16/01/2024 às 12h24min - Atualizada em 17/01/2024 às 08h10min

O perigo da retórica vazia: Desmascarando falsos especialistas

Entre teorias ocas e a realidade cotidiana, fica uma reflexão sobre o impacto das opiniões sem fundamento

Alexandre Poseddon
Crônica
Instagram @poseddon

No vasto palco da informação, onde vozes ressoam como ecos distantes, depara-se com a figura do "expert genérico". Com sua formação sólida, ele se aventura por temas diversos, mas aqui, no universo da segurança pública, onde minha experiência diária atua, sua presunção torna-se particularmente perigosa.

Ao lançar opiniões generalistas, o expert genérico, muitas vezes cego pela própria retórica, não se dá conta da delicadeza e complexidade inerentes à segurança pública, por exemplo. Sua bagagem acadêmica, embora respeitável, é apenas um verniz, uma fachada que esconde a falta crucial de vivência prática.

O contraste é flagrante quando observamos aqueles que dedicam suas vidas a entender as nuances intricadas da segurança de toda nossa sociedade. Diariamente, enfrentam desafios reais, longe dos confortáveis escritórios acadêmicos. Essa é a diferença entre teorias vazias e conhecimento enraizado na vivência cotidiana.

"No palco da informação, cuidado com a sedução das palavras vazias. Enquanto a retórica do falso especialista ecoa, a verdade se perde nas entrelinhas da experiência que genuinamente molda a expertise." - Alexandre Poseddon

É notável como o expert genérico, ignorando as falácias evidenciadas por Schopenhauer, manipula dados e pesquisas descontextualizadas para validar suas opiniões. Essas falácias, esses truques retóricos, são armas sutis que criam uma ilusão de veracidade para o público ávido por respostas simplificadas.

O verdadeiro perigo emerge quando o expert genérico encontra um público sedento por validação, não por conhecimento genuíno. Suas opiniões, ainda que destituídas de embasamento prático, servem como uma muleta para aqueles que buscam justificar suas próprias crenças, sem mergulhar nas águas profundas da reflexão crítica.

Assistimos então à propagação dessa mensagem distorcida, como uma praga que se espalha velozmente. A opinião do falso especialista torna-se uma verdade aceita, um mantra repetido cegamente por aqueles que não questionam, mas buscam apenas a validação de suas preconcepções.

Essa armadilha sutil do falso especialista não apenas obscurece a verdade, mas mina a busca pelo verdadeiro problema. Enquanto ele perpetua suas teorias vazias, a sociedade, influenciada por sua retórica persuasiva, acaba por disseminar uma mensagem errônea até que essa mensagem, por repetição incessante, seja considerada incontestável.

É essencial, portanto, que cultivemos um discernimento aguçado, questionando as opiniões que nos são apresentadas. A verdadeira expertise não se esconde em diplomas, mas na combinação intrínseca entre o conhecimento teórico e a experiência prática. Que não caiamos na armadilha da retórica vazia, mas busquemos, incansavelmente, compreender a complexidade real dos temas que afetam a segurança pública e, por conseguinte, o bem-estar da sociedade.**
 


Alexandre Poseddon é especialista em estratégias de comunicação com diversas premiações acadêmicas e profissionais. Formado em Marketing pelo grupo IBMEC, possui MBA em Gestão de Negócios e MBA em Gestão de Pessoas. Sócio-diretor da Agência Vixus, atua no mercado de comunicação há mais de 15 anos.
 


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