07/12/2023 às 17h20min - Atualizada em 08/12/2023 às 00h06min

Escritora Conceição Evaristo norteia festival que dá luz à resistência e celebra a cultura negra

Com conferência da escritora, mesas e programações culturais com convidados como o grupo Ilú Obá De Min e as cantoras Anelis Assumpção e Larissa Luz, a programação fecha a atuação de Conceição como titular da Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, realizada em parceria pelo Itaú Cultural e o IEA-USP

Larissa Corrêa
foto Leonor Calasans_IEA-USP

De 13 a 15 de dezembro (quarta-feira a sexta-feira), a escritora e professora Conceição Evaristo conduz o Festival Kwanzaa-Escrevivência. A programação voltada às contribuições das pessoas negras na produção de conhecimento e comemora as realizações da titularidade de Conceição na Cátedra Olavo Setubal de Arte, Cultura e Ciência, uma parceria do Itaú Cultural e o Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP). As atividades artístico-culturais, todas acompanhadas de perto pela anfitriã, são realizadas em três espaços diferentes da cidade de São Paulo, com transmissão ao vivo das mesas pelo YouTube do IEA https://www.youtube.com/c/IEAUSPSP.

 

A programação abre no dia 13 (quarta-feira), às 19h, no Itaú Cultural, com falas de Jader Rosa, superintendente do Itaú Cultural, e Patrícia Mota, superintendente do Itaú Social, seguida de uma conferência com Conceição Evaristo e pocket show de Anelis Assumpção. Fecha no dia 15, na USP, com cortejo do grupo Ilú Obá De Min, vídeo-mapping do Coletivo Coletores e show da cantora Larissa Luz. Ao longo dos três dias, o festival reúne, ainda, rodas de conversa, performances poéticas de Luz Ribeiro, Mel Duarte, Cajota Domingues e Victor Hugo Oliveira, e a contação Pretinha Ponciá, com Kétila Araújo (segue abaixo a programação completa, também disponível em http://www.iea.usp.br/eventos/festival-kwanzaa).

 

Kwanzaa-Escrevivência traz para o Brasil a celebração do Kwanzaa e celebra a relevância dos trabalhos acadêmicos e artísticos de Conceição Evaristo. Eles refletem sobre a formação social brasileira, em confluência com epistemologias de vários intelectuais, entre os quais Beatriz Nascimento, Lélia González, Lêda Maria Martins, Sueli Carneiro, Abdias do Nascimento, Edouard Glissant e Franz Fanon.

 

Resistência e expressão

A participação da escritora na cátedra foi pautada pela reflexão sobre epistemologias afro-diaspóricas por meio de diversas atividades e ações. Entre estas ações está a criação do Grupo de Estudos Escrevivência: Corpu(s) Estéticos em Diferença, uma disciplina de pós-graduação e um curso de extensão para docentes da educação básica, além de seminários, palestras e participação em eventos que tiveram como audiência tanto a comunidade uspiana quanto o público externo.

 

Durante sua titularidade, no período de setembro de 2022 a dezembro de 2023, Conceição expandiu, em parceria com o grupo de estudos criado por ela, o diálogo do conceito de escrevivência com diferentes áreas de conhecimento. A intelectual explica o termo com a representação de uma concepção teórica que busca jogar luz nas vivências individuais e coletivas das comunidades negras na diáspora e das populações marginalizadas.

 

“Ela se configura como um ato de resistência e expressão. Destaca-se como uma ferramenta poderosa para reivindicar as identidades, memórias e histórias afro-diaspóricas, ressignificando imagens como a da Mãe Preta, silenciadas historicamente nas sociedades”, explica a escritora.

 

Dessa forma, por meio da reflexão sobre a escrevivência e em consonância com os sete princípios fundamentais do Kwanzaa (unidade, autodeterminação, trabalho coletivo e responsabilidade, economia cooperativa, propósito, criatividade e fé), o festival busca celebrar a cultura negra e, segundo Conceição, estimular formas coletivas de vida e resistência das comunidades negras em diáspora.

 

Sobre o Kwanzaa

Kwanzaa é uma celebração cultural afro-americana surgida em 1966, por sugestão de Maulana Karenga, professor de estudos negros atualmente vinculado à Universidade Estadual da Califórnia, em Long Beach. Criada no contexto do movimento pelos direitos civis estadunidense, a festividade é comemorada principalmente nos Estados Unidos, de 26 de dezembro a 1º de janeiro.

 

Segundo Hernani Francisco da Silva, fundador da Sociedade Cultural Missões Quilombo, o Kwanzaa foi concebido como um ritual ligado à época de colheita. Durante a semana em que ele transcorre, os participantes se reúnem com familiares e amigos para trocar presentes entre luzes de velas pretas, vermelhas e verdes, que simbolizam os sete valores fundamentais da vida familiar afro-americana, identificados por termos da língua suaíli: umoja (unidade), kujichagulia (autodeterminação), ujima (trabalho coletivo e responsabilidade), ujamaa (economia cooperativa), nia (propósito), kuumba (criatividade) e imani (fé).

