09/02/2024 às 10h46min - Atualizada em 15/02/2024 às 00h05min

GRM Acústica explica porque há tantos enganos sobre as fontes de ruídos

Estruturas dos ambientes afetam a percepção do som e suas origens

Mariana Garrett Paker Rodrigues
Imagem de divulgação

A cena é comum: moradores de prédio reclamando de barulhos vindos do apartamento superior ou ao lado do seu e o vizinho alegando que não estava fazendo nada (em alguns casos, nem estaria em casa nas ocasiões citadas). Situações como essa podem acarretar brigas e mal-entendidos e ambos encontram-se em suas razões, nenhum dos dois está mentindo. O que explica esse fenômeno?

“O som pode causar óbitos”, alerta Marco Aurélio de Paula, engenheiro acústico e fundador da GRM Acústica. “Não literalmente, mas nesses casos que levam a brigas alguém pode se alterar e chegar à agressão”, detalha. “E não se trata apenas da quantidade de decibels emitidos; a tolerância ao ruído tem a ver com muitos aspectos, inclusive de cunho pessoal. Uma pessoa cantando o hino do adversário que derrotou seu time do coração na final do campeonato pode irritar a esse ponto, ainda que não seja muito alto; vizinho com som alto dia e noite; ruído ainda que não tão alto, mas constante são alguns exemplos”.

A percepção do som é um fenômeno complexo que depende de uma série de fatores, incluindo a posição do ouvinte em relação à fonte sonora. Em espaços abertos, essa percepção pode variar significativamente. As ondas sonoras se propagam por um meio - seja ele sólido, líquido ou gasoso. Quando essas ondas atingem os ouvidos, o cérebro as interpreta como som. No entanto, a maneira como é percebido pode ser influenciada por fatores como a direção, profundidade, altura e largura do ambiente.

A posição do ouvinte em relação à fonte sonora pode afetar significativamente essa percepção. Por exemplo, em um restaurante barulhento, pode ser difícil ouvir a voz de alguém que está a poucos metros, inclusive na mesma mesa, enquanto o nível de ruído geralmente se mantém uniforme para todos.

Em espaços abertos, a percepção do som pode ser ainda mais complexa pois o som pode se dispersar em todas as direções, em vez de ser confinado dentro de quatro paredes. Além disso, em um ambiente urbano, existem várias fontes de ruído, como o tráfego de veículos, vizinhos, sirenes, animais e construção civil, que podem afetar a percepção do som.

Prédios são ambientes nos quais o som pode viajar de maneiras inesperadas devido à estrutura do edifício e aos materiais usados na construção. Pode parecer que um barulho está vindo do andar diretamente acima, no entanto, pode estar vindo de um apartamento diferente, transmitido através das paredes, pisos ou tetos. “A falta de isolamento acústico adequado na construção é um agente causador desse fenômeno”, explica Marco. “Em superfícies duras, as ondas sonoras acabam sendo ‘refletidas’, então parece mesmo que estão vindo de uma direção completamente diferente da fonte. E somente um laudo técnico, feito com conhecimento e equipamentos adequados, pode detectar exatamente o que acontece naquele espaço".



 

Sobre a GRM Acústica

A GRM Acústica foi fundada em 2015 pelo Engenheiro Marco Aurélio de Paula, engenheiro especialista em acústica, que já foi professor do MBA do SENAI de Joinville, UNIFEI, e de especialização na PUC-MG, além de ministrar cursos de forma online no Brasil e no mundo. A empresa soma hoje mais de 10 mil horas em campo com projetos realizados na indústria, construção e meio ambiente. Trazendo experiência de consultoria, projetos e análise de campo de ruído e vibrações, a GRM conta com grandes parceiros de laboratórios, softwares e instrumentos de medição para oferecer serviços de engenharia de acústica e vibrações do mais alto nível de competência e qualidade.


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