01/11/2023 às 11h59min - Atualizada em 02/11/2023 às 00h08min

Macbeth ganha adaptação para o cordel em espetáculo do Círculo de Atores

Sergio Mastropasqua interpreta o papel título ao lado de Chris Couto que vive Lady Macbeth sob a direção de Thiago Ledier

Da Redação
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Ronaldo Gutierrez
Unindo o universo de William Shakespeare e a arte do cordel, o Círculo de Atores chega com sua nova estreia: Macbeth em Cordel ou A Peça do Inominável no dia 9 de novembro, quinta-feira, às 20h30 no Teatro Alfredo Mesquita. Sergio Mastropasqua interpreta o papel título ao lado de Chris Couto que vive Lady Macbeth sob a direção de Thiago Ledier. A versão em cordel é dos autores cariocas Lafayette Galvão e Gilberto Loureiro. A temporada vai até 26 de novembro com sessões de quinta a sábado, às 20h30, e domingos, às 19h.

Baseado na tragédia escrita entre 1603 e 1606, a peça começa com o regresso do nobre Macbeth, após a vitória de seu exército numa guerra civil. No meio do caminho, três bruxas o abordam e profetizam que ele será o próximo rei da Escócia. Ao contar a notícia para sua esposa, eles planejam o assassinato do rei Duncan, primo de Macbeth, para usurpar a coroa. Macbeth é conhecida por ser a tragédia da ambição desmedida, permeada  de assassinatos, loucura e paranoia. A montagem ganhou os contornos do cordel por Lafayette Galvão e Gilberto Loureiro, e teve  adaptação final de Ledier e Mastropasqua. A nova roupagem mantém a poética e o poder imagético do texto.

“Essa versão se aproxima bem do público por meio da extrema clareza e mostra que o contexto da história está no cotidiano de nossa sociedade que é pautada pela violência. É um teatro popular de qualidade. Foi realizado um estudo profundo do texto para que a cadência rítmica não se pusesse acima do sentido da dramaturgia. As rimas aparecem, todavia não são os principais elementos e sim a narração e o conteúdo”, fala Ledier.

A direção procurou estabelecer um diálogo entre a tragédia de Macbeth e os dias de hoje;  a violência e a obtenção do poder por meios arbitrários são questões ainda dolorosamente presentes. Um dos momentos antológicos é quando a floresta se move no final da peça. A partir desta concepção, o cenário exprime a ideia da revolta da natureza contra as insanas ações humanas, responsáveis pelas mudanças e pelos extremos climáticos dos últimos tempos. A cenografia conta com pontaletes em uma estrutura de metal pintados de vermelho, reforçando o pensamento de uma natureza que sangra, avança, reivindica e retoma o seu lugar usurpado.

Os figurinos seguem uma linha que dialoga com a estética das forças de segurança, num mundo que parece estar sempre preparado para a guerra. As cores auxiliam a narrativa ao identificar os clãs que orbitam a história. A iluminação colabora com a criação de um ambiente calcado na desconfiança e no medo, com os próprios atores manipulando fontes de luz em algumas cenas.

Em Macbeth, a trilha sonora liga cenas e personagens contribuindo para o andamento da trama com a direção musical da São Paulo Chamber Soloists. Fundada em 2020, a orquestra é formada por 14 solistas com ampla experiência internacional e foi idealizada e criada por Alejandro Aldana (Spalla da Orquestra do Theatro Municipal de São Paulo) e Matthew Thorpe (concertino da Orquestra do Estado de São Paulo). O grupo explora o repertório tradicional e não tradicional para orquestra de cordas, passando da música barroca, clássica, romântica e contemporânea, com ênfase especial em compositores pertencentes às comunidades minoritárias.

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