 

Para Conceição Evaristo, comemorar o Kwanzaa no Brasil implica celebrar as raízes africanas, estar em sintonia com a herança e a ancestralidade trazidas pelos povos africanos. “Também reforça que, apesar dos desafios enfrentados pelas populações afro-brasileiras, a resiliência e a celebração das conquistas persistem, como testemunhos poderosos de uma história rica e vibrante”, completa ela. Para a autora e ex-titular da Cátedra Olavo Setubal, esta celebração fortalece os laços comunitários e inspira a continuidade do legado cultural, promovendo a conscientização.

 

 

  

SERVIÇO 

Festival Kwanzaa-Escrevivência 

De 13 a 15 de dezembro (quarta-feira a sexta-feira) 

No Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (Each-USP) e Itaú Cultural .

Entrada gratuita.

Reservas de ingressos a partir de 6 de dezembro, pelo link e.usp.br/phv (em Inscrições)

As mesas serão transmitidas ao vivo por https://www.youtube.com/c/IEAUSPSP    

 

 

PROGRAMAÇÃO

 

NO ITAÚ CULTURAL

Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô 

Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663 

E-mail: [email protected].br   

Acesso para pessoas com deficiência física  

Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.  

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.  

 

Dia 13 de dezembro (quarta-feira) 

19h

Abertura do festival 

Mesa de abertura com Jader Rosa (Itaú Cultural) e Patrícia Mota (Itaú Social)

Conferência Escrevivência e criação de mundos possíveis, com a escritora e catedrática Conceição Evaristo 

Pocket show de Anelis Assumpção 

 

NA ESCOLA DE ARTES, CIÊNCIAS E HUMANIDADES (EACH-USP)

Campus USP Leste 

Rua Arlindo Béttio, 1000, Ermelino Matarazzo 

 

Dia 14 de dezembro (quinta-feira) 

9h

Mesa de abertura com Juliana Yade (Itaú Social) e Marli Quadros Leite (Pró-reitora de Cultura e Extensão - PRCEU-USP)

9h40 

Pílula - performance 

Com a escritora, atriz, narradora e slammer Luz Ribeiro 

10h 

Roda de conversa 1 - Ujima: Sujeitos, lugares e modos coletivos de enunciação  

Com Flávia Martins, João Mozart e Mari Costa. Mediação: Prof. Rosenilton Oliveira 

11h 

Roda de conversa 2 - Modos de enunciação: sujeitos escrevivendo os seus lugares no mundo 

Com Eduardo Prachedes Queiroz, Maria Rita Taunay e Milena Manhãs. Mediação: Prof. Esmeralda Negrão 

14h 

Pílula - performance 

Com a poeta Mel Duarte 

14h10 

Roda de conversa 3 - Kuumba: escrevivência, escrita dramatúrgica e o fazer artístico 

Com Alessandra Augusta Lima dos Santos, Beatriz Nauali e Kétila Araújo. Mediação: Jé Oliveira 

16h 

Roda de conversa 4 - Escrevivência em sala de aula e a formação docente 

Com Alan Brito, Allan da Rosa e Fátima Santana. Mediação: Juliana Yade 

18h 

Encerramento - Contação Pretinha Ponciá 

Com Kétila Araújo 

 

NO INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS (IEA-USP)

Campus Butantã, Sala Alfredo Bosi 

Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária 

 

Dia 15 de dezembro (sexta-feira) 

9h

Mesa de abertura com Ana Lúcia Duarte Lanna (Pró-Reitora de Inclusão e Pertencimento USP), Ary Plonski (Diretor do IEA), Luciana Modé (Itaú Cultural) e Martin Grossmann (Coordenador acadêmico da Cátedra)

9h40 

Pílula - performance 

Com o poeta e slammer Cajota Domingues 

10h 

Roda de conversa 5 - Umoja: corpus estético em diferença  

Com Blenda Souto Maior, Cajota Domingues, Gessica Silva, Júlia Farias e Renata Gonçalves 

11h 

Roda de conversa 6 - Escrevivência, estética e possibilidades narrativas 

Com Brunna Amicio, Carla Silva, Débora Andrade e João Victor 

14h 

Pílula - performance 

Com Victor Hugo Oliveira 

14h10 

Roda de conversa 7 - Arte, escrevivência, corpo e movimento 

Com Adnã Ionara, Daniel Alves e Luciano Tavares. Mediação: Deise de Brito  

16h 

Roda de conversa 8 - Nia: escrevivendo a continuidade 

Com Conceição Evaristo, Calila das Mercês, Georgton Silva, Stefani Souza e Viviane Nogueira 

ENCERRAMENTO 

17h40 

Entreato 

Cortejo Ilú Obá De Min 

Video-mapping: Coletivo Coletores  

19h 

Apresentação musical  

Com a cantora Larissa Luz  


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