08/11/2023 às 13h07min - Atualizada em 08/11/2023 às 16h06min

Novembro Azul Pet: Preconceito sobre castração é um dos principais fatores de risco para os pets

Procedimento é pouco invasivo e previne contra doenças que podem levar ao câncer de próstata nos animais

Loliza Domingues
Lola Press
Loliza Domingues



O Novembro Azul movimenta todos os anos o setor de saúde, conscientizando sobre a importância da prevenção do câncer de próstata entre os homens. Apesar da campanha mundial falar quase que exclusivamente para a espécie humana, especialistas aproveitam a data para alertar sobre a importância de ações preventivas em cães e gatos. “Há um imaginário popular sobre a castração, como se fosse algo nocivo ao pet, mas, é justamente o contrário, ela é medida preventiva contra o câncer”, explica o veterinário cirurgião Vittor Santos de Souza.

A medida defendida por Vittor e por outros especialistas ainda esbarra na falta de informação entre os tutores. “Eles perguntam se dói. E a resposta é não, porque o animal vai estar anestesiado, então ele não vai sentir o procedimento”.

A resistência maior é entre tutores do sexo masculino. “Normalmente, há uma identificação do tutor com o animal, talvez porque ele se imagine no lugar do seu pet, mas isso é bobagem, o animal não vai viver mais infeliz por não ter estímulo para reprodução, nada disso é real, tudo isso é mito”, explica ele.

Diferente do que muitos pensam, Vittor aponta benefícios aos animais castrados: Primeiro, a prevenção do câncer de próstata, que segundo ele, é o propósito do Novembro Azul; Segundo, a prevenção da hérnia perianal e perineal, que também acontecem majoritariamente em cães acima de seis anos não castrados. “Esse é um problema seríssimo”, diz o especialista. E em terceiro lugar, a prevenção do câncer testicular, que são o seminoma e os sertoliomas mais comuns.

O veterinário também aponta outro benefício, a mudança no comportamento do animal, com a tendência de diminuir a marcação territorial, a disputa por liderança e o interesse no cio da fêmea.

A época ideal para castrar um macho com fins preventivos, segundo Vittor, é antes dois anos de idade. “A indicação na Medicina Veterinária é castrar até o segundo ano de vida, mas, não há problema algum em fazer esse procedimento após essa época. Lembrando que a nossa clínica contraindica a castração pediátrica, que é antes dos seis meses", reitera.

O veterinário indica que a idade inicial para o procedimento deve ser respeitada para evitar problemas advindos da redução hormonal após a cirurgia. “Um dos contras numa cirurgia de castração dos machos é a questão da redução na testosterona, que modula as características sexuais secundárias do gênero. Isso traz vários problemas, sendo um deles a propensão ao ganho excessivo de peso. Por isso, não devemos castrar cedo demais o animal”.

Para Vittor, é necessário que o cão ou o gato atinjam a puberdade para estimular a produção da testosterona. Além do excesso de peso e dos riscos da cirurgia, estes considerados muito pequenos, segundo estudos veterinários mais recentes, a castração - se feita de forma precoce - pode fazer com que não haja o desenvolvimento completo dos órgãos genitais, acarretando na obstrução de vias urinárias; e aumento no risco de vários outros tipos de câncer e também de doenças ósseas e articulares em especial para algumas raças caninas.

Diferente do que acontece nas fêmeas, o procedimento cirúrgico nos machos (conhecido por orquiectomia) gera menos risco por ser pouco invasivo e consiste na retirada dos testículos. Primeiro o animal é sedado, depois coloca-se o acesso venoso nele e o prepara para a cirurgia, raspando os pelos da região e fazendo uma assepsia prévia. Na sala de cirurgia, ele recebe anestesia e o cirurgião faz um corte na região da bolsa pré-escrotal para retirar os testículos.

CÂNCER DE PRÓSTATA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO

Ainda que a incidência do câncer de próstata não seja tão comum nos machos, algumas doenças comuns relacionadas ao órgão genital dos animais, fora os sintomas associados a elas, podem desencadear o problema, entre elas a hiperplasia prostática (surgimento de tumores, geralmente benignos, na próstata). E que a orquiectomia é uma forma de prevenir esses tumores em cães e gatos.

A veterinária oncologista Hellen Magela Barreto alerta para que tutores de animais que ainda não foram castrados os levem imediatamente ao veterinário caso observem qualquer sinal de aumento de volume, mudança de cor ou textura local, dor ou incômodo.

Segundo ela, em caso de diagnóstico do câncer, o tratamento e as chances de cura para o pet dependerão do tipo de tumor detectado. “Cada tumor é diferente do outro, consequentemente os tratamentos também. Mas existem indicações cirúrgicas, de quimioterapia, radioterapia ou terapia-alvo. A depender do tumor podem ser necessárias mais de uma opção, ou apenas uma”, completa Hellen.


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