens, sons percussivos e fluxos exaustivos de movimento. 

Em diálogo com o solo Mulher Sem Fim, criado por Andreia em 2017, o espetáculo é uma continuidade da investigação da artista, que agora centraliza a lógica da repetição do acúmulo e do movimento. O solo contou com colaboração do coreógrafo moçambicano Horácio Macuacuá, cujas lógicas trazidas pelas danças tradicionais de Moçambique e de sua pesquisa pessoal colaboraram com as ideias centrais da obra. 

"Ele trouxe provocações sobre a integração do corpo com o som, fazendo com que o movimento alterasse a voz e gerasse modificações na obra", conta Andréia. A artista-produtora Paola Bertolini também contribuiu com a obra, dividindo a direção com Andréia, além da peça contar com colaboração sonorocoreográfica da coreógrafa e musicista Janice Vieira. 

Em sua pesquisa, Andréia estabeleceu uma relação com cantos religiosos. "O repertório sonoro de Plasticus Dei é inteiro religioso, sacro e ligado à uma ideia de espiritualidade e esses estados de rito têm a ver com as duas coisas - corpo e voz", conta. Na obra, estão presentes distorções vocais, drives, sons ingressivos e outras perspectivas sonoras que produzem uma fricção com as vozes trabalhadas na música litúrgica cristã, estabilizadas e mais "limpas". A ideia do plástico, que compõe o cenário e figurino, chega como uma reflexão sobre o excesso do consumo e do lugar do ritual como produto. 

Plasticus Dei também dialoga com as provocações do livro O desaparecimento dos rituais: uma topologia do presente, do filósofo Byung-Chul Han (2021), que aborda o fim dos rituais como sintoma do atual momento do capitalismo. "Para Han, enquanto o ritual é repetitivo, permanente e compartilhado, o consumo é individual, exaustivo, seriado, apressado e extenuante", conta Andréia. O solo dá continuidade à pesquisa sonorocoreográfica desenvolvida por Andréia e o grupo Pró-Posição em obras anteriores e aprofunda os estudos realizados pela artista junto ao Instituto de Musicologia da Ghent University (Bélgica), entre 2020 e 2021.

 

Sinopse

Este solo é uma dança em looping ativada pela construção de um ambiente sonoro em tempo real. Um corpo em colapso, entre a repetição ritualística e o uso poético de objetos descartáveis de consumo, transita entre cantos religiosos, respirações, ruídos, distorções vocais, percussão, imagens e fluxos exaustivos de movimento.

O título, um trocadilho com a expressão latina Agnus Dei, da missa cristã, sugere a adoração ao plástico. Hiperconsumo, ritual, repetição, religião e capitalismo são alguns dos fios que perpassam a obra, num jogo de acumulação de gestos, vocalizações, sacolas plásticas e um dispositivo de repetição sonora.


Sobre o Grupo Pró-Posição

Fundado em 1973, por Janice Vieira e Denilto Gomes (1953-1994), na cidade de Sorocaba, o Grupo Pró-Posição é uma referência na história da dança do Brasil, com atuação marcante entre as décadas de 1970 e 1990. Em 2007, foi reativado pela parceria entre Janice e Andréia, por meio de uma série de trabalhos autobiográficos que renderam prêmios importantes como: Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 2013, Prêmio Governador do Estado à Janice Vieira, em 2013, e Prêmio Denilto Gomes à Andréia Nhur, em 2017. Desde a reativação do grupo, foram produzidos oito trabalhos inéditos, entre solos, duos, conferências, dançadas e parcerias, que circularam pelo Brasil, Argentina, Bolívia e Bélgica. 

 

Ficha Técnica

Criação e performance: Andréia Nhur 

Em colaboração com: Horácio Macuacuá (Moçambique/Espanha) e Paola Bertolini  

Colaboração sonorocoreográfica: Janice Vieira 

Produção e fotos: Paola Bertolini  

Iluminação: Roberto Gill Camargo e Paola Bertolini 

Operação de luz: Paola Bertolini ou Felipe Fly 

Operação de som: Lucas Mercadante ou Jean Menezes 

Arte gráfica: Flávio Queiróz 

 

Serviço

Plasticus Dei

20 e 27 de fevereiro, terças-feiras, às 20h

Local: Espaço Provisório (3º andar) do Sesc Consolação

Endereço: R. Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque, São Paulo - SP, 01222-020

Classificação indicativa: 16 anos

Duração: 45 minutos

Capacidade: 40 lugares

Gratuito. Retirada de ingressos on-line em Central de Relacionamento Digital e App Credencial Sesc SP, às 12h, e, presencialmente, nas bilheterias das Unidades do Sesc, às 14h, no dia de cada apresentação.

 

Assessoria de Imprensa do espetáculo - Pevi

Diogo Locci - [email protected] | 11 99906-0642

Angelina Colicchio - [email protected] | 11 99299-2877

 

Assessoria de Imprensa - Sesc Consolação

Andréa Oliveira - [email protected] | 11 3234-3061




 
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