10/01/2024 às 09h54min - Atualizada em 10/01/2024 às 20h08min

Grupo Trapo estreia a ousada montagem O Banquete no Éden no Teatro Arthur Azevedo

Eliane Verbena
https://verbenacomunicacao.blogspot.com/2024/01/grupo-trapo-estreia-ousada-montagem-o.html
O Banquete do Éden - foto de Marina Bisco
Com trajetória marcada por trabalhos que refletem sobre o comportamento humano e estética pautada pelo teatro de investigação corporal, o Grupo Trapo estreia O Banquete no Éden no dia 26 de janeiro de 2024, sexta, no Teatro Arthur Azevedo, às 20 horas. O espetáculo segue em cartaz até 18 de fevereiro, de sexta a domingo.
 
Dirigido e concebido por Muriel Vitória, o espetáculo traz à cena o mito do Jardim do Éden para refletir sobre o que somos e sobre a forma como nos relacionamos nos dias atuais. O Grupo Trapo se debruça sobre histórias que estão no cerne da formação humana e na construção de paradigmas para questionar significados, seja do amor, da desobediência, do sexo, da liberdade ou da morte.

Para desenvolver o enredo de O Banquete no Éden o grupo fez intensa pesquisa de linguagens que passa pelo happening, pelo teatro performático, pelas artes plásticas, pelo audiovisual e pela técnica de investigação corporal. O espetáculo questiona a maneira como as tradições, os mitos e as histórias atravessam gerações, sendo capazes de influenciar e gerar padrões de comportamento que garantam a 'evolução’ da humanidade.

Segundo Muriel Vitória, as histórias acerca de Adão e Eva, do fruto proibido, de Caim e Abel, da Serpente, de Deus e da criação do mundo ocupam um lugar de privilégio não só nas religiões, mas também nas artes plásticas, na filosofia e no inconsciente coletivo. “Alguma coisa na estrutura da história que nos é transmitida se agarra ao pensamento e se torna, quase literalmente, inesquecível”, comenta.

O diretor explica que O Banquete no Éden nada tem de O Banquete, de Platão: “É muito mais Rodrigueano”, ele diz. “Embora, em comum, o espetáculo basicamente se constitua acerca de diálogos sobre amor”, completa. Mas a encenação concebida e dirigida por Muriel Vitória diz muito sobre um evento de refeição solene, festiva, onde se bebe os melhores vinhos e estouram as melhores garrafas de champanhe, onde os convidados performam cenas exageradas de puro drama, choram suas angústias, riem de suas desgraças, apaixonam-se de maneira desenfreada, comem, regurgitam e afirmam a plenos pulmões suas verdades existenciais. “Tudo isso no Éden, o nome dado ao Jardim de Deus. O nosso ‘banquete’ diz muito de personagens fascinantes, que povoam o imaginário coletivo com um estranho e perene poder: a capacidade humana de contar histórias”, explica Muriel.

Incorporando elementos da arte contemporânea ao teatro, como a performance e a dança, O Banquete no Éden oferece espaço à improvisação, gerando um conjunto simultâneo de informações que mantêm a atenção do público em todos os momentos. Em dois atos, sem enredo linear, todas as personagens permanecem em cena. O primeiro ato traz o mito em situações que remetem à contemporaneidade, mostrando como ele reverbera no caminhar da civilização. No segundo, os mitos do Éden experienciam a convivência, o nascimento dos sentimentos e dos conflitos. É perceptível uma interconexão entre os ambientes principais representados, sugerindo que a natureza humana não alterou sua complexidade conflituosa, independentemente do tempo histórico. E atesta que, dos primórdios da humanidade até a contemporaneidade, os conflitos humanos permanecem essencialmente os mesmos.

O diretor argumenta que “nesse sentido, há sempre a possibilidade de superação dos pecados, inerentes à natureza humana, pela necessidade de libertação de tudo aquilo que nos aprisiona e, sobretudo, pela solidariedade, independentemente do tempo/espaço”. E finaliza dizendo que “o espectador de O Banquete no Éden precisa também ter a mente libertária ou, pelo menos, tolerante para que possa sentir as dores inerentes à condição humana e ainda, essencialmente, usufruir dos prazeres que tal condição pode proporcionar a todos nós”.

FICHA TÉCNICA - Direção e concepção: Muriel Vitória. Intérpretes: Gui Vieira (Caim), Lis Santos (Lilith), Marília Luiz (Sara), Pedro Gonçalves (Adão), Suellen Santos (Eva), Well Nascimento (Umbra) e Zé Carlos de Oliveira (Abel). Direção de produção: Diego Brito.  Iluminação: Jotappe Silva. Cenografia: Heron Medeiros. Fotografia: Marina Bisco. Social media: Lis Nunes. Vídeo: Isabela Fausferr. Assessoria de imprensa: Verbena Comunicação. Produção artística: Diego Brito e Edi Costa.

Espetáculo: O Banquete no Éden
Temporada: 26 de janeiro a 18 de fevereiro - Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 18h
Duração: 60 minutos. Gênero: Drama / Performance.
Classificação indicativa: 18 anos (nudez explícita, violência, linguagem inapropriada).
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia-entrada).
Venda online: Sympla.com.br (link no Instagram - @grupotrapo).
Bilheteria: 1h antes das sessões.

Teatro Arthur Azevedo
Avenida Paes de Barros, 955 - Mooca. São Paulo/SP.
Telefone: (11) 2604-5558. Na rede: @teatroarthurazevedosp.
Local: Sala Multiuso (capacidade: 60 lugares). Acessibilidade: Sim.

Este conteúdo foi distribuído pela plataforma SALA DA NOTÍCIA e elaborado/criado pelo Assessor(a):
U | U
U


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Fale pelo Whatsapp
Atendimento
Precisa de ajuda? fale conosco pelo Whatsapp