23/11/2023 às 15h33min - Atualizada em 24/11/2023 às 00h02min

A formação de químicos na EAD é um problema? 

Carla Krupczak (*) 

Valquiria Cristina da Silva Marchiori
Rodrigo Leal

No dia 1 de novembro de 2023 foi publicado no Diário Oficial da União a resolução nº 313, em que o Conselho Federal de Química (CFQ) determina o processo de análise dos projetos pedagógicos de cursos da área da Química. Nesta resolução fica definido no artigo 3º que: “os componentes curriculares experimentais deverão se desenvolver presencialmente”.  

Além disso, fica estabelecido no parágrafo único deste mesmo artigo que: “os componentes curriculares da área da Química deverão conter, no mínimo, 20% (vinte por cento) de carga horária experimental”.  

Com esta resolução o CFQ está tentando impedir o aumento de cursos da Educação à Distância (EAD) para a área química? Certamente não, uma vez que a resolução se restringe a obrigatoriedade de os componentes experimentais ocorrerem de forma presencial, mas não impede que os componentes teóricos ocorram no formato EAD.  

No entanto, essa resolução impede que cursos da área da Química não tenham atividades laboratoriais presenciais, o que vinham acontecendo em algumas instituições de ensino. De fato, um profissional da área Química precisa ter conhecimentos apurados sobre o trabalho laboratorial, como normas de segurança, usos e cuidados para cada tipo de vidraria e reagente, formas corretas de estocar reagentes, técnicas de uso de vidrarias e equipamentos, entre tantas outras habilidades, que só podem ser efetivamente desenvolvidas quando os estudantes colocam “a mão na massa”. Portanto, a preocupação do CFQ com a formação de químicos é genuína e deve ser garantida.  

Desta forma, seria a EAD uma opção ruim para a formação de profissionais da área química? Não, é possível estudar os conceitos teóricos neste formato e realizar as aulas de laboratório presencialmente. Por exemplo, isso já vinha sendo feito com sucesso pelo Centro Universitário Internacional Uninter no curso de Bacharelado em Química antes mesmo da publicação da resolução citada. Os graduandos realizam a parte teórica dos componentes curriculares de forma online e desenvolvem a parte prática presencialmente nos laboratórios da instituição localizados em cidades estratégicas do país ou em laboratórios de empresas conveniadas com a Uninter.  

O resultado deste trabalho foi reconhecido pela próprio CFQ, que concedeu as devidas atribuições profissionais para os egressos do curso em abril deste ano. Os estudantes gostaram muito da estrutura do curso e relatam a contribuição das práticas presenciais para sua formação, mesmo para aqueles que já trabalhavam em laboratório como técnicos em química.   

E respondendo à pergunta do título deste texto, a formação de químicos na EAD pode ser uma solução, visto que permite uma maior democratização da área, desde que feita com cuidado e qualidade, o que deve ser fiscalizado e avaliado adequadamente. 

*Carla Krupczak (*) – Licenciada e Bacharela em Química. Mestra em Educação em Ciências e em Matemática. Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e em Matemática. Docente no Centro Universitário Internacional Uninter e na Educação Básica.  


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